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Amadeo Carrizo foi um revolucionário

Se há um jogador que marca um ponto de viragem na história dos guarda-redes do futebol mundial, esse alguém é o argentino Amadeo Carrizo. O internacional argentino foi o primeiro da posição a usar luvas, além de quebrar com a ideia que um guarda-redes apenas estava na baliza para defender os remates dos adversários. Exímio a jogar fora dos postes, actuando várias vezes fora da área de rigor e usando, como ninguém, o forte pontapé para lançar os contra-ataques da sua equipa, o argentino era um guarda-redes do futebol moderno, que, simplesmente, nasceu cedo demais.

23 anos no River Plate

Amadeo Carrizo nasceu a 12 de Junho de 1926 em Rufino, Argentina, e, entre 1945 e 1968 vestiu a camisola do River Plate. Durante esse período, o internacional argentino tornou-se num dos grandes ídolos da “affición” do River Plate, efectuando 513 jogos pelos “Millionários” e conquistando cinco campeonatos argentinos. Nesse período, o revolucionário guarda-redes jogou ao lado de grandes fenómenos da época como José Manuel Moreno, Adolfo Pedernera, Ángel Labruna e, claro, Alberto Di Stéfano.

Após o sucesso no gigante argentino, Amadeo Carrizo, apesar de já ter 42 anos, ainda foi jogar dois anos para a Colômbia, mais concretamente para o Millionários de Bogotá. Nesse clube colombiano, o internacional argentino ainda fez 58 jogos, ajudando-o a vencer a Copa Mustang, ou seja, o campeonato colombiano de futebol.

Presente no Mundial 1958

Internacional argentino por vinte ocasiões, Amadeo Carrizo participou no Mundial 1958 disputado na Suécia, mas, apesar de ter sido totalista na prova, não foi feliz, pois a Argentina não passou da primeira fase, após derrotas com a Alemanha Ocidental (1-3) e Checoslováquia (1-6) e apenas um triunfo diante da Irlanda do Norte (3-1).

Um guarda-redes que procurava a perfeição

Frio e personalizado, Amadeo Carrizo era um guarda-redes muito forte entre os postes, graças à sua elasticidade. Pelas características ofensivas do seu jogo, muitos especialistas gostavam de dizer que o internacional argentino jogou mais do que defendeu.

Para além disso, Carrizo nunca deixou de procurar a perfeição, sendo que uma vez, virou-se para César Luis Menotti e perguntou-lhe: “Lembras-te daquele golo que me fizeste um dia em Rosário e que vocês ganharam. Aquele que remataste tão forte que quase furou as redes?” “Sim, Sim” – afirmou Menotti. “Sabes porque o fizeste? Porque me cheguei demasiado perto de ti. Aos tipos que rematam tão forte como tu não há que aproximar demais, pois assim fica-se sem tempo para levar as mãos à bola. Devia ter ficado atrás para poder agarrar ou desviar…”

Esse golo havia acontecido há mais de vinte anos, mas Carrizo continuava a pensar como o evitar. Era uma dívida que tinha consigo mesmo, pois os grandes, mesmo quando caiem, caiem de pé…

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