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Posts Tagged ‘Taça do Rei’

Nem sempre o Espanhol foi o segundo maior clube catalão. Em tempos distantes, era o CE Europa que mordia os calcanhares ao Barcelona no espectro futebolístico da Catalunha, tendo, inclusivamente, disputado uma final da Taça do Rei, diante do Athletic de Bilbau em 1922/23. Perdeu esse duelo decisivo, é certo, e neste momento encontra-se bem distante dos campeonatos profissionais, disputando a terceira divisão espanhola, contudo, nunca ninguém vai conseguir arrancar o Europa dos livros de história futebolística do país vizinho, esperando-se, sempre, por mais utópico que seja o pensamento, o renascimento do grande clube dos anos 20.

Anos 20 foram os anos de ouro do Europa

O Club Esportiu Europa foi criado a 5 de Junho de 1907 como uma fusão do Madrid de Barcelona e o Provençal. Em 1919, conquistou a divisão B do campeonato catalão, tendo depois esmagado o Sabadell (7-0 e 9-0) no playoff de promoção ao principal campeonato da Catalunha.

Nos anos 20, o Europa haveria de viver os seus tempos de ouro, finalizando o campeonato da Catalunha na segunda posição em 1921 e 1922 e vencendo esse mesmo campeonato em 1923 após vencer o Barcelona (1-0) no playoff do título.

Essa vitória no campeonato da Catalunha garantiu ao Europa a presença na Taça do Rei da temporada seguinte, tendo o conjunto de Barcelona superado Sevilha e Sporting Gijón, antes de perder a final para o poderoso Athletic Bilbau (0-1).

Problemas financeiros motivaram queda

Após os brilhantes anos 20, o Europa entrou em declínio e nem a fusão com o Grácia, conhecido como Espanya de Barcelona evitou a queda do histórico clube catalão. De facto, o Europa, passou a ser conhecido como Catalunya FC, mas acabou por cair à terceira divisão em 1931/32 após não ter disputado os últimos jogos do campeonato por problemas financeiros.

Mais tarde, o clube voltou à designação de CE Europa, tendo ainda se chamado Club Deportivo, nos tempos em que o ditador Franco impedia que os nomes dos clubes tivessem designações pouco castelhanas, no entanto, jamais voltou a conhecer o sucesso de tempos idos.

Nos anos 60, o clube ainda conquistou duas vezes a terceira divisão e chegou mesmo a disputar a segunda competição mais importante de Espanha, todavia, tratou-se de uma participação fugaz, tendo o CE Europa regressado rapidamente à terceira divisão.

Duas taças da Catalunha conquistadas perante o Barça

Nos anos 90, o CE Europa conseguiu novamente chegar à segunda divisão, no entanto, nessa temporada de 1994/95, não passou da décima-nona posição, tendo descido novamente ao terceiro escalão.

Ainda assim, nessa mesma década, há que destacar a conquista de duas taças da Catalunha diante do Barcelona. Obviamente, que os blaugrana nunca utilizaram o seu melhor onze, todavia, o CE Europa ainda venceu um Barcelona (3-1) com Amor e Stoitchkov em 1997 e um Barcelona (1-1 e 3-1 nos penaltis) com Amor, Sergi, de la Peña, Fernando Couto, Pizzi e Reiziger em 1998.

Títulos pouco importantes no espectro futebolístico mundial, mas que seguramente significaram muito para uns adeptos do Europa, sedentos dos anos dourados do passado.

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O último obstáculo verde-e-branco no sonho de chegar à final da Liga Europa é uma forte e dinâmica equipa basca que já teve o condão de ultrapassar equipas como o Manchester United ou o Schalke 04: Athletic Bilbau. Bandeira da comunidade basca (apenas podem actuar jogadores bascos, de origem basca ou formados desde cedo no escalões de formação do Athletic), “Los Leones” são um dos clubes com mais títulos em Espanha, sendo o quarto clube com mais ligas espanholas (oito) e o segundo com mais taças do rei (vinte e quatro). A nível europeu, todavia, o melhor que conseguiram foi uma final da Taça UEFA em 1976/77, feito que, espera-se, não voltem a repetir na actual temporada.

O San Mamés é um inferno

Quem é o Athletic Bilbau?

Fundado em 1898, o Athletic Bilbau é um clube com 114 anos de história e de títulos, tendo desde cedo se assumido como um dos grandes clubes de Espanha.

Desde que foi criado, o clube baseia a sua política na utilização exclusiva de jogadores bascos, sejam eles do País Basco, Navarra ou País Basco Francês, ainda que nos últimos tempos essa política tenha sido aligeirada e jogadores de origem basca mas de outros locais, assim como atletas não bascos mas formados desde muito cedo nas camadas jovens do Athletic também possam ser chamados à equipa principal.

Apesar dessa política restrita, o Athletic assumiu-se sempre como uma equipa que ombreava de igual para igual com os maiores de Espanha, tendo conquistado oito campeonatos domésticos e vinte e quatro taças do rei. Ainda assim, desde 1983/84, “Los Leones” nunca mais conseguiram conquistar um título, situação que também foi agravada com o advento da Lei Bosman e a proliferação de estrangeiros no seio da Liga Espanhola.

Tendo uma história rica em termos domésticos, o Athletic Bilbau, todavia, nunca conseguiu grandes feitos a nível europeu, sendo que a sua melhor campanha surgiu em 1976/77, quando alcançou a final da Taça UEFA, mas perdeu no duelo decisivo com a Juventus (2-1 e 0-1).

Bielsa é dos melhores treinadores do Mundo

Como joga?

Treinado pelo mago argentino Marcelo Bielsa, o Athletic Bilbau é uma equipa de grande qualidade individual e colectiva que, pelo seu estilo de jogo, é muitas vezes considerada uma espécie de pequeno barça.

Actuando num 4x3x3 pleno de mobilidade e criatividade, “Los Leones” são extremamente fortes do meio-campo para a frente, onde jogadores como o médio-ofensivo De Marcos, os extremos Susaeta e Muniain e o ponta de lança Llorente formam um quarteto de enorme qualidade atacante.

Mais atrás, a equipa basca tem menos qualidade individual, todavia, jogadores como o lateral-direito ofensivo Iraola e o trinco Javi Martinez (não pode jogar em Alvalade) também garantem talento ao conjunto de Bielsa.

Equipa sem medo de ter a bola e de assumir o jogo, é fortíssima nas transições, sendo assim um conjunto híbrido que tanto se sente à vontade numa estratégia de ataque continuado, como sabe ser letal em lances de contra-ataque.

Nesse seguimento estratégico e com essa ideologia de futebol de qualidade, o Athletic deverá aparecer em Alvalade com o seguinte onze: Gorka Iraizoz; Iraola, Ekiza, Amorebieta e Aurtenetxe; Iturraspe, Ander Herrera e De Marcos; Susaeta, Llorente e Muniain.

Fernando Llorente é um matador

Quem é que o Sporting deve ter debaixo de olho? Llorente

Aquele que talvez seja o jogador mais decisivo da equipa de Bilbau é um ponta de lança alto e possante que funciona como referência ofensiva do conjunto basco: Fernando Llorente.

Aos 27 anos, o avançado basco já soma 20 internacionalizações (7 golos) pela selecção espanhola e leva (quase) todo o seu percurso desportivo ao serviço do Athletic Bilbau, clube onde concretizou por 81 vezes em 232 jogos da liga espanhola.

Jogador com 1,95 metros, trata-se, naturalmente, de um jogador com forte presença na área, sendo muito difícil de marcar e que em cada duas ocasiões que lhe chegam aos pés ou à cabeça, factura pelo menos uma.

Ainda assim, caso o seu marcador directo esteja atento na marcação e não deixe que o esférico chegue em condições ao poderoso avançado basco, este não reúne características que lhe permitam contornar essa situação, acabando por desaparecer um pouco do jogo. Para bem do Sporting, esperemos que assim aconteça.

Como chegou às semi-finais?

Playoff: Athletic Bilbau vs Trabzonspor (TUR) 0-0, não se realizando a segunda mão, pois o Trabzonspor foi repescado para a “Champions”

Fase de grupos:

  • Athletic Bilbau vs PSG (FRA) 2-0 e 2-4
  • Athletic Bilbau vs Red Bull Salzburgo (AUT) 2-2 e 1-0
  • Athletic Bilbau vs Slovan Bratislava (ESL) 2-1 e 2-1

Classificação:

  1. Athletic Bilbau 13 pontos
  2. Red Bull Salzburgo (AUT) 10 pts
  3. PSG (FRA) 10 pts
  4. Slovan Bratislava (ESL) 1 pt

16/Final: Athletic Bilbau (ESP) vs Lokomotiv Moscovo (RUS) 1-0 e 1-2

8/Final: Athletic Bilbau vs Manchester United (ING) 2-1 e 3-2

4/Final: Athletic Bilbau vs Schalke 04 (ALE) 2-2 e 4-2

As possibilidades do Sporting Clube de Portugal

O último obstáculo para o Sporting chegar à final da Liga Europa é um osso duro de roer, mas o grande Sporting que eliminou o Manchester City e Metalist terá condições mais que suficientes para superar uma equipa que, apesar da excelente campanha europeia, se encontra apenas na sétima posição da Liga Espanhola e a quarenta!! pontos do líder Real Madrid.

Será, no entanto, necessário manietar a linha de construção ofensiva do Athletic composta por jogadores como Muniain e De Marcos, mas, também, anular o forte ponta de lança internacional espanhol Llorente. Depois, se os leões aliarem esse factor à exploração da mais frágil linha defensiva, nomeadamente o lateral-esquerdo Aurtenetxe, tudo poderá estar alinhado para vermos os verde-e-brancos na final de Bucareste.

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Em 1918/19, o Arenas Club de Getxo haveria de escrever a página mais bonita da sua história ao conquistar a Taça do Rei após superar o Barcelona, na final, por cinco bolas a duas. Tratou-se do momento mais alto de um clube dos arredores de Bilbau que também teve o mérito de estar no epicentro da criação da Liga Espanhola ao lado de outros clubes bascos como o Athletic Bilbau, Real Sociedad e Real Union. Neste momento, para desespero dos seus adeptos, o Arenas encontra-se distante dos grandes palcos, pois disputa a III divisão espanhola, todavia, a história e os momentos altos do clube nas décadas de 10 e 20, vão permanecer, para sempre, a ecoar nos anais da história do futebol castelhano.

O Arenas actua no Nuevo Gobella

Vitórias diante do Barcelona surpreenderam a Espanha

O Arenas foi fundado em 1909 como Arenas Football Club, tendo passado a Arenas Club três anos depois. O seu primeiro momento alto surgiu em 1914, quando o Arenas Getxo efectuou três amigáveis com o Barcelona e venceu-os todos, surpreendendo a Espanha.

Disputando a Taça Norte, juntamente com clubes como a Real Sociedad, Athletic Bilbau, Racing Santander, Sporting Gijón e Celta de Vigo, o Arenas haveria de ser campeão em 1917, garantindo, dessa forma, o direito de disputar a Taça do Rei. Na primeira participação na prova rainha do futebol espanhol, o Arenas portou-se muito bem, perdendo apenas na final com o Madrid FC (actual Real Madrid) por duas bolas a uma.

Sesúmaga foi um craque do Arenas

Venceu a Taça do Rei em 1919

Em 1919, o Arenas venceu outro campeonato regional, o campeonato da Biscaia, tendo novamente conquistado o direito de participar na Taça do Rei. Desta feita, o clube basco foi ainda mais longe na prova, tendo superado o Barcelona (5-2) e levado para Getxo o título mais importante da sua história.

No ano seguinte, duas lendas do clube: Francisco Pagazaurtundúa e Félix Sesúmaga estiveram presentes na selecção olímpica espanhola em Antuérpia, naquela que foi a estreia da equipa castelhana nos grandes palcos.

Também vencedor do campeonato de Biscaia em 1922 e 1927, o Arenas haveria de estar presente na Taça do Rei por mais duas ocasiões, todavia, tanto em 1925 (0-2 com o Barcelona) como em 1927 (0-1 com o Real Unión), perdeu o encontro decisivo.

O plantel do Arenas em 09/10

Queda começou nos anos trinta

Nos anos 30, uma terceiro lugar no campeonato espanhol de 1930 e a vitória na Taça Basca em 1936 foram os últimos feitos dignos de registo do Arenas no seio do futebol espanhol.

Em 1935, o Arenas havia caído para a segunda divisão espanhola para nunca mais regressar, iniciando mesmo uma queda abrupta que o tem levado, nos dias de hoje, a ser um clube de terceira divisão que, por vezes, disputa mesmo os campeonatos regionais castelhanos.

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Mourinho deposita quase todas as esperanças de vencer o Barça em Ronaldo

Mais um duelo entre o Real Madrid e o Barcelona e, como já tem sido (quase sempre) hábito, um domínio total e incontestável dos catalães diante de uns madrilenos mais preocupados em (tentarem) não deixar o Barcelona jogar que em aproveitar os excelentes valores que têm ao dispor no seu plantel para discutirem o jogo com armas semelhantes, ou pelo menos de forma mais digna e consentânea com os históricos pergaminhos de um enorme clube como é o Real Madrid.

Ontem, em pleno Santiago Bernabéu, chegou a ser constrangedor ver a facilidade como o Barcelona trocava de forma segura a bola a todo o campo, perante uma equipa do Real Madrid que não esboçava qualquer reacção para além de recuar em bloco e tentar acertar no jogador do Barcelona que estivesse mais perto para que pudesse parar, constantemente, o ritmo de jogo da equipa de Guardiola.

Na verdade, o 1-2 chega mesmo a ser um resultado simpático, tal foi o domínio do Barça, perante um Real Madrid que apenas existiu nos primeiros quinze minutos, uma altura em que até conseguiu chegar ao golo por mérito desse grande jogador que é Cristiano Ronaldo, mas também por demérito de Piqué, que lhe abriu uma auto-estrada, e Pinto, que abordou de forma muito deficiente o remate do internacional português.

Mas a culpa desta enorme discrepância exibicional entre merengues e catalães também é de José Mourinho que, ontem, fez-me lembrar Jesualdo Ferreira e a sua eterna vontade de inventar em jogos de teor de dificuldade mais elevado, com os (maus) resultados que daí quase sempre advinham.

Perante o plantel que o Real Madrid tinha ao seu dispor para o clássico, seria previsível um onze com Casillas na baliza; um sector defensivo com Sérgio Ramos e Fábio Coentrão nas laterais e Pepe e Ricardo Carvalho no centro; um duplo-pivot no meio-campo com Lass e Xabi Alonso, Özil a “dez”, Ronaldo numa ala, Kaká na outra (ou mesmo Higuaín se quisessem outro tipo de poder de fogo) e Benzema na frente de ataque. Mesmo que quisesse ser mais conservador, havia sempre a hipótese de subir Coentrão para a ala e lançar Marcelo, passando Ronaldo para o flanco direito.

Contudo, Mourinho aproveitou para utilizar um meio-campo com três jogadores quase exclusivamente defensivos (Xabi Alonso, Lass e Pepe), surpreender tudo e todos com a utilização de Altintop na lateral direita (muito esforçado, mas sofreu pesadelos com a acção de Iniesta no seu flanco) e deixar o ataque quase exclusivamente à acção do trio Higuaín-Benzema-Ronaldo.

Durante algum tempo, a estratégia ainda foi resultando, até porque o Barça não estaria à espera de um sistema tão conservador como o utilizado pelo treinador português e, também, pela velocidade e repentismo de Cristiano Ronaldo que, como se sabe, mesmo sozinho e desapoiado, é capaz de ser extremamente perigoso se lhe derem muito espaço como foi o caso do golo que apontou.

No entanto, com o passar dos minutos, os catalães foram se habituando ao sistema e o Real Madrid deixou pura e simplesmente de existir ou, vamos lá, existia mas só do meio-campo para trás, recuado, amedrontado com as movimentações de Messi e companhia, e apenas preocupado em que o jogo terminasse o mais cedo possível.

Ainda pensei, o Real Madrid está a ganhar e isto é uma estratégia para cansar o Barça e procurar fazer o segundo golo em contra-ataque. Mas não, a equipa não esticava com o 1-0, não esticou depois de Puyol empatar a contenda e mal esboçou uma reacção após Abidal ter dado a volta ao resultado. No relvado, restava Pepe a criar conflitos em todos os lances em que intervia, simulando agressões, efectuando entradas duras e, até, pisando de forma intempestiva Messi, num lance que ainda pode custar muito caro ao internacional português.

Uma vez mais, o Real Madrid perdia um jogo com o Barcelona e, mais que isso, perdia de forma clara e sem margem para discussão, mostrando um medo do adversário que deveria envergonhar um clube que sempre foi conhecido pelo futebol atractivo praticado e por enorme cultura de futebol de ataque.

Ontem, ouvi Luís Freitas Lobo dizer que uma coisa é o Real Madrid ser campeão e outra é o Real Madrid ganhar ao Barcelona e estou completamente de acordo. O Real Madrid até poderá ser campeão perdendo todos os jogos com o Barcelona e Mourinho no final recordar que um campeonato se faz em 38 jogos e não em dois contra o Barça, mas devo dizer ao treinador português que já muitos treinadores foram despedidos no Real Madrid sendo campeões e apenas porque o futebol não era o mais apaixonante para o adepto merengue. Além disso, imagine-se que os madrilenos perdem o campeonato (pelo segundo ano consecutivo), a Taça (só um milagre salvará o Real Madrid em Camp Nou) e a Supertaça (que perderam no início da época) para o Barcelona de Guardiola? Restará a “Champions”, mas, aí, também existe Barcelona…

Mourinho tem de repensar o seu futebol e a forma como aborda estes jogos. Ninguém lhe exige nem pode exigir que jogue aberto e sem cautelas porque isso é suicídio perante a equipa catalã, mas o treinador português tem de perceber que mais do que se preocupar em anular o Barcelona, tem de se consciencializar que é necessário criar alguma coisa para vencer. Colocar essa missão exclusivamente nos ombros de Cristiano Ronaldo não é justo nem realista. O português é um fenómeno, mas é humano…

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"No pasa nada, tenemos a Arconada" era o que cantavam os adeptos da Real Sociedad

Um dos principais jogadores da história da Real Sociedad e da selecção espanhola foi o guarda-redes Luis Arconada, um atleta que marcou uma época no futebol europeu no final da década de 70 e durante toda a década de 80. Duas vezes campeão espanhol e vice-campeão europeu ao serviço de Espanha, Arconada era um guarda-redes de extraordinários reflexos que lhe permitiam fazer defesas (quase) impossíveis e efectuar exibições que vão ficar para sempre na memória dos adeptos da Real Sociedad e de Espanha. Afinal, não era por acaso que os adeptos donostiarras cantavam “No pasa nada, tenemos a Arconada”.

Arconada só conheceu um clube em toda a sua carreira

Produto das escolas da Real Sociedad, Luis Arconada actuou toda a sua carreira nesse clube de San Sebastián, tendo passado pelas camadas jovens, equipa secundária e, obviamente, conjunto principal.

Entre 1974 e 1989 (período em que representou a equipa A da Real Sociedad), Luis Arconada vestiu a camisola do clube basco por 551 ocasiões, tendo conquistado dois campeonatos espanhóis (1980/81 e 1981/82), uma Taça do Rei (1986/87) e uma Supertaça espanhola (1981/82). Individualmente, conquistou três troféus Zamora (1979/80, 1980/81 e 1981/82), prémio atribuído aos guarda-redes com menor rácio de golos sofridos por jogos efectuados no campeonato espanhol.

Desde que abandonou a Real Sociedad, todos os guarda-redes que vestiram a camisola do clube basco têm tido dificuldade em quebrar a lenda de Arconada, que, invariavelmente, leva adeptos e imprensa a estabelecerem constantes comparações que em nada facilitam a vida dos novos guarda-redes do clube de San Sebastián.

Grande figura da selecção espanhola

Luis Arconada representou Espanha por 68 ocasiões entre 1977 e 1985, tendo estado presente nos campeonatos do Mundo de 1978 (suplente não utilizado numa prova em que os espanhóis não passaram da primeira fase) e 1982 (titular e capitão de uma equipa eliminada na segunda fase de grupos).

Em termos de campeonato da Europa, esteve presente no de 1980, em que a Espanha não passou da primeira fase, e de 1984, onde ajudou “nuestros hermanos” a alcançarem a final, mas onde acabou por ficar ligado à derrota espanhola no duelo decisivo por duas bolas a zero diante da França, ao falhar uma defesa fácil a livre de Platini.

Era previsível que Luís Arconada fosse titular durante o Mundial 1986 a disputar no México, contudo, uma grave lesão sofrida ao serviço da Real Sociedad na época 1985/86, acabou por significar o fim precoce do seu reinado na baliza da selecção espanhola.

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Santillana muitas vezes parecia voar

Se pensam que é a altura que faz um bom cabeceador, o espanhol Santillana quebraria todas as regras. Com “apenas” 1, 80 metros, o internacional espanhol foi, na sua época, dos mais letais pontas de lança no jogo aéreo, dizendo-se que, se a bola lhe chegava à cabeça, o golo era quase um dado adquirido. Passando dezassete épocas no Real Madrid, Santillana conquistou quase tudo o que havia para ganhar no futebol de clubes da época, mas,  infelizmente para ele, faltou-lhe o título mais saboroso, algo que o espanhol muitas vezes tentou vencer, mas jamais ganhou: a Taça dos Campeões Europeus.

Carlos Alonso González nasceu a 23 de Agosto de 1952 em Santillana del Mar (daí a alcunha de Santillana) e fez todas as camadas jovens no Satelite, jogando inclusivamente por esse clube de Barreda na terceira divisão espanhola.

Em 1970/71, com apenas 18 anos, assinou pelo Racing Santander, então a jogar na segunda divisão. Nessa temporada, o clube cantábrico não fez um grande campeonato (13º), mas Santillana deu nas vistas e, no final da temporada, o Real Madrid contratou-o.

No clube madrileno Santillana iria ter impacto imediato (34 jogos e 10 golos na época de estreia), permanecendo no Real Madrid por 17 anos, que é como quem diz, até ao final da sua carreira desportiva, ganhando nove campeonatos espanhóis, quatro Taças do Rei e duas Taças UEFA. Em toda a sua carreira nos “merengues”, Santillana fez 181 golos e 461 jogos, isto só em jogos da Liga Espanhola. Avançado de grande mobilidade e que personificava, na perfeição, o conceito da fúria espanhola, Santillana foi um ponta de lança letal que fez parte de grandes equipas madrilenas, jogando ao lado de lendas como Camacho, Del Bosque, Valdano ou Stielike.

Por outro lado, na selecção espanhola, Santillana fez 15 golos em 56 jogos, tendo participado em dois mundiais (78 e 82) e três europeus (1976, 80 e 84). Curiosamente, nas fases finais dessas competições nunca foi feliz nem colectivamente (a Espanha nunca venceu nenhuma dessas provas), nem individualmente, pois apenas fez um golo, curiosamente contra Portugal, num jogo da fase de grupos do Euro 84, que terminou empatado (1-1).

Ainda assim, Santillana foi, durante toda a sua carreira, sempre muito grande, muito maior do que a sua altura fazia crer e ficará, para sempre, nos corações dos espanhóis. Reveja ou veja pela primeira vez os melhores golos de cabeça daquele que muitos asseguram ter sido o maior cabeceador de todos os tempos.

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O adversário dos bracarenses é um clube que, na segunda metade da década de 2000, assumiu-se como uma das grandes equipas do contexto médio-alto do futebol europeu. Os andaluzes, desde 2005, conquistaram duas Taças UEFA, duas Taças do Rei, uma Supertaça Europeia e uma Supertaça de Espanha, estando, por certo, lado a lado com o Valência, na perseguição aos dois grandes dominadores do futebol castelhano: Barcelona e Real Madrid. Assim sendo, nesta eliminatória com o Sevilha, o grande trunfo dos arsenalistas é a total ausência de pressão, pois o favoritismo, esse, está totalmente do lado da equipa de Luís Fabiano, Kanouté e Diego Capel.

Quem é o Sevilha

Fundado em 1905, o Sevilha conquistou o seu primeiro troféu em 1914, quando conquistou a Taça de Sevilha. Posteriormente, até ao final da primeira metade do século XX, a equipa andaluza conquistou a segunda divisão por duas ocasiões (1929 e 34), a Taça do Rei por três vezes (1935, 38 e 48) e, mais importante do que tudo, o título espanhol em 1946. O único campeonato que o Sevilha venceu em toda a sua história.

No entanto, se a primeira metade do século XX foi de alguns títulos para o Sevilha, a segunda parte foi de muito menor fulgor, com a equipa andaluza a não conquistar qualquer troféu importante e, inclusivamente, a cair na segunda divisão em algumas ocasiões.

O ressurgimento sevilhano surgiu em 2001, quando a equipa conquistou a segunda divisão e solidificou-se definitivamente na primeira divisão. De forma sustentada, a equipa foi crescendo e, a partir da segunda metade da década de 2000, os títulos voltaram, com a equipa do Sevilha a conquistar a Taça UEFA em 2006 e 2007, a Taça do Rei em 2007 e 2010, a Supertaça europeia em 2006 e a Supertaça espanhola em 2007. Para além disso, a equipa tornou-se numa equipa da primeira metade da tabela da “La Liga”, participando, regularmente, na “Champions”.

Como joga

A equipa do Sevilha deve apresentar um 4-4-2 com um duplo-pivot de grande qualidade (Zokora-Renato), dois alas com enorme capacidade desequilibradora (Perotti, à esquerda, e Jesus Navas no flanco oposto) e dois pontas de lança que são um perigo para qualquer defesa (Kanouté e Luís Fabiano).

Os andaluzes também são muito fortes em termos ofensivos, jogando com grande velocidade e qualidade técnica e tendo, inclusivamente, muita qualidade no jogo aéreo, onde, principalmente Kanouté, é muito perigoso.

Na defesa, a equipa não tem a mesma qualidade que no ataque. Ainda assim, a equipa não tem razões de queixa, pois tem uma dupla de centrais bastante forte (Escudé-Fazio) e que se completa, pois o francês é mais forte pelo chão e o argentino é imperial no jogo aéreo, um guarda-redes que transpira segurança (Palop) e dois laterais que, sem serem exuberantes, são bastante competentes (Dabo, à direita e Fernando Navarro, no flanco oposto).

Em suma, um onze muito forte e que só um Sp. Braga de grande superação poderá ultrapassar.

Jesus Navas supera um defesa

Quem é que os arsenalistas devem ter debaixo de olho – Jesus Navas

Aos 24 anos, Jesus Navas é uma certeza do futebol espanhol e, por certo, uma estrela deste Sevilha.

Chegou ao clube andaluz com apenas 14 anos e bastaram apenas três anos nas camadas jovens para que, em 2003, fosse aposta na equipa sénior do Sevilha, estrando-se a 23 de Novembro, dois dias após ter completado dezoito anos, numa derrota em Barcelona, diante do Espanhol (0-1).

A partir desse momento, foi conquistando o seu lugar na equipa espanhola, tornando-se na grande promessa do Sevilha, terminando, invariavelmente, quase todas as épocas como o rei das assistências.

Na última temporada (2009/10), Navas esteve presente em 50 jogos oficiais do Sevilha e foi, provavelmente, a grande estrela da equipa, brilhando no flanco direito do ataque e fazendo inúmeros passes decisivos que resultaram em golos importantes para a equipa espanhola.

Presente no Mundial sul-africano e sagrando-se campeão do mundo pela Espanha, Jesus Navas é, apesar da juventude, um jogador de grande experiência e talento e que será, por certo, um quebra-cabeças para a defesa bracarense, que terá de estar muito concentrada para o parar.

As hipóteses bracarenses

Vamos ser realistas, o Sevilha é o grande favorito para este duelo europeu diante do Sporting de Braga. A equipa espanhola tem muito mais experiência europeia, um plantel com mais qualidade e, acima de tudo, muito mais soluções e, dificilmente deixará fugir a oportunidade de chegar à Liga dos Campeões.

Ainda assim, os arsenalistas podem jogar com o facto de não terem qualquer obrigação de eliminar os espanhóis e, acima de tudo, rezar para que o Sevilha tenha dois dias maus nos duelos europeus com a equipa portuguesa.

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Hoje, o Atlético de Madrid joga, em Anfield Road, um possível acesso à final da Liga Europa e, neste momento, os madrilenos são a única equipa espanhola que ainda pode ganhar alguma competição europeia, após a eliminação do Barça pelo Inter. Além disso, os “colchoneros” também estão na final da Taça do Rei, o que poderia dar a ideia de estarem a fazer uma grande época. No entanto, isso não é verdade. A participação na Liga dos Campeões foi um desastre (3 empates e 3 derrotas) e, no campeonato, estão num pobre décimo lugar a… 43 pontos do líder Barcelona.

Assim sendo, e apesar do crescimento notório que o Atlético teve após a entrada de Quique Flores, penso que a equipa, pelo seu plantel, poderia estar melhor classificada. Como tal, vou explanar aquele que seria, para mim, o melhor onze dos madrilenos.

Na baliza optaria pelo internacional sub-21 espanhol, David De Gea. Aos 19 anos, revela excelente maturidade, é muito bom pelo ar e tem enorme margem de progressão no clube da capital espanhola.

Depois, optaria por uma defesa de quatro elementos. No centro, optaria pelo experiente, internacional checo, Ujfalusi, acompanhado pelo jovem Dominguez, outro internacional sub-21 espanhol, insuperável no jogo aéreo. Por outro lado, nas alas, optaria, à esquerda, por António López, um lateral rápido que sabe se integrar na manobra ofensiva, mas também é seguro a defender e, à direita, por Valera, que tem as mesmas características do lateral esquerdo, mas, mais alto, pode ajudar no centro, em momentos de chuveirinho para a área.

No miolo, optaria por um duplo pivot, composto por Paulo Assunção e Tiago. O luso-brasileiro seria um médio centro mais defensivo, que teria como principal missão o equilíbrio táctico e a destruição do jogo ofensivo do adversário, enquanto o internacional português funcionaria como um box to box, com capacidade para integrar diversas vezes o jogo ofensivo dos madrilenos.

Jogaria, depois, com dois extremos: Reyes e Simão. Ambos jogariam sobre a linha e procurariam situações de um contra um, ainda que ambos, pelas suas características, pudessem flectir para o meio e procurarem o remate, trocando, também, muitas vezes de posição, para confundirem as marcações adversárias.

Por fim, no ataque, jogava com um avançado centro (Agüero) e um ponta de lança (Fórlan). O argentino teria mais liberdade e seria um jogador muito mais móvel na frente, indo buscar jogo atrás, disfarçando a inexistência de um 10 puro. Por outro lado, o uruguaio seria o matador da equipa, mais fixo e letal, sempre pronto para finalizar.

Com jogadores válidos no banco como Jurado e Salvio, seria uma equipa para, certamente, ficar nos cinco primeiros lugares da La Liga.

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