Noutros tempos, muito longínquos pensarão os adeptos flavienses, o Desportivo de Chaves era um clube bastante forte no contexto futebolístico português, tendo terminado o campeonato português de 1986/87 em quinto lugar e, assim, garantido um lugar de pleno direito na Taça UEFA da época seguinte. Aí, a equipa flaviense haveria de efectuar um percurso digno de registo, mas representativo de tempos cada vez mais distantes na memória dos adeptos transmontanos que, neste preciso momento, apenas vêem o Desportivo de Chaves disputar a frágil II divisão nacional.
Flavienses mais fortes que prestigiado opositor romeno
O primeiro adversário do Desportivo de Chaves neste percurso europeu era um clube romeno de renome, pois já tinha estado inúmeras vezes nas competições europeias e, até, já tinha disputado uma semi-final da Taça UEFA em 1982/83, quando acabou eliminado pelo Benfica: Universitatea Craiova.
No entanto, com uma entrada surpreendente em Craiova, o Desportivo de Chaves chegou a estar a vencer 2-0 um surpreendido Universitatea, que, ainda assim, conseguiu dar a volta aos golos de Gilberto e Vermelhinho, graças aos tentos de Ciurea, Vancea e Ghita.
Apesar de tudo, o 2-3 que os flavienses traziam da Roménia era perfeitamente recuperável em Trás-os-Montes e, seguindo o lema “Para lá do Marão mandam os que lá estão”, o Desportivo de Chaves entrou forte na segunda mão e com vontade de dar a volta à eliminatória.
Slavkov e Vermelhinho capitalizaram em golos o ascendente flaviense e o golo de Sandoi a doze minutos do final da partida não evitou o brilharete do Chaves, que, graças ao triunfo por duas bolas a uma, passou à segunda ronda da Taça UEFA.
Honved acabou com o sonho transmontano
Na segunda eliminatória, o Chaves voltava a defrontar um prestigiado emblema da Europa de Leste, o Honved. No entanto, nesta ronda, os flavienses jogavam primeiro no Municipal e só depois viajariam até à Hungria.
Ao contrário do duelo com o Universitatea, o Chaves não soube capitalizar o seu ascendente inicial em golos e foi mesmo a equipa magiar a marcar e por duas vezes, chegando ao minuto 85 a vencer por duas bolas a zero, graças aos golos de de Kovacs e Fodor. A três minutos do apito final, Radi ainda reduziu, mas o 1-2 com que terminou o desafio previa muitas dificuldades para o jogo de Budapeste.
De facto, no duelo na capital da Hungria, os transmontanos não foram capazes de superar os húngaros, ainda que tenham sonhado com a reviravolta, quando Jorginho (79′) respondeu ao tento de Sallai (22′) e empatou a partida.
Essa ilusão, todavia, durou pouco tempo, pois o Honved haveria de marcar por mais duas vezes (Fitos e Kovacs foram os marcadores) e assegurar um triunfo (3-1) que pôs um ponto final no percurso europeu do D. Chaves.
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