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Archive for the ‘Nuno da Silva Jorge’ Category

paulo sérgio

Todas as equipas perdem, todas as equipas têm jogos mal conseguidos, todas as equipas têm azar. Mas, há umas a quem isto acontece mais vezes do que a outras. Há equipas que seguem uma inércia de complicar o que é fácil. Este é o caso do Sporting Clube de Portugal.

Ontem o Sporting jogou frente ao Gent. Um jogo que, à partida, parecia secundário e, aparentemente, menos importante. No entanto, uma equipa como o Sporting, que, nos últimos tempos, tem tido dificuldade em convencer os seus adeptos, não pode desperdiçar uma oportunidade de proporcionar uma exibição convincente, que traga alegria e moral ao mundo leonino.

Menosprezando o adversário, e a importância do próprio jogo, Paulo Sérgio, treinador dos leões, decidiu mexer, drasticamente, na equipa. Aquilo que na gíria é frequentemente referido por “inventar”. Foi isso que Paulo Sérgio fez, mudou a equipa quase toda e inventou uma derrota e um atestado de incompetência, que o universo verde-e-branco lhe atribuiu.

Haverá sempre quem defenda que a rotação do plantel é importante, numa época longa, e que este poderia ser o jogo ideal para o fazer. Esquecem-se que a rotação do plantel é para equipas cimentadas, que estão sólidas ao nível das exibições e dos resultados, a quem um deslize não terá tanto impacto, como a uma equipa que procura, ainda, convencer os seus adeptos.

O que Paulo Sérgio se esqueceu foi que mais uma vitória e uma boa exibição, trazem moral à equipa, que fica mais confiante. Por outro lado, uma derrota torna a equipa mais frágil a nível anímico, tendo resultados directos na sua performance futura e nos comportamentos dos adeptos – que ficam, cada vez mais, com menos expectativas em relação à equipa. Além disto, a memória do treinador dos leões parece ser curta, não se lembrando da história recente, onde o Sporting, o ano passado, com o apuramento da fase de grupos da Liga Europa quase garantido, acabou por complicar a vida, tendo de suar para passar à fase seguinte.

Além destas situações a curto prazo e de resultados imediatos, custa-me ver o Sporting não conseguir pensar, desportivamente, a longo prazo. Uma vitória frente ao Gent, seriam mais pontos preciosos para o ranking europeu de clubes, e o Sporting precisa desses pontos para crescer a nível europeu, não só ao nível do prestígio, mas, também, para evitar confrontos, em fases iniciais de prova, com grande clubes, tendo isto consequências directas a nível económico e desportivo.

Enquanto o Sporting, e responsáveis pela gestão da actividade do clube, não forem capazes de tomar as decisões acertadas, dentro de uma estratégia definida inicialmente, o Sporting continuará a “brindar” os seus adeptos, não com “magia” e ilusão, mas com decepção e falta de crença. Por mais que me esforce, não consigo perceber os critérios das escolhas que são feitas pelo meu clube, levando-me a questionar-me se haverá, mesmo, algum critério.

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O “estado da arte” indica o ponto em que algo deixa de ser um projecto técnico para se tornar uma obra-prima. O video seguinte reflecte a obra prima de JEB, segundo Fernando Tordo.

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Carlos Freitas foi fundamental neste novo Braga

O actual sucesso do Sporting de Braga tem levantado o debate nas comunidades on-line sobre se o Sporting Clube de Portugal devia olhar para o exemplo do clube minhoto. A consistência da equipa de Domingos Paciência, o segundo lugar alcançado na liga e o recente apuramento para a Liga do Campeões (eliminando o Celtic de Glasgow e o Sevilha), não deixam ninguém indiferente.

O que o Braga tem alcançado é notável, tanto a nível desportivo, como de mais valias financeiras. No entanto, as opiniões dividem-se entre os que consideram o Braga um exemplo a seguir e entre os que defendem que o tipo de gestão em questão nunca funcionaria num clube como o Sporting Clube de Portugal. Parece-me lógico que ambas as posições têm a sua veracidade, mas que ignoram as lições mais importantes que o o clube de Lisboa pode, e deve, retirar.

É difícil de ignorar o que tem sido feito em Braga, mas parece-me óbvio que implementar essa gestão, tal e qual, na realidade do Sporting C.P. seria um fracasso. São clubes diferentes, com realidades, dimensões e culturas diferentes, e onde as expectativas são diferentes (pelo menos à partida). No entanto, seria redutor olhar para o sucesso apenas tendo em conta o nível operacional da gestão, pois esta assenta numa determinada cultura e orientação estratégica. E é neste ponto que reside a grande lição que podemos tirar.

A gestão do Braga está adaptada à sua realidade e demonstra ambição, rigor e competência. Por outro lado, a gestão do Sporting está desajustada à realidade e dimensão do clube e cria nos seus adeptos a percepção de falta de ambição, pouco rigor e até falta de competência. Veja-se o exemplo desta época, em que o Sporting não conseguiu adquirir o avançado que o treinador pediu (e para ter um “pinheiro” até se podia ter aproveitado o jogador Purovic). Alguém dentro do Sporting já pensou no efeitos que isto tem na percepção da sua massa adepta sobre o trabalho que tem vindo a ser feito? Não só o treinador não tem o jogador que pediu, como o pediu tarde e à última da hora, e os adeptos acabam por ficar com a sensação que antes da pré-época começar o treinador e a direcção deviam de se ter reunido para definir as características do plantel e não o fizeram. Acabamos por ter a sensação que no Sporting Clube de Portugal existe pouco rigor, planeamento ou orientação estratégica – acabando isto por ter consequências ao nível operacional.

Então, que lições de Braga? É obvio que a gestão do Braga a nível operacional não funciona no Sporting, mas ao nível estratégico, do planeamento e do rigor o Sporting Clube de Portugal tem muito a aprender. Esta é a grande lição que o Sporting de Braga nos dá: uma cultura de ambição, que é sustentada numa estratégia de crescimento desportivo e financeiro, e é implementada de forma planeada, rigorosa e adequada à realidade do clube.

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P. Sérgio ainda acredita na eliminação do Brondby

A 22 de Abril, neste mesmo espaço, critiquei a escolha de Paulo Sérgio para treinador do Sporting. Afirmei que não entendia o critério que originou a sua escolha e que poderia ser cedo para o actual treinador do Sporting treinar um clube grande. Infelizmente, após uma pré-epoca com indicadores positivos, este início de época veio dar razão ao cepticismo em relação ao treinador.

Os dois jogos disputados para o campeonato e o jogo em casa com o Brondby dão sinais de alarme que a equipa do Sporting não está preparada para jogar ao nível que se espera. Sinais que não têm directamente a ver com a qualidade dos jogadores do clube, mas com a orientação a que estão submetidos. Vejamos:

a) A equipa leonina é, neste momento, uma equipa desorganizada em campo, com uma defesa macia e um ataque incapaz de criar movimentos de rotura. Durante a pré-epoca foi construída uma equipa tipo, com rotinas e um estilo de jogo. No primeiro jogo da liga o treinador decidiu mudar a estrutura base da equipa.

b) Em casa, frente ao Marítimo, jogou com um meio campo demasiado defensivo e a exibição da equipa foi cinzenta, acabando por ser brindada pela sorte, com uma grande penalidade no final do encontro.

c) Contra o Paços de Ferreira, perante a lesão de Pedro Mendes, o treinador deixou os médios defensivos de fora e colocou um defesa central naquela posição. Para além de não ser a melhor forma de motivar os médios do plantel (que se vêm preteridos em função de um jogador que não joga naquela posição), colocou um jogador que não tinha rotinas ou experiência do lugar e conseguiu, não só, criar uma alteração na estrutura da equipa, criou duas – já que retirou Carriço da defesa, sendo necessário preencher aquele lugar. Um erro primário, pois numa altura em que a equipa necessitava de ganhar rotinas e consistência pedia-se que as mexidas na equipa fossem no menor número possível.

d) A insistência em Matias Fernandez como extremo direito. O jogador não tem características para jogar na ala, muito menos quando não foi rotinado para o lugar durante a pré-época. E Vukcevic tinha vindo a ser o melhor jogador da equipa, a jogar nessa mesma posição. Dois  erros.

e) O Sporting está à beira de ser eliminado das competições europeias antes do mês de Agosto terminar, por uma equipa muito inferior ao potencial leonino, após derrota em casa por 0-2. Não me vem à memória um ano em que tal tenha acontecido.

Sinais de que se afigura uma época difícil com as respectivas consequências ao nível desportivo e económico.

Perante este cenário, Paulo Sérgio joga hoje a sua primeira final como treinador do Sporting. O seu espaço encontra-se reduzido e só uma série de boas exibições e vitórias pode reconquistar os adeptos. O sinais não são animadores, nem permitem índices de confiança muito elevados. Mas, conseguirá o técnico verde e branco colocar a equipa a jogar ao nível esperado?

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Rolando Portugal

Rolando, uma alternativa para o centro da defesa

Rolando Jorge Pires da Fonseca, conhecido simplesmente por Rolando, é um central de 24 anos que actua no FC Porto. Apesar de ser presença regular nas convocatórias de Carlos Queirós, o seu espaço na equipa é reduzido e a sua utilização passará por circunstâncias muito especiais.

Rolando começou nas camadas jovens do S.C. Campomaiorense, mas chegou ao Belenenses antes de completar a sua formação. Na equipa do Restelo, estreou-se na primeira divisão na temporada 2004/05, onde jogou os 30 jogos da liga, ajudando a equipa a chegar ao 8º lugar. Durante quatro épocas jogou em Belém, como titular até se transferir para o FC Porto (2008/09), com o objectivo de ser o substituto de Pepe. Agarrou de imediato a titularidade, onde, à dois anos, joga com regularidade.

Rolando é um central alto (1,89m) e rápido, jogando bem na antecipação e fazendo exibições regulares. No entanto, peca por ser um defesa demasiado “mole” e com um fraco sentido posicional, acabando por ser demasiado passivo em alguns lances. A sua utilidade passa por jogar ao lado de um defesa duro e forte na marcação, como acontece no FC Porto, onde faz dupla com Bruno Alves.

Na selecção, conta com menos de dez jogos, mas muitas presenças em convocatórias, o que dá a entender que para Queirós, Rolando pode ser uma aposta de futuro. No entanto, a sua utilidade neste mundial acabará por estar reduzida à necessidade de povoar a grande área na defesa de um resultado, ou na eventualidade de dois dos seus colegas que jogam centro da defesa estiverem indisponíveis.

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Ruben amorim

Chegou à última da hora e pode ser uma mais valia

Apesar de muitos defenderem a sua presença nos convocados de Queirós, apenas foi chamado à última da hora para substituir Nani. Aos 25 anos, Ruben Filipe Marques Amorim é um jogador completo e num bom momento de forma, que poderá ser muito útil à selecção nacional.

Começou como médio e ez a sua formação no Belenenses, onde estreou-se no campeonato português em 2003, na vitória frente ao Alverca (2-0 no restelo). Mas foi na época 2005/06 que se estabeleceu como peça fundamental da equipa treinada, fazendo três épocas em bom plano – duas das quais onde foi orientado pelo seu actual treinador, Jorge Jesus. Em 2007, apesar do interesse de vários clubes (incluindo o Benfica, Sporting de Braga, FC Porto, Shalke 04 ou Tottenham), Ruben rejeita uma possível transferência. Na temporada seguinte (2008/09), muda-se para o Benfica, após o seu vínculo ao Belenenses expirar, e foi titular indiscutível, efectuando exibições de grande regularidade e consistência. Esta época, com a chegada de Javi Garcia e Ramires, perde espaço no meio campo, mas acaba por ser adaptado a defesa direito, onde faz um grande final de época.

Ruben Amorim é um jogador inteligente, dedicado e bom tacticamente. Não sendo um prodígio técnico, tem um domínio da bola interessante para as posições onde joga. A sua capacidade de preencher os espaços e “ler o jogo”, permitem-lhe que actue no centro do terreno e no lado direito da defesa sem perder a consistência da sua performance. Como lateral, não é especialmente rápido, mas a sua inteligência em campo permite-lhe uma gestão impecável das suas movimentações pelo corredor. O seu ponto fraco é o jogo aéreo, não sendo alto (1,80m), nem tendo uma impulsão acima da média, acaba por ser um alvo fácil neste aspecto.

Ruben esteve presente das camadas jovens da selecção portuguesa, participando no campeonato europeu de sub-21 (2007) e nos Jogos Olímpicos desse mesmo ano. A sua chamada ao mundial aconteceu com a lesão de Nani e jogou logo o primeiro jogo da competição.

Perante a sua boa forma e qualidade como jogador, poderá ser uma alternativa viável para o lado direito da defesa ou como interior (num 4-4-2 losango). Mas, se quiser agarrar um lugar no onze, terá de mostrar nos treinos o que os seus colegas mostraram durante dois anos às ordens de Queirós.

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miguel portugal

Miguel na selecção de portugal

Jogador importante no passado recente da selecção portuguesa, Miguel, de 30 anos, tem perdido espaço na equipa das quinas. Perante as alternativas existentes para o lugar de defesa direito, será Miguel, ainda, uma mais valia?

Começou a sua carreira, como extremo direito, no Estrela da Amadora, onde jogou até se transferir para o Benfica em 2000. No clube da luz, jogou durante cinco temporadas, conquistou um campeonato e uma taça de Portugal, e fez a sua transição para a posição que o viria a consagrar como jogador: defesa direito. As boas exibições de águia ao peito e com a camisola da selecção nacional fizeram despertar o interesse de clubes de campeonatos mais competitivos, e em 2005, Miguel assina um contracto com o Valencia FC, numa transferência de 7,5 milhões de euros. Em Espanha, afirma-se na primeira equipa e ganha o lugar de defesa direito, tendo, em cinco anos, completado 132 jogos na primeira liga espanhola.

Na selecção, Miguel estreou-se em 2003, frente à Itália, mas foi no Euro2004 que brilhou, fazendo um grande campeonato e afirmando-se como um dos melhores laterais do futebol europeu. Nos últimos tempos, tem perdido espaço na selecção, em especial pela ascensão de Bosingwa. Mas, a lesão do lateral do Chelsea facilitou a sua presença entre os 23 convocados para o mundial da África do Sul.

Miguel caracterizou-se por ser um lateral aguerrido, rápido e bom no apoio ao ataque. No entanto, tem vindo a perder o seu fulgor e velocidade, já não sendo tão temível no apoio ao ataque, nem capaz de recuperar tão bem a posição quando sobe pelo corredor direito. O seu sentido posicional não é muito forte, e se, noutros tempos, colmatava esse facto com velocidade na recuperação dos espaços, hoje em dia, essa debilidade encontra-se mais exposta. É indiscutível que continua a ser um bom jogador, mas poderá já não ser a mais valia que a selecção necessita, em especial por ter vindo a perder a capacidade de desequilibrar naquelas que eram as suas mais valias.

Paulo Ferreira é a primeira escolha de Carlos Queirós para o lado direito da defesa e Miguel, provavelmente, não terá a oportunidade de jogar neste mundial. Especialmente, pela chegada de última hora de Rúben Amorim, que se demonstrar nos treinos a boa forma com que acabou a época, poderá mesmo discutir um lugar no onze inicial.

Tendo em conta o seu historial e qualidade, não podemos afirmar que Miguel é um jogador a mais na selecção. Mas, em função das alternativas existentes, Miguel será apenas mais um jogador que Carlos Queirós decidiu incluir na sua convocatória para o campeonato do mundo.

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Bem aproveitado Liedson pode ser letal

Liedson, aos 32 anos, é um ponta de lança que dispensa apresentações. Chegou como o reforço que Portugal precisava na fase de apuramento e acabou por ser decisivo. Neste mundial pede-se golos ao “levezinho”, que se tiver oportunidades para o fazer, certamente as concretizará.

Começou por jogar ao nível amador e só chegou a uma carreira profissional aos 22 anos, no Coritiba Foot Ball Club (2001/02). Seguiram-se o Clube de Regatas do Flamengo e o Sport Club Corinthians Paulista, até que, em 2003, chega a Portugal para jogar no Sporting Clube de Portugal. 

Chegou ao Sporting pela verba de dois milhões de euros e cedo ganhou o seu lugar na equipa, pelos seus golos, exibições e influência no jogo colectivo. Considerado, por muitos, como um dos melhores avançados da história verde e branca, ao lado de Peyroteo, Yazalde, Manuel Fernandes, Acosta ou Jardel, apontou mais de cem golos na liga portuguesa (111), foi o melhor marcador do campeonato português em 2005/05 e em 2006/07, venceu duas edições da Taça de Portugal e também foi peça em destaque na caminhada leonina até à final da Taça UEFA (2004/05).

Apesar de ter nascido no Brasil, Liedson demonstrou interesse em jogar na selecção portuguesa e representar o país que considera a sua casa: “Se um dia for chamado para jogar [na selecção portuguesa], não vou hesitar por um segundo, porque sinto-me em casa, em Portugal”. Com o final de carreira de Pauleta, o lugar de ponta de lança da selecção ficou em aberto até ao momento que Liedson adquiriu a nacionalidade portuguesa e foi chamado para representar a equipa das quinas. A sua estreia foi coroada com um golo decisivo, a evitar a derrota, frente à Dinamarca, e voltou a marcar frente à Hungria, tendo um papel decisivo na fase final do apuramento.

Com 1,75m e 63kgs, Liedson é um avançado fora do vulgar. As suas características não encaixam no que se pode esperar de um ponta de lança típico. No entanto, a sua qualidade é um dado adquirido. Dotado de requinte técnico, tem um faro de golo fora do comum e uma inteligência em campo invulgar, que fazem dele um pesadelo para qualquer defesa. Já não tem a velocidade de outros tempos, mas a sua mobilidade, posicionamento e agilidade continuam presentes, fazendo de Liedson um jogador letal e inesperado. Apesar da estatura baixa, tem uma impulsão notável e um jogo de cabeça tecnicamente evoluído, fazendo dele uma ameaça pelo ar. O seu ponto fraco, é sem dúvida o seu fraco poder de choque, tornando essencial que jogue com um companheiro, mais possante, por perto.

Liedson é um avançado de categoria e indiscutivelmente uma mais valia na selecção. No entanto, o seu rendimento é maior num sistema de 4-4-2, do que no habitual 4-3-3 com que a selecção joga. Queirós terá de tirar o melhor rendimento dos jogadores que tem ao seu dispor. Não faz sentido adaptar os jogadores a um esquema onde estão sub-aproveitados e onde não existe tempo para os adaptar a um outro sistema. Pede-se a Queirós que, quando jogue em 4-3-3, um dos extremos entre mais no meio para apoiar Liedson, compensado na ala com a subida de um dos laterais – neste campo, Fábio Coentrão poderá ser decisivo no apoio ao ataque.

Frente à Costa do Marfim, Liedson esteve sozinho na frente de ataque e o rendimento da equipa foi quase nulo. Parece-nos lógico, que o “levezinho” pode ser decisivo, mas terá de jogar mais apoiado.

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Como extremo ou segundo avançado, é indiscutivelmente o melhor jogador português e para muitos o melhor do mundo, tem a oportunidade de se afirmar ao nível das selecções de futebol e fazer a diferença nos relvados da África do Sul. Portugal conta com um Ronaldo no seu melhor.

Chegou da ilha da Madeira em 1997 para a academia do Sporting e cedo mostrou o seu talento. Tornou-se no único jogador a jogar em três escalões jovens, equipa B e primeira equipa numa só época. Na sua estreia na equipa princial (2007/03) marcou dois golos frente ao Moreirense, Mas o talento de Ronaldo cedo se mostrou maior do que o futebol português e na época seguinte seria jogador do Manchester United.

Em Manchester chegou ao topo do futebol mundial, afirmando-se como um dos melhores do mundo e foi decisivo nas conquistas da Premier League (por três vezes), Campeonato do Mundo de Clubes, Liga dos Campeões, Taça de Inglaterra, Taça da Liga Inglesa (duas vezes) e Supertaça de Inglaterra. Ao longo do seu percurso em Inglaterra, ganhou vários troféus individuais, incluindo o de melhor jogador do mundo. Em Junho de 2009, ruma a Madrid para jogar no Real, numa transferência recorde, tanto ao nível financeiro como mediático – a sua apresentação perante 80 mil pessoas, ultrapassou a de Maradona, no Nápoles, em 1984. Fez uma excelente época no Real Madrid, sendo fundamental para a equipa, mas apesar das boas prestações, viu a sua equipa viver na sombra do Barcelona de Messi.

Na selecção, estreou-se em 2003 e participou em todas as provas deste então: Euro 2004, Mundial 2006 e Euro 2008. Apesar de se afirmar cedo como uma peça fundamental para a equipa nacional, as suas exibições mais recentes têm sido apagadas e já não marca, em jogos oficiais, à dois anos – desde a vitória frente à República Checa, no Euro 2008.

Ronaldo é um jogador de qualidade inquestionável e capaz de resolver um jogo com um lance de génio. Apesar de, por vezes, ser um pouco individualista e ainda ter uma grande margem de progressão ao nível táctico e de leitura de jogo, as suas qualidades individuais emergem com naturalidade. Rápido, de drible e técnica apurada e forte no confronto físico, é letal no um-para-um. O seu excelente remate, tanto colocado como com força, fazem dele um perigo em qualquer lugar do campo e em lances de bola parada. Também joga bem de cabeça, podendo ser uma mais valia nos lances pelo ar.

No esquema da selecção, Ronaldo deverá jogar como extremo (num 4-3-3) ou como segundo ponta de lança (num 4-4-2 losango), dando velocidade e criatividade no apoio ao ponta de lança da equipa. Muitos defendem que Ronaldo deveria mesmo jogar como ponta de lança, mas, apesar de não ser descabido, Ronaldo não é um matador, nem um jogador de área, sendo mais útil quando joga solto, com mais liberdade e vindo de trás.

Ronaldo não necessita de provar que é um jogador de topo, mas, para se afirmar como uma lenda do futebol mundial, necessita de se impor ao nível das selecções – como fez Maradona, Cruyff ou Zidane. Há uma relação reciproca entre o jogador e a selecção: Portugal precisa do seu melhor Ronaldo e Ronaldo precisa de estar no seu melhor na selecção. Esperamos que dentro de uma hora (jogo com a Costa do Marfim) Ronaldo mostre todo o seu valor.

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O mágico mostra-se na África do Sul

Já não tem o fulgor de outros tempos, mas continua a ser um jogador de classe, capaz de desequilibrar uma partida. Anderson Luís de Souza, mais conhecido por Deco, tem 32 anos, e joga no centro do terreno, especialmente como número 10.

Começou a jogar no Nacional Atlético Clube, de São Paulo, onde deu nas vistas até se transferir para o Corinthians. A sua chegada a Portugal ocorreu em 1997, aos 18 anos, para jogar no Benfica. Mas, apesar das boas indicações dadas nos treinos, o clube decidiu emprestar Deco ao Alverca, para jogar na segunda liga. No seu regresso, foi dispensado do Benfica pelo treinador Graeme Souness, que não acreditava no seu potêncial, e acabou por rumar ao Salgueiros (1998/99), onde jogou 12 encontrou e despertou o interesse do FC Porto, para onde se tranferiu durante o mercado de inverno.

No FC Porto, afirmou-se sobre o comando de José Mourinho e foi figura importante na equipa durante as conquistas de 2003 e 2004 – dois campeonatos, uma taça de Portugal, uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões. Transfere-se para o Barcelona em 2004 e volta a conhecer o sucesso, vencendo o campeonato espanhol por duas vezes e a liga dos campeões por uma. Após três épocas no onze inicial, perdeu espaço na equipa na época 2007/08 e desagradado com a situação, transfere-se na época seguinte (2008/09) para o Chelsea, onde joga à duas épocas e conquistou um campeonato de Inglaterra.

Apesar de ter nascido no Brasil, no momento em que adquiriu a nacionalidade portuguesa, Deco passou a ser uma opção válida para a selecção de Portugal. Após meses de debate público sobre a sua eventual chamada, Scolari convoca-o para um particular frente ao Brasil e Deco estreia-se na selecção com o golo da vitória de Portugal (2-1). Desde então, tem estado presente nas convocatórias da selecção portuguesa, tendo sido uma peça fundamental nas campanhas no Euro2004, Mundial 2006 e Euro2008.

Deco é um jogador de técnica apurada, visão de jogo e precisão no passe. Já não tem o pulmão, nem a velocidade de outros tempos, mas continua a ser uma mais valia difícil de substituir. Tem no seu drible curto e remate de meia distância, duas armas capazes de desequilibrar um jogo, mas a sua capacidade táctica e disponibilidade defensiva são também importantes para travar as iniciativas adversária, quando é necessário defender. O seu maior pecado dentro de campo é o nível de risco em coloca nos lances que protagoniza, muitas vezes perdendo a posse de bola por tentar efectuar passes de dificuldade elevada.

Será um titular indiscutível e pede-se que Deco dê a criatividade que o meio campo da selecção precisa. Devido à sua idade, esta competição poderá ser a sua última fase final, o que lhe poderá dar alguma motivação extra para uma despedida em grande – Portugal agradeceria.

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