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Posts Tagged ‘Taça das Taças’

Greaves era um prolífico goleador

Greaves era um prolífico goleador

Tal como sucedia com o germânico Gerd Müller, era um daqueles pontas de lança que valiam, acima de tudo, pelos golos que marcava, merecendo inclusivamente uma definição perfeita de Bill Nicholson: “Tudo o que ele fez esta tarde foi marcar aqueles quatro golos…” Aliás, é sintomático que tenha sido, na sua época, e com apenas 21 anos, o mais jovem futebolista a atingir os 100 golos na Liga, podendo ainda gabar-se de ter sido campeão do Mundo pela Inglaterra em 1966 e de ter participado num dos períodos mais gloriosos da história do Tottenham.

Explodiu no Chelsea

James Peter “Jimmy” Greaves nasceu a 20 de Fevereiro de 1940 em Essex, Inglaterra, tendo começado a sua carreira profissional no Chelsea, clube onde somou 132 golos em 169 jogos, isto entre 1957/58 e 1960/61.

Esse excelente desempenho no clube londrino, aliás, valeu-lhe o acesso à selecção inglesa e uma transferência para o AC Milan no Verão de 1961, ainda que Jimmy Greaves nunca se tenha adaptado verdadeiramente ao futebol italiano, abandonando os “rossoneri” após marcar “apenas” nove golos em 14 jogos.

Momentos de glória no Tottenham

Afinal, ainda a meio dessa temporada de 1961/62, Jimmy Greaves regressou a Inglaterra, mas para representar um grande rival do Chelsea, mais concretamente o Tottenham, clube no qual jogaria até 1969/70.

Nessa fase, aliás, contribuiu para uma época gloriosa dos “spurs”, somando 268 golos em 381 jogos e ajudando o emblema londrino a conquistar duas Taças de Inglaterra, uma Taça das Taças e duas Supertaças.

Campeão do Mundo pela Inglaterra

Nesse período em que se assumia como grande goleador do Tottenham, o ponta de lança viveu também momentos verdadeiramente épicos pela selecção inglesa, tendo ganho o Mundial 1966 e participado ainda no Mundial 1962 e no Euro 1968.

Ao todo, os seus números pela selecção dos “três leões” são mesmo impressionantes, uma vez que Jimmy Greaves somou 57 internacionalizações e apontou 44 golos, numa média de 0,77 golos/jogo.

West Ham e o declínio

Abandonando os “spurs a meio da temporada 1969/70, Jimmy Greaves rumou ao West Ham, onde na época e meia seguinte ainda haveria de somar 13 golos em 40 jogos.

Nessa fase, contudo, começou por perder a motivação para jogar futebol, acabando por retirar-se e enveredar pelo alcoolismo. Alguns anos mais tarde, ainda voltaria aos relvados, mas apenas em representação de clubes modestos como o Brentwood, Chelmsford City, Barnet e Woodford Town, e isto quando obviamente era apenas uma sombra do outrora grande goleador dos anos 60…


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Quando pensamos no futebol bávaro e, mais concretamente, em clubes de Munique, o conjunto que vem imediatamente à cabeça é o colosso Bayern, clube onde passaram estrelas como Beckenbauer, Gerd Müller ou Klinsmann e que ganhou inúmeros títulos germânicos e internacionais. Todavia, o primeiro clube de Munique a disputar o principal campeonato alemão foi outro, um conjunto agora modesto, mas que fez parte da génese do futebol alemão, o 1860 Munique. Apesar de só ter conquistado um campeonato alemão em contraponto com os 22 conquistados pelo Bayern, o 1860 Munique pode sempre se orgulhar de o ter feito  antes do primeiro título do clube de Beckenbauer e esse crédito, diga-se, nunca ninguém nunca lhe pode tirar.

Fundado em 1860, chegou à Bundesliga em 1964 e conquistou-a em 1965/66

O 1860 Munique, como o nome indica, foi fundado em 1860 e criou o seu departamento de futebol em 1899. Até à década de 60 do século XX, o futebol germânico não tinha qualquer campeonato nacional, sendo as equipas integradas em ligas regionais e apenas disputando uma Taça nacional. Nessa fase, o 1860 Munique destacou-se por ter conquistado o campeonato bávaro em 1941 e 1943 e a Taça da Alemanha em 1942.

Em 1963/64, criou-se a Bundesliga e o 1860 Munique garantiu a entrada nessa nova competição ao vencer o campeonato regional do sul da Alemanha no ano anterior. Nessa mesma época em que se estreou no principal campeonato, o 1860 Munique voltou a conquistar a Taça da Alemanha, somando, dessa forma, a segunda da sua história.

Para termos uma noção da importância que foi essa entrada rápida na Bundesliga, devemos dizer que o Bayern, por exemplo, só conseguiu entrar no principal campeonato alemão em 1965/66, ou seja, duas temporadas depois do seu vizinho de Munique. Esse ano de estreia do Bayern foi, também, o ano mais importante da história do 1860 Munique, pois foi a temporada em que o clube conquistou o seu único título da Bundesliga.

Disputou final europeia em 1964/65

Em 1964/65, no rescaldo de ter conquistado a Taça da Alemanha na temporada anterior, o 1860 Munique disputou a Taça das Taças, efectuando campanha de luxo que só pararia na final.

De facto, depois de eliminar o Union Luxemburgo, o FC Porto, o Légia Varsóvia e o Torino, o clube bávaro chegou à final, onde defrontou o poderoso clube inglês do West Ham.

No duelo decisivo, o clube londrino foi mais feliz e superou o 1860 Munique por 2-0. Todavia, esta é, até hoje, a melhor campanha europeia de sempre do 1860 Munique.

Declínio começou nos anos 70

Depois do excelente inicio da década de 60, o 1860 Munique começou a perder gás no contexto futebolístico alemão, acabando por descer de divisão no final da época 1969/70.

A partir daqui, o clube entrou numa era de sete anos no segundo escalão, passando depois por uma fase de clube “io-io.” Ou seja, andava entre o primeiro e segundo escalão sem se cimentar em nenhuma das provas.

Em 1982, o clube bávaro haveria de conhecer um dos momentos mais tristes da sua história, ao ver-se relegado ao terceiro escalão, situação que surgiu em virtude de uma grave crise financeira.

Regresso ao primeiro escalão surgiu em 1994

Em 1993/94, o clube de Munique terminou a 2ª Bundesliga em terceiro lugar e conseguiu regressar finalmente ao primeiro escalão do futebol alemão. Desta feita, o clube bávaro permaneceu dez temporadas na Bundesliga, destacando-se o quarto lugar averbado em 1999/2000 e que permitiu que o 1860 Munique disputasse as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões na temporada seguinte.

Em 2003/04, porém, o clube bávaro haveria de descer novamente ao segundo escalão, mantendo-se o 1860 Munique na 2ª Bundesliga até aos dias de hoje.

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Eilts com a camisola do Werder Bremen

Conhecido como o Alemão da Frísia Oriental, não por ser obviamente germânico, mas por se parecer futebolísticamente com o emblemático internacional brasileiro Alemão, Dieter Eilts marcou uma época no futebol germânico, tanto ao serviço do Werder Bremen, seu clube de sempre, como da selecção alemã. Duas vezes vencedor da Bundesliga e tendo ajudado a Alemanha a conquistar o Euro 96, o raçudo, mas elegante médio-centro será sempre um futebolista que deixará muitas saudades, pelas excelentes exibições que ofereceu aos adeptos do Werder Bremen e da selecção alemã de futebol.

Uma carreira inteira ao serviço do Werder Bremen

Dieter Eilts nasceu a 13 de Dezembro de 1964 em Upgant-Schott, República Federal da Alemanha, tendo actuado no Werder Bremen toda a sua carreira futebolística.

Nesse clube alemão, efectuou 390 jogos (7 golos) entre 1985 e 2002, tendo conquistado dois campeonatos alemães, três taças da Alemanha e uma Taça das Taças. 

Curiosamente, o único título europeu de clubes foi conquistado em Lisboa, em 1992, numa final em que o Werder Bremen superou o Mónaco de Rui Barros por duas bolas a zero.

Peça importante na conquista do Euro 96

Internacional alemão por 32 ocasiões, Dieter Eilts apenas participou numa grande competição internacional ao serviço da Alemanha, o Euro 96, competição que, curiosamente, a equipa germânica haveria de vencer.

Surpreendentemente chamado por Otto Rehhagel, que o conhecia bem do Werder Bremen, Eilts acabou por conquistar a admiração de quem tanto torceu o nariz à sua convocação, sendo a sua generosidade na recuperação defensiva o principal factor que permitiu que Matthias Sammer se destacasse em perigosas incorporações ofensivas.

Após a retirada, Eilts tornou-se treinador, tendo já treinado a selecção sub-21 alemã e o Hansa Rostock.

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A festa bracarense da conquista da Taça de Portugal

A estreia europeia do Sporting de Braga deu-se no longínquo ano de 1966, o mesmo da primeira participação portuguesa no campeonato do Mundo e esse direito deu-se após os arsenalistas terem superado o Vitória de Setúbal (1-0) na final da Taça de Portugal de 1965/66, graças a um golo do argentino Perrichon. Era outro Braga, bem distante da qualidade do actual, mas, ainda assim, a equipa arsenalista arrancou para uma bela campanha na Taça das Taças de 1966/67, tendo mesmo conseguido alcançar a segunda eliminatória após eliminar de forma bastante surpreendente os favoritos gregos do AEK Atenas.

Dois triunfos marcaram superioridade bracarense sobre o AEK

O sorteio “uefeiro” colocou o Braga no caminho de um clube helénico na primeira eliminatória da Taça das Taças, no caso, o AEK Atenas. Na primeira mão, disputada na capital grega, esperava-se um jogo muito complicado para o conjunto arsenalista, todavia, a equipa bracarense surpreendeu tudo e todos ao alcançar um magro triunfo por 1-0, graças a um golo de Silva (24 min.).

Assim sendo, para a segunda mão, havia confiança que os bracarenses iriam conseguir chegar à fase seguinte e, de facto, assim foi. Na capital do Minho, o Sp. Braga superou o AEK por 3-2, graças a um golo de Estevão e bis de Perrichon, que contrariaram um golo madrugador de Papaioannou e um autogolo de Coimbra.

Arsenalistas não resistiram à força magiar

Na segunda eliminatória, calhou em sorte ao Sp. Braga um adversário húngaro, o Gyori ETO, clube que ninguém achava superior ao AEK e que, como tal, seria passível de ser superado pelos bracarenses. Contudo, na primeira mão disputada em Gyor, os arsenalistas não resistiram à superioridade húngara, acabando por sucumbir por 3-0.

Apesar do pesado desaire, o Sp. Braga não desistiu de procurar o apuramento na segunda mão, arrancando para uma grande exibição no seu Estádio. Ali, em Braga, os arsenalistas estiveram mesmo muito perto de igualar a eliminatória, todavia, acabaram por só ganhar por 2-0, graças a bis de Perrichon.

Assim sendo, pela falta de um miserável tento, terminava a saudosa primeira participação do Sporting Clube de Braga numa prova organizada pela UEFA.

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No Verão de 1993, o Sporting recebia o sorteio da 1ª Eliminatória da Taça UEFA com desconfiança. O adversário era um desconhecido clube turco da cidade de Ízmit, que nunca tinha participado em competições europeias, mas que havia terminado o último campeonato turco na quarta posição e tinha nas suas fileiras jogadores de qualidade como o guarda-redes internacional jugoslavo Omerovic, os defesas também jugoslavos Kuzmanovski e Mirkovic, para além do avançado-centro internacional turco Saffet. Apesar das duas Taças da Turquia conquistadas pelo Kocaelispor, este foi o momento mais alto da história do clube turco, o momento em que defrontou e complicou a vida a um clube que tinha um plantel com jogadores como Figo, Balakov, Paulo Sousa, Valckx ou Juskowiak.

O Kocaelispor joga no İsmet Paşa Stadium

Fundado em 1966, chegou à primeira divisão em 1980

O Kocaelispor Kulübü foi fundado em 1966 como uma fusão dos clubes Baçspor, İzmit Gençlik e Doğanspor mas apenas conseguiu chegar ao primeiro escalão do futebol turco em 1980, tendo permanecido na primeira divisão durante oito anos consecutivos até ser relegado ao segundo escalão em 1988.

Nesse período, a equipa havia descido desportivamente uma vez em 1986/87, contudo, nessa altura, acabou por ser salvo por um verdicto do Conselho de Estado da Turquia.

Cadete marcou um dos golos ao Kocaelispor

A grande campanha de 1992/93 garantiu ao Kocaelispor um confronto com o Sporting

Em 1992, o Kocaelispor regressou à primeira divisão turca e fê-lo em grande estilo. Com uma grande equipa com jogadores como Omerovic, Saffet, Bülent Uygun ou Mirkovic, o Kocaelispor dobrou a primeira volta em primeiro lugar e só uma série de derrotas na segunda metade do campeonato acabou por evitar que o clube de Ízmit conquistasse o título e tivesse que se contentar com o quarto lugar.

Esse quarto lugar, porém, garantiu ao Kocaelispor a presença na Taça UEFA de 1993/94, tendo a equipa turca defrontado o Sporting logo na primeira eliminatória. A primeira mão, em Ízmit, foi dominada pelo Kocaelispor e só a felicidade impediu que os leões saíssem da Turquia com um resultado bem pior que o 0-0 averbado.

Em Alvalade, todavia, a maior experiência internacional do clube português fez a diferença e o Sporting, com golos de Cadete e Pacheco, venceu por 2-0 e terminou de forma precoce a primeira participação do Kocaelispor em provas da UEFA.

Taça de 2002 foi último grande título

Venceu a Taça da Turquia em 1997 e 2002

Depois da grande equipa de 1992/93, o Kocaelispor destacou-se com o quinto lugar na temporada 1995/96, além de ter conquistado as taças da Turquia em 1996/97 (1-0 e 1-1 ao Trabzonspor na final) e 2001/02 (4-0 ao Besiktas no jogo decisivo).

Nesse período, a equipa também regressou às competições europeias, tendo estado na Taça das Taças em 1997/98, quando eliminou os romenos do National Bucareste (2-0 e 1-0) para depois cair diante dos russos do Lokomotiv Moscovo (0-0 e 1-2) e na Taça UEFA em 2002/03, quando não passou da primeira ronda, esmagado pelos húngaros do Ferencváros (0-1 e 0-4).

Adeptos continuam a apoiar cegamente o clube

Entrou em queda a partir de 2003

Em 2003, o Kocaelispor desceu novamente à segunda divisão, tendo permanecido no escalão secundário até 2007/08, quando conquistou o campeonato e o direito a regressar ao escalão principal. A estadia na primeira divisão, todavia, havia de ser curta e o Kocaelispor haveria de voltar a descer, minado pelo insucesso desportivo (foi 17º) e por uma enorme crise financeira.

No final de 2009/10, a crise do Kocaelispor assumiu contornos ainda mais dramáticos, pois o clube de Ízmit foi relegado para o terceiro escalão do futebol turco, divisão onde se encontra ainda hoje, desesperando os inúmeros adeptos que o clube tem na Turquia, nomeadamente na zona de Marmara e do Mar Negro.

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Quando pensamos no futebol do Liechtenstein, lembramo-nos de uma selecção que outrora foi fraquíssima, mas que já começa a dar algum ar da sua graça no futebol internacional (quem não se lembra do 2-2 diante da selecção portuguesa) e, acima de tudo, do clube mais representativo do minísculo país dos Alpes, o FC Vaduz. Todavia, o futebol do principado não se esgota na selecção nacional e na equipa que já actuou no primeiro escalão do futebol suíço, sendo que hoje vamos falar do FC Balzers, onze vezes vencedor da Taça do Liechtenstein e, neste momento, a disputar o terceiro escalão do futebol helvético.

Onze títulos em quase oitenta anos de história

O FC Balzers foi fundado em 1932 e sempre actuou nos escalões secundários do futebol suíço, pois o Liechtenstein jamais teve um campeonato nacional.

Desde a sua fundação, os momentos de glória do clube do principado resumem-se às vitórias na Taça do Liechtenstein, sendo que o clube já venceu esse título por onze vezes (1964, 1973, 1979, 1981, 1982, 1983, 1984, 1989, 1991, 1993 e 1997). Para além dos onze triunfos, o clube também já foi finalista vencido da prova mais importante do Liechtenstein por treze ocasiões.

Neste momento a disputar a 1. Liga (terceiro escalão do futebol suíço), o FC Balzers é o segundo clube mais importante do Liechtenstein, sendo que apenas o FC Vaduz, se encontra a sua frente, pois soma 40 taças do Liechtenstein e disputa a Challenge League, ou seja, o segundo escalão do futebol helvético.

Duas participações nas competições europeias

A conquista das taças nacionais de 1993 e 1997 garantiu ao FC Balzers duas históricas participações nas competições europeias, sendo que se trata apenas de um dos únicos três clubes do Liechtenstein a disputarem uma prova europeia para além do FC Vaduz (17 vezes) e FC Schaan (1 vez).

Na primeira participação, 1993/94, o clube fez logo história, pois foi a primeira equipa do Liechtenstein a superar uma eliminatória europeia, ultrapassando o Albpetrol Patos da Albânia (3-1 e 0-0) na fase de qualificação da Taça das Taças. Infelizmente para o clube do principado, a eliminatória seguinte foi bem menos agradável, com o FC Balzers a ser esmagado pelos búlgaros do CSKA Sófia (0-8 e 1-3).

Em 1997/98, o clube do Liechtenstein haveria de regressar à Taça das Taças, contudo, desta feita, nem sequer passou da fase de qualificação, vergado a uma dupla derrota (1-3 e 0-2), diante do BVSC Budapeste húngaro.

Mario Frick com a camisola do Liechtenstein

O clube que revelou Mario Frick

A maior estrela do futebol do principado é claramente o agora veterano ponta de lança Mario Frick, jogador que representou clubes como o Verona, Basileia, FC Zurique, Grasshoppers ou Siena, além de já somar 104 internacionalizações e 16 golos pela selecção do Liechtenstein.

O que poucos sabem é que o atacante iniciou a carreira em 1990, precisamente no FC Balzers, onde somou 49 golos e chamou a atenção do St. Gallen, que o contratou e permitiu-lhe iniciar uma interessante carreira internacional que o fez percorrer vários clubes estrangeiros e tornar-se o primeiro jogador do Liechtenstein a actuar em Itália.

Curiosamente, em 2011, após dezassete anos a jogar fora do seu país, Mario Frick regressou ao ponto de partida, ou seja, ao FC Balzers, onde, mesmo aos 37 anos, tenta ajudar o clube onde iniciou a sua carreira a, quem sabe, subir mais um degrau na sua ascensão futebolística.

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Benfica 96/97

Após ter conquistado a Taça de Portugal em 1995/96, numa final em que venceu o Sporting por 3-1 e que ficou tristemente célebre pelo episódio do Very-Light, o Benfica ganhou o direito de participar na Taça das Taças da temporada seguinte, entrando para a competição com legítimas aspirações a fazer uma boa campanha. Tratou-se, de facto, de uma participação digna, mas que acabou travada pela qualidade de jogadores como Rui Costa e Batistuta que foram fulcrais na eliminação dos encarnados, nos quartos de final da então segunda competição mais importante da UEFA.

1ª Eliminatória: Benfica 5-1/0-0 Ruch Chorzow (POL)

Na primeira ronda da Taça das Taças, o Benfica teve como adversário a modesta equipa polaca do Ruch Chorzow, formação que todos os analistas concordavam que estava ao alcance dos encarnados.

Realmente, a eliminatória ficou logo decidida na Luz, com as águias a vencerem por 5-1, graças aos golos de Donizete, Jamir, João Pinto e Valdo, que bisou, contra apenas um tento polaco apontado por Gesior. Este resultado, fez da deslocação à Polónia um mero passeio, com polacos e encarnados e não passarem do nulo num segundo duelo insosso e sem grandes motivos de interesse, à parte de uma grande penalidade desperdiçada por Valdo.

2ª Eliminatória: Benfica 1-0/3-2 Lokomotiv Moscovo (RUS)

A segunda ronda já colocava na frente do Benfica um adversário bem mais temível, pois tratava-se da equipa russa do Lokomotiv Moscovo. Na primeira mão, no Estádio da Luz, os encarnados não foram além de uma vitória pela margem mínima (1-0), graças a um tento madrugador de João Vieira Pinto, resultado que, dessa forma, complicava a deslocação à capital russa.

De facto, na gélida Moscovo, a equipa encarnada viu-se a perder muito cedo graças a um golo de Solomatin, tendo respondido no início da segunda parte com um golo de Panduru. O 1-1, parecia deixar os encarnados com a eliminatória quase resolvida, todavia, aos 58 minutos da 2ª parte, Haras voltava a marcar para a equipa russa e deixava o Benfica a um golo da eliminação.

Ainda assim, os encarnados estavam decididos a provarem que eram superiores ao conjunto russo e Donizete (63′) marcou o golo da tranquilidade e João Vieira Pinto, em cima dos noventa minutos, garantiu mesmo o triunfo ao Benfica por três bolas a duas.

Quartos de final: Benfica 0-2/1-0 Fiorentina (ITA)
 
O sorteio dos quartos de final da Taça das Taças não foi meigo para o Benfica que via-se na obrigação de ultrapassar a poderosa Fiorentina para passar à eliminatória seguinte.
 
Na primeira mão, disputada no Estádio da Luz, o Benfica sucumbiu à Fiorentina, graças a golos de Baiano e Batistuta, ambos no final de cada parte, deixando as possibilidades do Benfica a roçarem o nulo para a partida da segunda mão no Artemio Franchi.

Nesse jogo, contudo, o Benfica, mesmo jogando com jogadores habitualmente menos utilizados como Edgar ou Paulão, arrancou para um jogo de grande qualidade, chegando mesmo ao golo por Edgar (23′) e espreitando, muitas vezes, o 2-0 que lhe garantiria o prolongamento. Para mal da equipa portuguesa, esse tento nunca surgiu e o Benfica acabou por terminar a sua participação nesta Taça das Taças nos quartos de final.

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Um dos adversários do FC Porto na fase de grupos da Liga dos Campeões é um clube ucraniano que tem construído um nome forte no futebol europeu nos últimos anos, tendo, inclusivamente, conquistado a Taça UEFA em 2008/09, o Shakhtar Donetsk. Contudo, apesar da fama internacional ser recente, trata-se de um clube que conquistou o seu espaço mesmo no tempo da União Soviética, vencendo quatro Taças da URSS e sagrando-se vice-campeão soviético por duas ocasiões. Equipa que já defrontou o Boavista, Benfica, Sporting e Sporting de Braga nas competições europeias, irá, agora, defrontar o FC Porto pela segunda ocasião numa prova da UEFA, depois de ter sido eliminado pelos dragões na Taça das Taças de 1983/84 (2-3 e 1-1).

O Shakhtar actua no bonito Donbass Arena

Quem é o Shakhtar Donetsk?

O clube ucraniano foi fundado a 24 de Maio de 1936 e o seu primeiro grande momento no futebol soviético foi em 1951, quando o Shakhtar conquistou o terceiro lugar no campeonato nacional da URSS. Após esse feito, a equipa só voltaria a ter algum impacto nos anos 60, quando conquistou a Taça da URSS por duas ocasiões (1961 e 1962) e perdeu a final em 1963. Nessa altura, as boas campanhas na taça fizeram com que o clube de Donetsk ficasse conhecido como “equipa de taça.”

No entanto, após esse sucesso do início dos anos 60, a equipa ucraniana apenas voltou a ter impacto no seio do futebol soviético no final dos anos 70, quando foi terceira classificada do campeonato da URSS em 1978 e segunda classificada em 1979. Esse sucesso manter-se ia nos anos 80, com o Shakhtar a conquistar duas taças da URSS (1980 e 1983) e a perder outras duas finais da prova (1985 e 1986).

Após a queda da União Soviética, o Shakhtar Donetsk, juntamente com o Dínamo de Kiev, assumiu-se como um dominador do futebol ucraniano, somando seis campeonatos da Ucrânia, sete taças ucranianas e três supertaças, para além de ter conquistado a Taça UEFA em 2009 (2-1 ao Werder Bremen na final).

Na época passada (2010/11), o Shakhtar Donetsk conquistou a dobradinha do futebol ucraniano, juntando o campeonato à taça da Ucrânia.

o romeno Mircea Lucescu é o treinador do Shakhtar

Como joga?

É difícil falar do Shakhtar Donetsk como uma equipa ucraniana, pois o clube mineiro conta com uma grande influência brasileira no seu conjunto, nomeadamente do meio-campo para a frente onde conta com cinco jogadores canarinhos (Fernandinho, Dentinho, Jádson, Luiz Adriano e Eduardo, este, apesar de tudo, internacional croata) de grande talento.

De facto, o conjunto de Donetsk apresenta um futebol de grande qualidade técnica e de transições rápidas defesa/ataque, contando ainda com uma defesa de boa qualidade e onde imperam jogadores frios e eficientes como os internacionais ucranianos: Chygrinskiy (defesa-central) e o guarda-redes Pyatov, assim como os laterais Srna (internacional croata) e Rat (internacional romeno).

Esta noite, o onze provável da equipa ucraniana, esquematizado em 4x4x2, não deve andar muito longe do seguinte: Pyatov; Srna, Chygrinskiy, Kryvtsov e Rat; Mkhitaryan, Fernandinho, Jádson e Dentinho; Eduardo e Luiz Adriano.

Jádson é internacional brasileiro

Quem é que o FC Porto deve ter debaixo de olho? Jádson

O mais vistoso futebolista do meio-campo do Shakhtar Donetsk é o internacional brasileiro Jádson, um elemento de grande técnica e imaginação que os dragões devem saber controlar.

Nascido a 5 de Outubro de 1983 em Londrina, Brasil, Jádson Rashid Rodrigues da Silva Radzif iniciou a sua carreira no Atlético Paranaense em 2003, tendo permanecido no clube canarinho entre 2003 e 2005 e efectuado 65 jogos (21 golos) nesse período de tempo.

Em 2005, o então promissor centro-campista brasileiro mudou-se para a Ucrânia, onde, desde essa data, representa o Shakhtar Donetsk. Na equipa ucraniana, já efectuou 163 jogos (39 golos) e conquistou inúmeros títulos, sendo cinco campeonatos da Ucrânia, duas taças ucranianas e uma Taça UEFA os principais triunfos.

Médio-ofensivo de grande talento individual, é um jogador com um baixo centro de gravidade, o que lhe permite driblar os adversários com facilidade e mestria. Rápido e com boa visão de jogo, trata-se de um dos principais cérebros do futebol ofensivo dos mineiros, sendo imperioso para o FC Porto tê-lo constantemente debaixo de olho.

Golo de Derlei eliminou os ucranianos em 2008/09

Confrontos com equipas portuguesas em provas da UEFA

Taça das Taças 1983/84: FC Porto vs Shakhtar Donetsk 3-2 e 1-1 (apurado FC Porto)

Taça das Taças 1997/98: Boavista vs Shakhtar Donetsk 2-3 e 1-1 (apurado S. Donetsk)

Liga dos Campeões 2007/08: Benfica vs Shakhtar Donetsk 0-1 e 2-1 (Benfica seguiu para a Taça UEFA, S. Donetsk eliminado)

Liga dos Campeões 2008/09: Shakhtar Donetsk vs Sporting 0-1 e 0-1 (Sporting apurado, S. Donetsk seguiu para a Taça UEFA)

Liga dos Campeões 2010/11: Sporting de Braga vs Shakhtar Donetsk 0-3 e 0-2 (Sp. Braga seguiu para a Taça UEFA, Shakhtar apurado)

As possibilidades do FC Porto

Na minha opinião, o Shakhtar Donetsk é o principal adversário do FC Porto neste Grupo G, sendo claramente a equipa mais dura que os azuis-e-brancos vão defrontar nesta fase da prova.

Em termos de qualidade de plantel, ambas as equipas equivalem-se, ainda que os azuis-e-brancos tenham a vantagem de terem maior experiência internacional que o conjunto ucraniano, ainda que essa diferença se tenha vindo a esbater nos últimos tempos.

Assim sendo, favoritismo reduzido para os portistas que terão de ter imenso cuidado e serem extremamente profissionais para superarem este difícil obstáculo.

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Académica na célebre final das capas negras

Há mais de trinta anos, a Académica conheceu o seu momento mais alto em termos de futebol europeu, ao conseguir chegar aos quartos de final da agora extinta Taça das Taças. Após ter perdido a final da Taça de Portugal (1-2 diante do Benfica) de 1968/69, numa final marcada pela entrada dos estudantes em campo de capas negras, num protesto que haveria de ser o pronúncio da queda do regime ditatorial que reinava no nosso país, a Académica ganhou o direito de participar na segunda competição mais importante do futebol europeu, fazendo um percurso brioso e que apenas terminou aos pés do forte Manchester City.

Um KuPS surpreendentemente complicado

Na primeira eliminatória da Taça das Taças, A Académica defrontou uma equipa finlandesa que se esperava que fosse bastante acessível, o KuPS. Todavia, na primeira mão, a ideia de que a equipa nórdica seria pêra-doce caiu imediatamente por terra, pois os estudantes não foram além de um zero a zero.

Este resultado, assustou os adeptos da equipa de Coimbra, todavia, a Académica encheu-se de brio e de vontade e, na Finlândia, venceu por 1-0, graças a um golo de Nené e, dessa forma, apurou-se para a eliminatória seguinte, onde iria defrontar os alemães de leste do Magdeburgo.

Alemães também não pararam a Académica

O primeiro jogo diante do Magdeburgo foi na Alemanha Oriental e sabia-se de antemão que a Académica iria ter imensas dificuldades para superar os germânicos. Ainda assim, apesar da derrota (0-1), a equipa portuguesa fez um bom jogo, sendo que a magra desvantagem garantia à Académica a esperança de dar a volta à eliminatória na segunda mão.

De facto, assim foi, na segunda mão, disputada em Coimbra, a Académica efectuou um dos melhores jogos da sua história e deu a volta ao resultado, superando o Magdeburgo por 2-0, graças a tentos de Alhinho e Mário Campos. Ultrapassada mais uma eliminatória, era hora de defrontar o poderoso Manchester City nos quartos de final da prova.

Estudantes só caíram no prolongamento

Tal como no jogo com o KuPS, a primeira mão do duelo com os ingleses disputou-se em Portugal, e a Académica voltou a não ir além do zero a zero. Perante tão difícil adversário, previa-se que a segunda mão fosse um passeio para a equipa britânica, que, em casa, havia vencido o Lierse por 5-0 e o Athletic de Bilbau por 3-0.

Contudo, em Maine Road, o milagre esteve quase para acontecer. Concentrados e com um espírito de luta de louvar, os academistas foram fazendo o seu jogo, evitando o golo dos ingleses que, até ao minuto 90, nunca apareceu.

Com duplo zero a zero, foi necessário ir para prolongamento e, aí, os ingleses conseguiram o tal golo que valeu o seu apuramento e a eliminação da equipa nacional, vergada a uma derrota por 1-0. Terminava aqui o percurso da Académica que nunca mais haveria de fazer uma campanha europeia de nível tão elevado.

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A equipa do Leixões que venceu o FC Porto (2-0)

Em 1960/61, Leixões e FC Porto apuram-se para a final da Taça de Portugal e, como esta seria entre dois clubes do norte, a Federação portuguesa de futebol dá a ambos os clubes a possibilidade de se entenderem quanto ao melhor local para disputarem o encontro decisivo. Curiosamente, o jogo acaba por se disputar nas Antas, mas o Leixões, mesmo na casa do adversário, acaba por surpreender tudo e todos, vencendo por 2-0 (golos de Silva e Osvaldo Silva), apurando-se para a Taça das Taças (1961/62), uma competição em que o Leixões iria fazer uma recuperação impressionante e seria obrigado pela NATO a jogar dois jogos fora nos quartos de final…

La Chaux de Fonds e Progresul não pararam o Leixões

Naquela que era apenas a segunda edição da Taça das Taças, o Leixões defrontou, na 1ª Ronda, os suíços do La Chaux de Fonds, uma equipa agora desconhecida, mas que, na altura, somava dois campeonatos suíços e seis taças da Suíça no palmarés. O primeiro jogo, em terras helvéticas, foi um desastre e o Leixões perdeu por 6-2, acreditando-se que a primeira presença europeia da equipa de Matosinhos ia terminar logo ali.

Contudo, na segunda mão, a equipa portuguesa encheu-se de brio e despachou o La Chaux de Fonds por 5-0 com golos de Osvaldo Silva (2), Oliveira (2) e Ventura, apurando-se para os oitavos de final numa partida memorável no pelado do Campo de Santana.

O segundo obstáculo dos leixonenses era uma equipa romena que também tinha bastante mais prestígio na altura do que tem neste momento: Progresul Bucareste. Numa eliminatória equilibrada, o Leixões começou por empatar no Estádio de Alvalade (1-1), para depois ir à Roménia surpreender o adversário vencendo o Progresul por 1-0. Nesta ronda, o marcador de ambos os golos foi a grande estrela da equipa: Osvaldo Silva.

NATO facilitou a vida ao Motor Jena

Nos quartos de final da prova, o sorteio ditou que o Leixões tinha de defrontar uma equipa da Alemanha Oriental, neste caso, o Motor Jena (agora Carl Zeiss Jena). Após chegar-se a acordo para as datas dos jogos em Jena e Lisboa, os germânicos voltam atrás e propõem que o Leixões faça os dois jogos na RDA com todas as despesas pagas.

Os leixonenses não aceitam e obrigam à intervenção da NATO, que nega os vistos de entrada em Portugal aos jogadores alemães (há quem diga que Salazar também dá o seu parecer negativo…) Como a UEFA não se meteu no assunto, o Leixões acabou mesmo por fazer os dois encontros na Alemanha Oriental, empatando 1-1 em Jena e perdendo 3-1 em Gera (campo “neutro”), terminando assim de forma inglória a sua campanha europeia, pois os leixonenses acreditam que, após o tal empate de Jena, teriam superado o clube alemão se o segundo jogo se disputasse em Portugal.

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