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Archive for Dezembro, 2011

Renato Neto brilhou na Bélgica

O primeiro reforço de inverno do Sporting Clube de Portugal foi um produto da casa que, há ano e meio, rodava com enorme sucesso nos belgas do Cercle Brugge. Falo, obviamente, de Renato Neto.

Nascido a 27 de Setembro de 1991 em Camacan, Brasil, Renato Neto é um produto da Academia Catarinense de Futebol, tendo chegado ao futebol português e ao Sporting em 2007.

Entre 2007/08 e 2009/10, o médio evoluiu nas camadas jovens verde-e-brancas, tendo se assumido como figura importante da equipa no meio-campo ofensivo e sendo inclusivamente chamado algumas vezes à equipa principal, participando na última jornada de 2008/09 (vitória por 3-1 diante do Nacional) e na última jornada de 2009/10 (vitória por 2-1 diante do Leixões).

Em 2010/11, o brasileiro foi emprestado ao Cercle Brugge e a aventura belga foi uma etapa de grande sucesso na carreira de Renato Neto. De facto, em época e meia, o jovem canarinho efectuou 54 jogos e marcou 5 golos pelo clube belga e assumiu-se como uma das principais estrelas do segundo clube mais representativo de Brugge, granjeado imensos elogios e conseguindo, neste inverno, o regresso aos leões de Alvalade.

Faz três posições no miolo

Renato Neto é um médio polivalente, podendo actuar na posição “seis”, “oito” e “dez”, ainda que seja a “oito” que se sente mais peixe na água, pois é fortíssimo nas transições.

Jogador com elevada qualidade técnica, bastante alto (1,87 metros) e forte fisicamente, trata-se de um elemento possante e com grande pulmão, muito importante para fortalecer a zona central do meio-campo.

A tudo isso, soma um bom remate e apenas peca por não ser um elemento muito rápido, apesar de compensar essa situação com um excelente posicionamento, qualidade que refinou durante o ano e meio que esteve na Bélgica.

Com 20 anos, trata-se de um elemento com elevado potencial e que, certamente, irá crescer ainda mais nesta nova etapa da sua vida desportiva.

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Parece que está a caminho do Sporting um defesa-central brasileiro imponente e com boa margem de progressão, que poderá suprimir os problemas dos leões no seu reduto recuado: Xandão.

Nascido a 23 de Fevereiro de 1988 em Araçatuba, Brasil, Alexandre Luiz Reame iniciou a sua carreira no Guarani em 2005, tendo permanecido nessa equipa paulista até 2008, com empréstimo ao Atlético Paranaense (2006/07) pelo meio.

Sempre com bom índice de utilização, o central brasileiro passou depois pelo Desportivo Brasil, Fluminense e Grémio Barueri, até se transferir em 2010 para o São Paulo, onde na última época e meia efectuou 77 jogos em todas as competições oficiais.

Defesa-central alto mas rápido

Com 1,93 metros, Xandão é um defesa-central muito forte no jogo aéreo, sendo imperial nas alturas a defender e perigoso no processo ofensivo.

Apesar de ser muito alto, o defesa brasileiro até é um jogador rápido, sendo muito dificilmente ultrapassado em velocidade, pois também se posiciona com critério e sabe cobrir os espaços.

Aos 23 anos, o seu principal problema é alguma agressividade excessiva e, muitas vezes, jogar feio em demasia, não se coibindo de “chutões” para a bancada ou de faltas duras sempre que a ocasião o obriga.

Ainda assim, no contexto futebolístico europeu, parece-me um reforço muito interessante e útil para uma equipa sportinguista que, nos últimos tempos, apenas tem contado com Anderson Polga e Onyewu (Domingos descartou Carriço como central…) para essa posição importantíssima do terreno.

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Abdoulaye pertence ao FC Porto

Uma das agradáveis surpresas do actual campeonato nacional tem sido um jovem defesa-central senegalês que se encontra na Académica por empréstimo do FC Porto: Abdoulaye.

Nascido a 1 de Janeiro de 1991 em Dakar, Senegal, Abdoulaye Ba chegou ao FC Porto em 2008, tendo actuado nas equipas jovens dos dragões até 2010. No Verão desse ano, foi emprestado ao Sporting da Covilhã, onde arrancou para uma excelente temporada na Liga de Honra, sendo importante pela segurança que deu aos serranos a defender, mas também pelos golos que marcou, pois terminou a temporada com nove tentos em vinte e nove jogos.

Esta temporada, deu novo salto no seu crescimento como futebolista profissional, tendo sido desta feita emprestado à Académica. Na equipa coimbrã, tem sido um esteio do conjunto orientado por Pedro Emanuel, somando doze partidas e tendo feito um golo.

Seguro pelo chão e quase intransponível pelo ar

Abdoulaye é um defesa-central de 1,97 metros e 79 quilos, que, por essas características, se mostra fortíssimo no jogo aéreo, sendo praticamente insuperável nesse capítulo específico.

Junto à relva, não sendo propriamente rápido, é um jogador que ocupa muito bem os espaços, sabendo usar muitas vezes o físico para resolver os problemas que lhe vão surgindo. Ao lado de um defesa-central mais rápido, também se mostra muito inteligente e eficaz nas dobras, assumindo-se também como um jogador muito maduro e um autêntico líder do sector recuado.

Ofensivamente, a sua altura torna-o letal em lances de bola parada, sendo jogador para marcar golos com regularidade na sequência de livres e pontapés de canto.

Neste momento, com quase 21 anos, tem provado que tem potencial para outros voos, podendo, quiçá, ser incorporado no plantel portista em 2012/13.

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Pereirinha não justifica estar no plantel do Sporting

Chegamos ao Natal e, tal como antes se tornou uma triste tradição para o clube verde-e-branco, o Sporting encontra-se uma vez mais numa posição difícil na luta pelo título nacional. Já a quatro pontos de distância do duo da frente, Domingos Paciência proibiu os seus jogadores de perderem pontos na deslocação a Coimbra, mas o certo é que os leões voltaram a tropeçar, muito por culpa dos falhanços de van Wolfswinkel (e também de um escandaloso de Onyewu…), mas também por terem dado novamente 45 minutos de avanço ao seu adversário. Uma parte inteira com Pereirinha no relvado em deterimento de um dos jovens jogadores mais talentosos do futebol actual, o peruano Carrillo.

Custa-me a entender essa insistência quase obsessiva pela utilização de um elemento que não vingou em clubes como o V. Guimarães e o modesto Kavala, mas que depois de não ter lugar em planteis leoninos bem mais fracos que o actual, foi incorporado por Domingos Paciência para esta temporada e até tem jogado com surpreendente regularidade.

Dirão, por certo, que jogadores como Izmailov, Jeffrén ou até Matías (outro erro de casting de Domingos, como extremo-direito) estão lesionados e isso diminui as opções do treinador leonino para essa posição, mas, quando há Carrillo, fará sentido a utilização de Pereirinha?

Muitos argumentarão que Pereirinha dá uma consistência defensiva muito mais acertada que o internacional peruano, mas custa-me compreender que num jogo com a Académica, seja Domingos Paciência a estar preocupado com Diogo Valente e não Pedro Emanuel a preocupar-se com Carrillo. Além disso, mesmo pensando que Domingos não queria arriscar e pretendia dar uma tracção mais defensiva a ala-direita, não seria mais lógico apostar no jovem Arias, do que insistir na utilização de alguém que nada acrescenta ao jogo verde-e-branco?

O empate que afasta ainda mais os leões do duo da frente, aliado à forma como a alteração de Pereirinha por Carrillo transfigurou para muito melhor o jogo dos leões deve servir de exemplo para que Domingos Paciência perceba que com todo o respeito pelo atleta Bruno Pereirinha, este não tem qualidade suficiente para integrar o plantel do Sporting, principalmente perante elementos que, actuando na sua posição, têm um rendimento incomparavelmente superior.

Para bem da equipa verde-e-branca e dos seus adeptos, é expectável que a última pobre exibição do jogador formado em Alvalade abra as portas da titularidade da extrema-direita leonina para outras opções, sendo que as iminentes recuperações de Izmailov e Jeffrén deverão dar uma ajuda decisiva a Domingos Paciência nesse capítulo.

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Djaniny é uma promessa caboverdiana

No União de Leiria, tem despontado um atacante caboverdiano que vem na época passada actuava, imagine-se, nos campeonatos distritais dos Açores, refiro-me a Djaniny.

Nascido a 21 de Março de 1991, Jorge Djaniny Tavares Semedo despontou nas últimas duas temporadas ao serviço do Velense da distrital açoriana, onde nesse período marcou 50 golos e chamou a atenção de clubes de muito maior dimensão.

Nesta pré-época, ainda esteve à experiência no Santa Clara, mas acabou por merecer a atenção do União de Leiria que avançou para a sua contratação e, diga-se, não se tem arrependido. O atacante tem sido peça importante na equipa leiriense e soma dois golos em doze jogos, assumindo-se, fundamentalmente como um jogador de equipa.

Ponta de lança alto e forte mas com enorme mobilidade

Djaniny é um avançado centro de 1,90 metros e 78 quilos, mas que apesar de ser muito alto, não é nada lento, primando também pela boa mobilidade na frente.

Com uma técnica apreciável e generoso na forma como joga sempre em função da equipa, o atacante caboverdiano tem, ainda assim, que melhorar no capítulo da finalização, pois, por vezes, ainda falha golos que não podia falhar.

Podendo jogar tanto sozinho na frente num esquema com apenas um ponta de lança. como ao lado de um avançado-centro mais móvel num esquema de dois atacantes, Djaniny é, aos 20 anos, um jogador para ser seguido com muita atenção.

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A equipa que defrontou o R. Madrid em Alvalade

O Sporting partia para a Taça UEFA de 1994/95 com grande confiança, pois tinha provavelmente um dos melhores planteis de sempre com jogadores como Balakov, Figo, Oceano, Juskowiak, Naybet ou Sá Pinto e ainda dispunha da vontade de apagar da memória a aziaga e dramática eliminação da época transacta aos pés do modesto Casino Salzburgo. Contudo, o sorteio acabou por não ser brando, colocando os leões no caminho do todo poderoso Real Madrid, equipa que haveria de ser esmagada futebolísticamente no cômputo geral da eliminatória, mas havia de ter toda a felicidade do Mundo para superar os verde-e-brancos e seguir para a ronda seguinte…

Três bolas nos ferros e uma derrota pela margem mínima

Na primeira mão, disputada no Santiago Bernabéu, cedo se percebeu que o Real Madrid não era equipa para assustar os leões, que se apresentaram mais dinâmicos e mais ofensivos na capital espanhola.

O golo de Martin Vásquez, aos 11 minutos, num lance em que a bola desviou em Marco Aurélio, mas em que Lemajic está longe de estar isento de culpas, não amedrontou os verde-e-brancos que continuaram a desenvolver um futebol agradável e que surpreendia os adeptos merengues.

Sá Pinto, Oceano e Juskowiak enviaram bolas aos ferros, naquelas que foram as mais gritantes das ocasiões desperdiçadas pelos leões, que haviam de sair de Madrid com um desaire (0-1) injusto, mas que abria boas perspectivas para a segunda mão.

Erro de Lemajic acabou por ser decisivo

O Sporting entrou para a segunda mão decidido a dar a volta ao texto, jogando ao ataque e empurrando o Real Madrid na direcção da sua baliza. Logo aos três minutos, Sá Pinto aproveitou uma série de ressaltos e haveria de colocar os leões em vantagem, dando a ideia que se podia ter uma noite de alegria em Alvalade.

Todavia, Lemajic, que já não tinha ficado isento de culpas do golo de Martin Vásquez, voltou a fazer das suas e, aos 15 minutos, saiu-se muito mal a uma bola, permitindo que Michael Laudrup, com um cabeceamento perfeito, repusesse a igualdade.

Agora a precisar de dois golos, o Sporting não se mostrou atemorizado e voltou a carregar em cima dos merengues, chegando ao 2-1 por intermédio do capitão Oceano, quando ainda faltava cerca de uma hora para o final do desafio.

Na segunda metade, os leões foram menos dominadores, mas não foram menos perigosos, cabendo aí ao árbitro da partida o sinal menos, pois negou duas grandes penalidades ao Sporting, uma por falta sobre Juskowiak e outra numa mão clara de Milla na área de rigor.

Para além disso, destaque ainda para um lance caricato, perto do fim, em que o internacional polaco Juskowiak atira ao poste e Cadete, perto da linha de baliza, parece mais preocupado em ver se a bola vai mesmo entrar do que em tentar ser lesto na tentativa de desviar para o golo…

Assim sendo, um misto de azar, má finalização, erros de Lemajic e um péssimo árbitro na segunda mão acabou por atirar injustamente e precocemente o Sporting para fora da Taça UEFA 1994/95, vergados a um Real Madrid que nem se aproximou da qualidade patenteada na ronda pelos verde-e-brancos.

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Xhaka é uma pérola do Basileia

Um dos jogadores que mais me agradou ver nesta primeira fase da Liga dos Campeões foi um médio-centro do Basileia, o kosovar naturalizado suíço: Granit Xhaka.

Nascido a 27 de Setembro de 1992 no Kosovo, Granit Xhaka é o irmão mais novo de Taulant Xhaka (também ele futebolista) e encontra-se na Suíça desde muito novo, tendo iniciado a sua carreira em 2000 nas escolas de formação do Concordia Basileia.

Em 2002, transferiu-se para o Basileia, clube que representa até este momento, tendo se estreado profissionalmente na temporada 2010/11, mais concretamente a 4 de Agosto de 2010, num jogo diante dos húngaros do Debrecen (3-1) a contar para as eliminatórias da Liga dos Campeões.

Até este momento, o médio-centro já soma 45 jogos (3 golos) pelo Basileia, assumindo-se como peça fundamental do conjunto suíço e tendo inclusivamente conquistado o título nacional helvético em 2010/11.

Peça importante na selecção suíça

Internacional por todos os escalões de formação pela Suíça, o jovem jogador do Basileia teve o seu momento mais alto em 2009, quando se sagrou campeão mundial de sub-17 ao serviço da selecção helvética.

Com apenas 18 anos, em Junho de 2011, o médio-centro haveria de garantir a primeira internacionalização A pela Suíça, estreando-se em Wembley num empate (2-2) com a Inglaterra. Desde essa partida, Xhaka haveria de fazer mais cinco partidas pela equipa helvética, assumindo-se como peça muito importante do meio-campo suíço e marcando o seu primeiro golo pela “Nati” numa vitória diante do Luxemburgo (1-0).

Médio-centro de grande inteligência posicional

Granit Xhaka é um médio-centro de 1,83 metros, que faz da sua grande capacidade posicional e inteligência a ler o jogo os seus grandes recursos. Forte fisicamente e com bons recursos técnicos, trata-se de um jogador que garante segurança à frente da defesa, tanto pela forma como cobre bem os espaços como pela fácil recuperação de bola.

No último jogo diante do Manchester United, formando com Cabral o duplo-pivot defensivo, foi o elemento do duo com mais responsabilidades ofensivas, percebendo-se facilmente que tem boa capacidade de construção e é efectivo nas transições defesa/ataque.

Pelas suas caractéristicas, é ideal para actuar ao lado de um trinco de tracção mais defensiva num 4x2x3x1, mas também pode actuar como “seis” puro ou “oito” num 4x3x3.

Neste momento, com apenas 19 anos, trata-se de um jovem muito talentoso e que merece que qualquer clube português interessado num bom médio-centro esteja de olho nele.

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Keita foi um fenómeno do Mali

Foi garantidamente o melhor jogador maliano de sempre, figurando, também, entre os melhores executantes que África já ofereceu ao Mundo do futebol. O estilo gingão e por vezes excessivamente individualista era sempre perdoado, pois o avançado rapidamente oferecia rasgos individuais assombrosos e golos de outro Mundo, o que deixava todos os adeptos num misto de espanto e perplexidade. Aos 29 anos, perto do final da carreira, viajou até Alvalade, onde durante três épocas maravilhou os sportinguistas e os portugueses em geral com o perfume do seu futebol, garantindo, com todo o merecimento, um lugar importante na história do Sporting Clube de Portugal.

Chegou ao Saint-Etienne com 20 anos

Salif Keïta Traoré nasceu a 8 de Dezembro de 1946 em Bamako, Mali, tendo chegado a França com 20 anos, após quatro épocas a actuar no seu país natal em clubes como o Stade Malien e o Real Bamako.

Em terras gaulesas, o seu destino foi o Saint-Etienne, onde permaneceu entre 1967 e 1972, sagrando-se tri-campeão francês (1968 a 1970) e vencedor da Taça de França em 1967/68 e 1969/70. Em “Les Verts”, o avançado maliano marcou 125 golos em 149 jogos, destacando-se a época de 1970/71, onde o ponta de lança marcou 41 golos no campeonato gaulês.

Saiu de França por não querer assumir nacionalidade gaulesa

No Verão de 1972, Salif Keita trocou o St. Etienne pelo Marselha, onde actuou durante a temporada de 1972/73, marcando 10 golos em 18 partidas. No final da época, os responsáveis do clube do sul de França pretendiam que o atacante se naturalizasse francês, todavia, o maliano rejeitou e preferiu abandonar o Marselha no final da temporada.

Além de abandonar Marselha, Keita também abandonou França, transferindo-se para os espanhóis do Valência. Na chegada ao clube “ché”, o atacante maliano foi brindado com manchetes algo racistas, pois um jornal espanhol brindou-o com o seguinte título: “El Valencia va a por alemanes y vuelve con un negro”, ou seja, “O Valência tenta ir comprar germânicos e volta com um negro.”

Apesar disso, o internacional pelo Mali haveria de permanecer três temporadas em Valência, sendo sempre adorado pelos adeptos valencianos e recebendo, inclusivamente, a alcunha de “Pérola Negra.” No período em que actuou em Espanha, Keita apontou 23 golos em 74 jogos, todavia, sempre se queixou que jogou fora da posição natural, o que o impediu de números ainda mais “gordos.”

Keita com a camisola do Sporting

Chegou ao Sporting ainda a tempo de maravilhar tudo e todos

Depois da experiência no futebol espanhol, Keita viajou ainda mais a oeste, transferindo-se para Lisboa e para o Sporting Clube de Portugal. No clube verde-e-branco, o atacante maliano haveria de permanecer entre 1976 e 1979, tendo a ingrata missão de esquecer Yazalde.

Por um lado, cedo se percebeu que o africano não tinha a mesma capacidade goleadora do argentino, todavia, todos ficaram maravilhados com a capacidade técnica e genialidade do internacional pelo Mali. De facto, nas três temporadas que esteve em Alvalade, Keita marcou aquilo que Yazalde costumava fazer numa época (32 golos), todavia, a classe e o perfume do seu futebol jamais serão esquecidos pelos adeptos sportinguistas, mesmo que, nesse período, Salif Keita só tenha conseguido conquistar uma Taça de Portugal.

Em 1979, após abandonar o Sporting, o atacante maliano transferiu-se para o campeonato norte-americano, onde terminou a carreira ao serviço do New England Tea Men, marcando 17 golos em 39 desafios.

Vice-campeão africano pelo Mali

Salif Keita foi internacional maliano entre 1963 e 1972, marcando 11 golos em 13 internacionalizações. Nesse percurso, o seu momento mais alto foi o vice-campeonato africano de 1972, quando o Mali chegou à final após empates com o Togo (3-3), Quénia (1-1) e Camarões (1-1) na fase de grupos e novo empate diante do Zaire (agora República Democrática do Congo) a um golo nas meias-finais.

Nesse desafio diante do Zaire, a equipa maliana teve a sorte de superar o seu adversário nas grandes penalidades (4-3), mas teve o azar de perder Salif Keita, por lesão, para o jogo decisivo com a República do Congo. Nessa final, sem a sua grande estrela, o Mali haveria de perder por 3-2, privando o país e a sua pérola negra de um grande título internacional…

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Malafeev segurou o nulo no FC Porto-Zenit

O FC Porto não conseguiu superar o Zenit de São Petersburgo em duelo da Liga dos Campeões e, dessa forma, ficou privado do apuramento para os oitavos de final da prova milionária, situação que para além do prestígio desportivo, também priva os dragões de conquistarem três milhões de euros. Todavia, tanto no plano desportivo como financeiro, será que se tratou de uma eliminação assim tão prejudicial?

Primeiro pensemos pelo plano desportivo. O FC Porto tem uma excelente equipa e, de facto, apenas Falcao está ausente da grande equipa que se exibiu por essa Europa fora na temporada transacta. Todavia, a saída do avançado colombiano não foi minimamente compensada pelos responsáveis azuis-e-brancos, que teriam ficado bem mais servidos com uma solução como a do Sporting (van Wolfswinkel), um atacante móvel, lutador, com sentido de baliza e capacidade de luta, do que com Kléber, que apesar do talento inegável, está a ter muitas dificuldades na transição psicológica de um clube médio para um clube de top.

Para além disso, Vítor Pereira também está a revelar-se um erro de casting, pois revela-se incapaz de motivar a equipa e impotente para oferecer ao FC Porto aquilo que de melhor os portistas ofereceram em 2010/11, uma excelente dinâmica posicional, que fazia com que todos os elementos soubessem o que fazerem dentro de campo. Ontem, diante do conjunto russo, o FC Porto até nem jogou propriamente mal, mas sentia-se que muitos elementos se escondiam do jogo, receosos, algo estranho e pouco habitual no clube azul-e-branco.

Nesse seguimento, partindo do princípio que Pinto da Costa não vai abdicar facilmente de Vítor Pereira e que, financeiramente, será difícil encontrar um avançado que faça a diferença neste mercado de Janeiro, dificilmente um apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões garantiria um percurso muito longo, pois mesmo sendo primeiro do grupo (Curiosamente a derrota do Apoel Nicósia diante do Shakhtar garantia isso ao FC Porto), teria sempre a possibilidade de encontrar equipas complicadas como o Milan, Manchester United (se o Benfica vencer e não houver surpresa na Suíça), Nápoles/Manchester City, etc. E mesmo que tivesse fortuna no sorteio e passasse aos quartos de final, esse seria garantidamente o último degrau para os azuis-e-brancos, pois, aí, só um milagre os faria resistir a um Barcelona, Real Madrid, Bayern ou Chelsea.

Assim sendo, uma passagem para a Liga Europa é muito mais interessante do ponto de vista de crescimento da equipa, pois o FC Porto terá a possibilidade de defrontar equipas exigentes, mas que estão ao seu alcance, podendo, nessa competição, ambicionar perfeitamente o que fez em 2010/11, ou seja, vencer o ceptro.

Por outro lado, em termos financeiros, o desastre também pode não ser assim tão notório, porque vejamos: na Liga dos Campeões, se os portistas passassem aos oitavos de final, recebiam mais 3 milhões de euros, enquanto que se fossem eliminados nos quartos de final, receberiam mais 3,3 milhões de euros, ou seja, um total de 6,3 milhões de euros.

Na Liga Europa, caso o FC Porto chegue às meias-finais, a equipa portista receberá 1,6 milhões de euros, valor que passa para 3,6 milhões caso seja finalista e 4,6 milhões caso vença a Liga Europa. A isso, terá sempre que juntar as receitas de bilheteira e lembre-se que, caso chegue às meias-finais, fará sempre quatro jogos em casa, ao contrário de um jogo caso fosse eliminado nos oitavos de final da “Champions” e dois no caso de ser eliminado nos quartos de final dessa mesma prova.

Depois, há ainda as questões do ranking português na UEFA. A eliminação do FC Porto priva-o imediatamente de cinco pontos bónus, mas, continuando na Liga dos Campeões, dificilmente faria muito mais que isso, ao contrário da Liga Europa. Para terem uma ideia, em 2008/09 o FC Porto chegou aos quartos de final da “Champions League” e somou 17, 3570 pontos. O ano passado, na Liga Europa, somou 31, 7600, ou seja, quase o dobro.

Como tal, só no final da temporada poderemos perceber se este 0-0 diante do Zenit foi negativo ou uma benesse para os portistas que, caso as coisas corram bem na segunda prova mais importante do futebol europeu, ainda podem agradecer a todos os santinhos as grandes intervenções de Malafeev no Estádio do Dragão.

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