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Archive for Agosto, 2011

Coen Moulijn é uma lenda do Feyenoord

Uma das maiores lendas dos holandeses do Feyenoord, foi um extremo-esquerdo de enorme talento individual e que esteve presente em alguns dos mais bonitos momentos do gigante de Roterdão no contexto futebolístico internacional: Coen Moulijn. Avançado rápido, tecnicista e com enorme sentido de baliza, gostava de colar ao flanco esquerdo onde, invariavelmente, surpreendia constantemente os defesas contrários, graças ao seu enorme arsenal de fintas e inteligência no jogo. Falecido já durante este ano, pode ter abandonado fisicamente este planeta, mas nunca deixará de ter um lugar muito especial no coração dos adeptos do Feyenoord e da selecção laranja.

Uma vida ao serviço do Feyenoord

Coenraadt “Coen” Moulijn nasceu a 15 de Janeiro de 1937, em Roterdão, Holanda, e começou a jogar futebol num pequeno clube de Roterdão, o Xerxes. Nessa equipa modesta, estreou-se profissionalmente na época 1954/55, marcando quatro golos em 38 partidas oficiais.

As boas exibições ao serviço do Xerxes, valeram a Coen Moulijn a transferência para o Feyenoord, um dos maiores clubes de futebol da Holanda. Na equipa de Roterdão, haveria de permanecer entre 1955 e 1972, ou seja, até final da sua carreira, marcando 84 golos em 487 jogos e conquistando cinco campeonatos holandeses, duas taças da Holanda, uma Taça dos Campeões e uma Taça Intercontinental.

Nunca jogou uma grande competição pela Holanda

Coen Moulijn foi internacional holandês por 38 vezes (4 golos) entre 1956 e 1969, mas teve o azar de ser contemporâneo de uma das fases mais negativas do futebol das túlipas.

De facto, nesse período, a Holanda foi incapaz de se qualificar para o campeonato do Mundo ou da Europa, privando a lenda do Feyenoord de participar num grande certame internacional de selecções.

A personificação do futebol-arte

O extremo-esquerdo holandês era um avançado que gostava de colar à linha como o usual extremo da altura, mas já tinha a inteligência e a sagacidade de perceber que o seu enorme talento permitia-lhe aparecer noutras zonas para benefício da sua equipa.

De facto, Coen Moulijn foi dos primeiros extremos a saber fazer diagonais para o centro com qualidade e de forma efectiva, marcando inúmeros golos ao longo da carreira.

Com muita qualidade técnica e uma enorme classe e elegância, o internacional holandês era a personificação do futebol-arte, acabando por ser o primeiro rastilho daquela que seria a super-Holanda dos anos 70…

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Nelo levanta a Taça

No já longínquo ano de 1995, Portugal haveria de conquistar o seu único título internacional no futebol sénior, um torneio de pouca importância no contexto futebolístico mundial e que teve a curiosidade de ser disputado num sintético e numa arena totalmente fechada: Toronto’s Skydome. Disputado em Janeiro e numa altura em que os campeonatos europeus estavam em fases competitivas cruciais, muitas estrelas lusas acabaram por não ser convocados para o certame, permitindo que jogadores como Vado, Caetano ou Tulipa garantissem surpreendentes internacionalizações pela equipa das quinas.

Portugal 1-1 Canadá

O torneio contava com apenas três equipas (Canadá, Dinamarca e Portugal) que iriam jogar a competição num sistema de todos contra todos. No primeiro jogo disputado em Toronto, Portugal defrontou a equipa da casa, o Canadá, que contava com o então maritimista Alex Bunbury como a sua grande estrela.

Nessa partida, Portugal até saiu na frente com um golo madrugador de Folha, todavia, a oito minutos do final, Alex acabou por empatar a contenda e negar à equipa lusitana a possibilidade de vencer o jogo inaugural do torneio.

Portugal festeja após a vitória diante da Dinamarca

Portugal 1-0 Dinamarca

Antes de Portugal ter empatado com a equipa canadiana, já se havia disputado o Dinamarca-Canadá, com a vitória a sorrir aos escandinavos por 1-0.

Assim sendo, a equipa das quinas era obrigada a vencer a Dinamarca para conquistar o torneio, algo que não se afigurava assim tão difícil, pois os dinamarqueses, tal como os lusos, também estavam privados das suas grandes estrelas, surgindo apenas com jogadores que actuavam na liga local.

Ainda assim, tratou-se de um jogo muito difícil para os portugueses, que raramente conseguiram criar perigo para a baliza dinamarquesa, prevendo-se que o jogo iria terminar como começou, ou seja, com um nulo.

Todavia, no último minuto do desafio, Paulo Alves acabou por quebrar a barreira escandinava e fazer o único golo da partida, garantindo a vitória a Portugal e o único título conquistado pelo nosso futebol sénior.

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Elias é internacional canarinho

O reforço mais caro da história do Sporting Clube de Portugal é um médio-centro internacional brasileiro de grande pulmão e boa qualidade técnica que, a espaços, faz lembrar o ex-jogador do Benfica, Ramires. Falo, obviamente, de Elias.

Nascido a 16 de Maio de 1985 em São Paulo, Brasil, Elias Mendes Trindade fez todo o seu percurso como jogador juvenil no Palmeiras, ainda que nunca tenha envergado a camisola do clube paulista como sénior.

Após abandonar o Palmeiras, iniciou a sua carreira profissional em 2005, no Náutico, tendo passado depois pelo São Bento, Juventus (São Paulo) e Ponte Preta. As boas exibições realizadas, nomeadamente no Ponte Preta onde foi vice-campeão paulista em 2008, valeram-lhe a transferência para o Corinthians.

O novo reforço leonino deixou saudades no Timão

Um ídolo da torcida no Corinthians

Elias permaneceu no Timão entre 2008 e o final de 2010, tendo realizado 160 jogos (58 golos) pelo clube paulista e sendo visto como um dos grandes ídolos dos exigentes adeptos do gigante brasileiro. No Corinthians, o internacional brasileiro ajudou o clube a regressar à primeira divisão logo em 2008, e foi peça fundamental nas conquistas do campeonato paulista e da Taça do Brasil no ano de 2009.

Essa ascensão meteórica ao serviço do Timão, valeu a Elias a chegada a internacional brasileiro e, também, uma transferência para o Atlético de Madrid a meio da temporada 2010/11. Contudo, no clube madrileno, Elias nunca confirmou na totalidade o que demonstrou ao serviço do Corinthians, transferindo-se neste defeso para o Sporting por 8,8 milhões de euros.

Elias já é sócio do Sporting

Um guerreiro com boa técnica

Elias é um médio-centro de enorme pulmão, daqueles que não param um segundo em constantes transições defesa/ataque e ataque/defesa e actua sempre no limite das suas forças.

Rápido, inteligente em termos tácticos e com boa técnica, é ideal para funcionar como elemento mais ofensivo de um duplo-pivot, ainda que também funcione muito bem como interior-direito ou mesmo médio-direito.

Com uma boa meia-distância e aparecendo muitas vezes em zona de tiro, é jogador para ajudar a resolver os problemas de finalização do Sporting, até porque o internacional brasileiro costuma terminar as temporadas com uma excelente média de golos.

Em suma, um reforço muito caro, mas que, pelas suas características, poderá ser bastante útil para a equipa leonina nesta temporada de 2011/12.

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Insúa com a camisola do Sporting

Uma das lacunas mais apontadas ao Sporting neste início de temporada residia no lado esquerdo da defesa, mas pode-se dizer que o Sporting soube suprimi-la com a contratação de um lateral-esquerdo de grande qualidade individual: Insúa.

Nascido a 7 de Janeiro de 1989, Emiliano Adrián Insúa Zapata iniciou a sua carreira nas camadas jovens do Boca Juniors, mas, com apenas 18 anos, transferiu-se para o histórico Liverpool.

No clube inglês, esteve entre 2007 e 2011, ainda que apenas tenha sido titular durante a época de 2009/10, quando foi um dos mais utilizados dos “reds” e se pensou que tinha garantido o lugar de lateral-esquerdo do Liverpool para as temporadas seguintes.

Sem sucesso no futebol turco

Surpreendentemente, e depois de ter estado perto da Fiorentina, o internacional argentino acabou emprestado ao Galatasaray, onde passou a época transacta, mas sem se impor verdadeiramente, pois apenas fez 16 jogos pelo clube turco.

Assim sendo, no actual defeso, o lateral-esquerdo argentino acabou por regressar ao Liverpool, mas, sem espaço no clube inglês, acabou por se transferir de forma definitiva para o Sporting, onde se espera que se imponha como o dono do lado canhoto da defesa verde-e-branca.

lateral-esquerdo de elevado pendor ofensivo

Emiliano Insúa é um lateral-esquerdo de perfil ofensivo, que gosta de subir no terreno e criar desequilíbrios no processo ofensivo da sua equipa. Veloz, raçudo, bom tecnicamente e com uma excelente capacidade para cruzar para a área, é o puro lateral ofensivo que, por essa característica bastante atacante do seu futebol, obriga a que um dos médios-centro compense várias vezes a suas arrancadas.

Por esse motivo, e tendo em conta que no Sporting deverá ter João Pereira (também ele um lateral muito ofensivo) no outro flanco, será necessário que os leões tenham muita atenção na forma como os elementos do meio-campo vão compensar a possibilidade dos leões actuarem com dois laterais de perfil atacante.

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Ahmed Musa brilha no VVV

Outro dos jogadores que se destacaram no último Mundial de sub-20, foi um extremo nigeriano que já desenvolve o seu futebol nos relvados europeus: Ahmed Musa.

Nascido a 14 de Outubro de 1992 em Jos, Nigéria, Ahmed Musa iniciou a sua carreira nas camadas jovens do Aminchi Football Academy, tendo começado a sua carreira profissional em 2008 ao serviço do JUTH.

Todavia, o momento chave na sua ascensão futebolística foi em 2009/10, quando marcou 18 golos em 33 jogos ao serviço do Kano Pillars, garantindo a transferência para o futebol europeu e para o VVV Venlo na temporada seguinte.

Na equipa holandesa, apesar de ter chegado com 17 anos e de só ter podido jogar em Outubro (quando fez os 18 anos), Ahmed Musa não defraudou as expectativas e marcou nove golos em 25 partidas, sendo inclusivamente considerado pela IFFHS, um dos melhores 140 jogadores africanos da actualidade.

Extremo tecnicista e com enorme sentido de baliza 

Ahmed Musa é um extremo polivalente que gosta de colar ao flanco, mas, depois, tem a capacidade de alternar durante o desafio entre ser muito vertical e ir à linha cruzar com um elemento que faz diagonais da ala para o centro para procurar zonas de finalização.

Essa característica futebolística híbrida, faz do nigeriano um jogador extremamente perigoso, até porque é um futebolista muito rápido e tecnicista, tendo ainda elevada qualidade no passe e no remate de meia distância.

Neste momento, com apenas 18 anos e seguido pelos grandes gigantes do futebol europeu, não será surpreendente se o extremo africano der o salto para um clube com outros pergaminhos e ambições já no próximo defeso.

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Alex é um talento do Santa Clara

Um dos jogadores que fez boa campanha no Mundial de sub-20 na Colômbia foi um extremo-esquerdo do Santa Clara formado no FC Porto: Alex.

Nascido a 27 de Agosto de 1991 no Funchal, Madeira, Alexandre Henrique Gonçalves Freitas iniciou a sua carreira no Nacional em 2003, tendo passado para a equipa portista em 2005.

Nos azuis-e-brancos chegou, inclusivamente, a actuar durante 20 minutos num jogo da Taça de Portugal diante do Sertanense na temporada 2009/10, mas não conseguiu segurar um lugar no plantel portista, tendo abandonado definitivamente o clube no Verão de 2010.

Apesar do revés na carreira, Alex não baixou os braços e transferiu-se para os açorianos do Santa Clara, onde, na temporada transacta, foi um dos jogadores mais importantes da equipa, participando em 29 encontros oficiais e marcando um golo.

Extremo rápido e talentoso

Alex é um esquerdino de grande qualidade, fazendo da velocidade e da sua boa técnica individual os seus maiores predicados dentro do terreno de jogo.

Muito incisivo e objectivo com a bola nos pés, é um daqueles extremos desequilibradores que as equipas gostam de ter nos seus planteis, pois garante largura e verticalidade ao jogo ofensivo.

Preferencialmente um extremo-esquerdo, Alex também pode actuar no flanco oposto, ou, inclusivamente, numa zona central do campo, seja a “dez” ou a segundo avançado. Ainda assim, é claramente no lado esquerdo do ataque que o madeirense rende mais.

Aos 20 anos, pós um bom Mundial de sub-20 e preparando-se para a segunda temporada no Santa Clara, Alex tentará que esta seja a época da sua afirmação e, quiçá, do salto para uma equipa com outras ambições.

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Carlos Bueno não vingou em Alvalade

Foi uma passagem fugaz, de apenas uma época desportiva, e acabou por estar longe de cumprir com as elevadas expectativas que rodearam o avançado uruguaio à chegada a Portugal. Avançado de renome e que tinha se assumido como grande goleador no Peñarol, Carlos Bueno apostava forte neste empréstimo ao Sporting após o fracasso na primeira incursão no futebol europeu ao serviço do Paris Saint-Germain. No entanto, a temporada ao serviço do clube de Alvalade foi marcada por muitos golos desperdiçados e apenas uma noite de glória, diante do Nacional, quando marcou quatro golos e ficou conhecido, momentaneamente, por “Kinder Bueno!”

Produto das escolas do Peñarol

Carlos Heber Bueno Suárez nasceu a 10 de Maio de 1980 em Artigas, Uruguai, e iniciou a sua carreira desportiva no Peñarol, clube que representou até 2005.

No gigante de Montevideu, Carlos Bueno actuou na equipa principal durante seis anos, tendo apontado 73 golos em 135 jogos e assumindo-se como uma das grandes figuras do Peñarol. Essas boas exibições, valeram a transferência para o futebol europeu e para o PSG, clube que o anunciou como reforço para a época 2005/06.

Fracasso na Europa em PSG e Sporting

A experiência do internacional uruguaio em Paris foi um fracasso absoluto, pois Carlos Bueno apenas fez 12 jogos e não conseguiu marcar qualquer golo pelo clube gaulês. Assim sendo, entendeu-se por bem emprestar o avançado uruguaio e, assim, Carlos Bueno foi emprestado ao Sporting, que precisava de um goleador e não tinha dinheiro para se aventurar de forma mais efectiva no mercado de transferências.

Em Alvalade, todavia, o (in)sucesso foi o mesmo, com o jogador a destacar-se mais pelos golos que falhou que pelos que marcou, ainda que ao contrário da passagem pelos franceses, Bueno ainda tenha feito golos no Sporting.

No entanto, o “poker” ao Nacional, os dois golos ao Pinhalnovense para a Taça de Portugal e um golo diante do Spartak Moscovo, em jogo da “Champions”, foi manifestamente pouco para as expectativas que se criaram à volta do internacional uruguaio que, assim, abandonou a equipa portuguesa sem grande glória no final da temporada 2006/07.

Só o Peñarol fez renascer Carlos Bueno

Depois de uma má experiência no Boca Juniors, o internacional uruguaio regressou ao Peñarol, onde voltou a reencontrar o caminho do golo e do sucesso.

Entre Janeiro de 2008 e o Verão de 2009, Carlos Bueno marcou 17 golos em 35 jogos pelo gigante uruguaio, transferindo-se em 2009/10 para a Real Sociedad, então no segundo escalão do futebol espanhol.

No clube basco, Bueno foi importantíssimo na campanha que levou a Real Sociedad de volta ao primeiro escalão, marcando 12 golos em 33 jogos e tornando-se um dos preferidos dos adeptos donostiarras.

Depois do País Basco, o atacante actualmente com 31 anos ainda esteve seis meses no Universidad do Chile e, desde Dezembro de 2010, representa os mexicanos do Querétaro, onde já soma 12 golos em 22 jogos, mantendo a elevada veia atacante que o tem caracterizado nos últimos tempos.

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Ilídio Vale também teve boas individualidades

Apesar de Portugal se ter imposto principalmente pela sua qualidade colectiva, existem jogadores que se destacaram individualmente dos demais, levando-nos a acreditar que possam ter um maior futuro no Mundo do futebol, dadas as enormes capacidades que revelaram no campeonato mundial disputado na Colômbia. Nesse seguimento, escolhi oito jogadores portugueses que, na minha opinião, demonstraram mais qualidade e talento para que consigam superar a difícil transição para o futebol profissional. Esses jogadores são Mika, Cedric, Mário Rui, Roderick, Nuno Reis, Danilo, Caetano e Nélson Oliveira.

Mika é um guarda-redes elástico

Mika – Guarda-redes – 20 anos – Benfica

Com enorme envergadura (1,88 metros), Michael Simões dos Santos “Mika” tem tudo para vingar no futebol profissional, pois reune todas as qualidades para um jogador da sua posição.

Ao longo do campeonato do Mundo, Mika assumiu-se como um guarda-redes frio, seguro pelo ar e pelo chão, destacando-se pelos bons reflexos e maturidade de realce para alguém tão jovem.

Ainda assim, numa fase tão embrionária do seu crescimento futebolístico, talvez se justificasse o empréstimo a um clube onde pudesse jogar, do que se manter como terceiro guarda-redes do Benfica.

Cedric espera crescer na Briosa

Cédric Soares – Lateral-direito – 19 anos – Sporting (cedido à Académica)

Lançado precocemente na equipa principal do Sporting durante a época passada, Cedric Soares foi uma das boas surpresas neste campeonato do Mundo de sub-20.

Bom no processo ofensivo e nas transições defesa/ataque e ataque/defesa, o actual jogador da briosa é muito bom tecnicamente e nunca se retrai perante a oposição, mostrando ser raçudo e guerreiro o quanto baste.

Neste momento, cedido à Académica, terá todas as possibilidades para continuar a crescer como futebolista e tornar-se uma alternativa para o Sporting e para selecção nacional.

Mário Rui é um lateral-esquerdo talentoso

Mário Rui – Lateral-esquerdo – 20 anos – Parma (cedido ao Gubbio)

Apesar de muito jovem, Mário Rui já passou por Sporting, Benfica e Valência, estando agora ligado contratualmente ao Parma, ainda que tenha sido cedido ao modesto Gubbio da Série B italiana.

Actuando numa posição onde Portugal é historicamente fraco (Fábio Coentrão é uma das felizes excepções…), Mário Rui surpreendeu pela velocidade e pela capacidade como sobre no terreno com a bola controlada, sendo muito efectivo tanto no capítulo do cruzamento, como, inclusivamente, na finalização.

O seu empréstimo a um modesto clube da Série B poderá ajudá-lo na adaptação ao difícil calcio e a permitir-lhe evoluir de forma decisiva em termos tácticos.

Roderick é uma aposta de futuro dos encarnados

Roderick – Defesa-central – 20 anos – Benfica (cedido ao Servette)

Outra das confirmações portuguesas neste campeonato do Mundo de sub-20 foi Roderick Miranda, um defesa-central que pouco jogou na última temporada ao serviço do Benfica, mas que acaba de ser cedido ao Servette para que possa actuar com maior regularidade.

Defesa-central alto (1,91 metros) e possante, é muito bom no jogo aéreo, mas também é extremamente competente pelo chão, assumindo-se como um jogador rigoroso e eficaz na abordagem aos lances, raramente perdendo a calma ou o posicionamento no terreno de jogo.

Agora, nesta temporada no campeonato suíço, veremos como o defesa-central evolui e se já conseguirá garantir um lugar no plantel encarnado para 2012/13.

Nuno Reis tem brilhado em Brugge

Nuno Reis – Defesa-central – 20 anos – Sporting (cedido ao Cercle Brugge)

A seguir a Nélson Oliveira, Nuno Reis foi claramente o jogador que mais me entusiasmou ao longo do campeonato do Mundo, demonstrando qualidades que o podem elevar a um patamar elevadíssimo no contexto futebolístico luso.

Jogador sóbrio, seguro e eficaz, trata-se de um defesa-central que parece estar sempre no sítio certo para o desarme ou para dobrar um colega, assumindo-se ainda como um líder natural e revelando enormes qualidades técnicas para subir com a bola controlada sempre que para isso tenha chances.

Titular indiscutível do Cercle Brugge em 2010/11, volta nesta temporada ao clube belga para continuar o seu crescimento futebolístico e preparar-se para o inevitável, que é como quem diz, a titularidade no Sporting Clube de Portugal.

Danilo espera vingar em Itália

Danilo Pereira – Médio-defensivo – 19 anos – Parma

Uma das razões para Portugal ter aguentado seis jogos sem sofrer qualquer golo foi um médio-defensivo de origem guineense e que surpreendeu bastante na Colômbia: Danilo Pereira.

Guerreiro incansável na luta do miolo, Danilo não é um jogador muito refinado em termos técnicos, mas assume-se de elevada importância pela enorme envergadura física, eficaz capacidade de desarme e pela forma como ajuda os centrais no processo defensivo e tapa todos os caminhos para a área.

Ligado contratualmente ao Parma, terá poucas hipóteses de jogar nos “gialloblu” e precisará  de ser emprestado a um clube onde possa jogar com regularidade e continuar a evoluir futebolísticamente, pois sabemos que esta fase é fulcral no crescimento de qualquer atleta.

Caetano é um poço de talento

Caetano – Extremo-esquerdo – 20 anos – Paços de Ferreira

Um dos poucos poços de criatividade da equipa nacional na Colômbia residiu na capacidade técnica de um jogador que tem futebol nos genes (o pai actuou inúmeros anos no Tirsense e chegou a ser internacional A) e se assumiu como um extremo desconcertante: Caetano.

Rápido, tecnicamente muito evoluído e com grande objectividade em todas suas movimentações, Caetano foi uma pincelada de classe numa equipa maioritariamente operária, dando mesmo a ideia que poderia e deveria ter sido ainda mais utilizado do que foi ao longo do Mundial.

Pérola do Paços de Ferreira, está no clube certo para continuar a sua ascensão no futebol português, sendo provável que dê um salto para um clube de outra envergadura daqui a uma ou duas épocas.

Nélson Oliveira poderá ser o futuro “nove” luso

Nélson Oliveira – Ponta de lança – 20 anos – Benfica

O ponta de lança da equipa das quinas sagrou-se com toda a justiça o segundo melhor jogador do campeonato do Mundo, prémio mais que merecido para um jogador que, por vezes, parecia lutar contra o Mundo e mesmo assim conseguia fazer o que pretendia, tal como é exemplo o golo que marcou ao Brasil.

Abandonado entre os centrais adversários durante todo o Mundial, Nélson Oliveira nunca cedeu às dificuldades, tornando-se, ao invés, num pesadelo para os adversários, que não sabiam como parar um avançado possante (1,86 metros) mas que também reúne inúmeras qualidades técnicas e de finalização.

Neste momento, após os empréstimos ao Rio Ave e Paços de Ferreira, terá a sua prova de fogo ao serviço da equipa sénior do Benfica, todavia, nesta fase, já ninguém duvida que o destino do avançado-centro será o sucesso ao serviço das águias e da equipa principal portuguesa.

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A selecção portuguesa que esteve na Colômbia

Depois da fraca prestação no Europeu de sub-19, onde a equipa portuguesa não passou da fase de grupos e, inclusivamente, foi goleada pela Croácia (0-5), as expectativas para esta participação no campeonato do Mundo eram bastante baixas, havendo mesmo pessoas quem duvidasse da possibilidade dos lusos chegarem aos oitavos de final. No entanto, apoiados numa equipa generosa e de grande entreajuda, os lusitanos foram ultrapassando todos os obstáculos até à final, surpreendendo um país que até foi privado de assistir à primeira fase da prova, tal era a descrença dos meios de comunicação social na equipa das quinas. Aí, no jogo decisivo, os canarinhos foram mais fortes, mas para a história fica uma equipa que provou que com motivação, força e querer, nada é impossível.

Portugal festeja vitória diante dos Camarões

Eficácia e calculismo no caminho até aos oitavos de final

Portugal foi uma equipa na verdadeira acepção da palavra, funcionando sempre como um bloco e abdicando de ser espectacular, para se impor como uma equipa extremamente calculista e eficaz.

De facto, na fase de grupos, a equipa portuguesa não foi além de um nulo com o Uruguai e de duas magras vitórias por 1-0 diante dos Camarões e Nova Zelândia, resultados pouco entusiasmantes, mas ainda assim suficientes para o apuramento para os oitavos de final como primeiro classificado do grupo e com direito a defrontar a pior equipa das dezasseis ainda em prova na fase de eliminatórias, a Guatemala.

Mika foi herói diante da Argentina

Uma equipa em crescendo nas eliminatórias

Curiosamente, diante da equipa da América Central, Portugal fez a pior exibição no torneio, não indo além de nova vitória por uma bola a zero e, inclusivamente, apanhando inúmeros sustos diante de uma equipa que havia perdido por 5-0 com a Nigéria e 6-0 com a Arábia Saudita na fase de grupos. Imediatamente, pensou-se que era o último obstáculo que a equipa das quinas ia ultrapassar,

Ainda para mais, o adversário nos quartos de final era a mais do que favorita Argentina, gerando-se uma descrença nos portugueses que, todavia, já valorizavam interiormente a prestação lusitana, pensando que termos chegado aos quartos de final já era um resultado de registo, até porque era a melhor participação da nossa selecção desde 1995.

Contudo, a equipa portuguesa voltou a surpreender positivamente os seus conterrâneos, equilibrando o jogo com os sul-americanos e até dispondo das melhores oportunidades para desfazer um nulo que, todavia, resistiu até ao final dos 120 minutos.

Nos penaltis, os portugueses chegaram a estar a perder por 3-1 e com os argentinos a terem dois “match-points” para vencerem a eliminatória. Todavia, Mika apareceu quando tinha de aparecer e Portugal deu a volta ao texto, eliminando os sul-americanos (5-4 nos penaltis) e seguindo para as semi-finais.

Por incrível que pareça, foi no último degrau até à final que a equipa das quinas acabou por vencer de forma mais confortável, superando a França por 2-0, graças a dois golos ainda na primeira metade. Esse resultado fez com que Portugal chegasse à final da prova sem sofrer qualquer golo, destacando-se pela inteligência táctica, capacidade de sofrimento colectivo, calculismo e eficácia.

Brasil foi mais feliz na final

E o título mundial ali tão perto…

Na final, Portugal sofreu um golo muito cedo e, pelas características da nossa equipa, pensou-se que a nossa selecção não seria capaz de dar a volta ao texto. No entanto, a equipa das quinas voltou a mostrar talentos que ninguém reconhecia até esta prova e fez questão de calar quem não acreditava no conjunto.

Com golos de Alex e Nélson Oliveira, Portugal entrou bem dentro do segundo tempo em vantagem (2-1) e ainda viu o avançado do Benfica desperdiçar uma oportunidade de fazer o 3-1 e matar definitivamente o encontro.

Infelizmente, Cedric havia saído da equipa por lesão e o adaptado Pelé estava com dificuldades para parar Dudu no flanco direito da defesa portuguesa. Assim sendo, após alguns sustos, foi sem surpresa que Dudu superou Pelé e cruzou para o empate de Óscar que obrigou o encontro a chegar ao prolongamento.

Nos trinta minutos suplementares, foi a vez de Caetano ser infeliz, falhando um chapéu que poderia ter devolvido a vantagem aos portugueses. Depois, com a equipa lusa de rastos (Danilo foi mesmo obrigado a sair, fazendo com que a equipa das quinas terminasse com dez), o Brasil haveria de ser extremamente feliz, chegando ao 3-2, graças a um cruzamento mal medido de Óscar que só parou no fundo da baliza de Mika.

Após esse tento canarinho, Portugal ainda tinha dez minutos para tentar chegar novamente ao empate, mas se a vontade e a crença eram enormes, a força era quase nula, fazendo com que a equipa das quinas fosse incapaz de regressar ao jogo.

Assim sendo, quando o árbitro apitou para o final da partida e enquanto os brasileiros festejavam o seu quinto título mundial, os portugueses entregavam-se a um choro incontrolável de quem percebeu que esteve a um pequeno passo de conquistar o título mundial de sub-20.

Nélson Oliveira confirmou todo o seu talento

O futuro da “Geração Coragem”

Poucos acreditavam na qualidade individual e colectiva desta selecção de sub-20, todavia, ao longo de sete desafios, Portugal fez questão de demonstrar que tem matéria prima para que o futuro do nosso futebol seja menos sombrio do que se chegou a temer.

Colectivamente, fiquei impressionado pela evoluidíssima inteligência táctica e capacidade de ocupação de espaços no sector recuado, porque defender bem também é uma arte e não é limitada a um autocarro à frente do guarda-redes. Na minha opinião, em termos de processo defensivo, Portugal roçou a perfeição e só isso explica que tenhamos atingido a final sem sofrer qualquer golo.

Ofensivamente, notou-se que faltou talento e criatividade à equipa portuguesa, demasiado dependente de um avançado-centro que ou muito me engano, ou vai ser o ponta de lança da selecção A durante anos a fio: Nélson Oliveira. Com um jogador de elevada criatividade na posição “dez”, a equipa das quinas poderia ter alcançado outra excelência no processo ofensivo, limitando a dependência do avançado do Benfica e tornando-se menos previsível no ataque.

Ainda assim, temos razões para estarmos bem satisfeitos e estou certo que jogadores como Mika, Cedric, Roderick, Nuno Reis, Danilo, Caetano e, acima de tudo, Nélson Oliveira, têm tudo para vingarem no futebol profissional e ajudarem e muito o futebol português.

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Mangala vai deixar saudades no Standard

A viver e a jogar futebol na Bélgica desde os cinco anos encontra-se um defesa-central francês de enorme qualidade e que também poderá reforçar o FC Porto: Eliaquim Mangala.

Nascido a 13 de Fevereiro de 1991 em Colombes, França, Eliaquim Magala cedo viajou para a Bélgica, onde representou clubes de menor dimensão até se transferir para o Standard de Liège na temporada 2007/08.

No clube da Valónia, estreou-se na equipa sénior na temporada seguinte, tendo chegado à titularidade  em 2009/10 para nunca mais a perder. Neste momento, com apenas 20 anos de idade, já soma 77 jogos (2 golos) pelo Standard de Liège, sendo claramente um dos elementos mais importantes do plantel.

Um central possante mas de boa qualidade técnica

Mangala é um defesa-central alto e forte (1,87 metros), sendo bastante efectivo no jogo aéreo. Apesar disso, consegue reunir outro tipo de qualidades não tão usuais para um jogador da sua envergadura, pois é rápido tanto em termos de velocidade pura como de reacção e muito bom tecnicamente.

Defesa-central por vocação, também pode actuar como lateral-esquerdo, pois, curiosamente, foi nessa posição que iniciou a carreira. Ainda assim, o francês é muito mais efectivo no centro da defesa, sendo que a deslocação para o flanco canhoto apenas deve ser colocada em causa em casos de extrema necessidade.

Por todas as qualidades enunciadas, pela sua inteligência táctica e pela enorme margem de progressão que este jovem de 30 anos tem, penso que seria um reforço de luxo para o plantel azul-e-branco.

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