Feeds:
Artigos
Comentários

VarandasO Sporting viaja novamente numa daquelas espirais de auto-destruição que lhe são frequentes, e cujos sinais já vinham de longe, ainda que o mais tolerante (ou mais varandista) dos adeptos tentava ignorar, como que esperando por um daqueles milagres que jamais surge no clube verde-e-branco.

Uma vez mais, cometeu-se o típico erro tão sportinguista de se querer cortar radicalmente com o passado recente como se tudo o que viesse da direcção anterior estivesse errado. A novidade, desta vez, é que nem sequer se criou um novo paradigma, mesmo que errado.

Não, o que esta direcção conseguiu, isso sim, foi pegar nos erros das administrações de Filipe Soares Franco, José Eduardo Bettencourt e Godinho Lopes, e prescrever uma receita global para o desastre, pautada pelo autismo comunicacional, desvalorização negligente dos seus próprios activos, e uma política de contratações que parece um misto entre uma shortlist do FM 2015 e uma bolorenta base de dados do Carlos Freitas.

Voltou-se, rapidamente, àquele costume tão leonino de achar que se deve contratar aqueles jogadores que ainda ninguém reparou, mas que são certamente craques. Ou aqueles gajos que já falharam em toda a via-láctea mas que certamente vão explodir neste contexto de enorme tranquilidade e estabilidade que é o Sporting Clube de Portugal.

Surreal é também perceber-se que se passou toda a pré-temporada a contratar por catálogo, sem sequer se questionar o treinador sobre qual o perfil dos atletas que pretendia para o seu estilo de jogo. Depois, vende-se o principal ponta de lança sem lhe dar qualquer cavaco por sete milhões de euros e fica-se no plantel com um único “nove”, um ex-jogador de uma equipa da Segunda Liga.

O importante é poupar! Mas gastou-se cinco milhões de euros em Rafael Camacho (quando havia Matheus Pereira) ou três milhões de euros em Eduardo (quando se podia assegurar a continuidade de Gudelj a custo zero).

E quando até se compreendem as contratações, como é o caso de Rosier (7,5 milhões de euros) ou Vietto (7,5 milhões por 50% do passe) estas são feitas por valores completamente exagerados, entrando completamente em choque com o seu real valor de mercado e o próprio discurso da administração.

O último dia do mercado, então, foi uma verdadeira tragicomédia, com Varandas e Hugo Viana a mostrarem todo o seu know-how de scouting, desenterrando da pré-reforma Jesé Rodríguez e Bolasie, e juntando-lhes um brasileiro que apenas é popular no bairro brasileiro onde nasceu e na República Popular de Donetsk.

Entretanto, vendeu-se à pressa o melhor extremo do plantel e ainda se tapa os caminhos do onze principal aos três miúdos que cá ficaram e que verão a sua ascensão completamente bloqueada por três emprestados que, mesmo que se valorizem, serão para ganhos alheios. O mais irónico de tudo, é que dois desses jogadores até foram comprados por esta direcção (Plata e Camacho). Sem palavras.

Esqueceram-se, ao mesmo tempo, de reforços para as três principais lacunas do Sporting: A posição “seis”, onde apenas há o imberbe Doumbia e um Battaglia que vem daquelas lesões que nem sempre garante recuperação plena; a já supra-citada posição “nove”, onde resta Luiz Philippe; e a baliza, onde um bom “scouting” poderia ter facilmente identificado Rajkovic, um dos melhores guarda-redes da actualidade e que saiu para o modesto Reims por menos de meio Rosier.

Impressionante para quem dizia que tinha sempre plano A, B e C para tudo e que só vendia quando já tinha substituto alinhavado. Intrigante, principalmente depois de se ter ouvido tantas vezes que não havia necessidade extrema de vender os melhores activos.

A verdade é que o Sporting termina o mercado de Verão em liquidação total e sem gastar um euro na aquisição de um reforço que seja, quanto mais não fosse o ponta de lança, isto depois de terem despachado um futebolista que marcou 93 golos em 127 jogos por menos dois milhões de euros do que o FC Porto vendeu o seu defesa-central excedentário Osório.

Era engraçado perceber-se onde anda o dinheiro da “Apolo”, do empréstimo obrigacionista e do superavit entre compras e vendas de jogadores. Bem, ao menos agora o excel deve andar porreiro.

O problema vai ser quando as receitas caírem a pique com o mais do que certo divórcio crescente entre os sportinguistas e a sua equipa de futebol. É que ninguém pode sair motivado quando percebe que o plantel do Sporting é talvez ainda pior do que o plantel construído o ano passado pela comissão de gestão.

Mas eles querem lá saber. Primeiro meteu-se a culpa no “Brunão”, agora todo o mal tem o selo: Keizer e, brevemente, outro será o bode expiatório. E olhem que o leão é mesmo uma caixinha de surpresas.

Entretanto um gajo vai tentando rir para não chorar com tanta incompetência de quem pensa que comandar um clube de futebol é ignorar todo o factor emoção e focar-se na racionalidade cientifica da gestão de uma mercearia de esquina.

Afinal, já dizia José Maria Ricciardi que “isto não estava para amadores”, mas sinceramente é uma frase que me ofende ligeiramente.

É que amador sou eu e não conseguia fazer tanta merda.

Keizer

Keizer desenvolveu muitos talentos no Ajax

Antes de mais tenho de agradecer ao trabalho desempenhado por Tiago Fernandes nas últimas semanas.

Afinal, tratava-se de uma equipa completamente à deriva, que aliava o inexistente processo ofensivo a uma incapacidade defensiva que permitia que qualquer adversário conseguisse disputar (e por vezes mesmo dominar) o jogo com o Sporting, somando ocasiões de golo atrás de ocasiões de golo. E quando isso chega a acontecer com o Loures e o Estoril, está tudo dito…

Com o jovem técnico, reconheço que a mudança esteve longe de ser assombrosa (jamais haveria tempo para isso), mas é inegável que o processo defensivo melhorou exponencialmente, conseguindo o Sporting ser uma equipa muito mais segura defensivamente nos últimos três jogos. Ofensivamente, por outro lado, as coisas melhoraram pouco, mas a verdade é que se ultrapassou esta fase com duas vitórias no campeonato e um empate com o Arsenal. Melhor seria (quase) impossível.

Ironicamente, chegamos à 10ª jornada a apenas dois pontos do líder. Os mesmos dois pontos a que estávamos há duas jornadas atrás, ainda com José Peseiro, e que fizeram com que todos caíssem em cima de Francisco Varandas por este ter despedido o coleccionador de insucessos.

Nesse período, gerou-se, aliás, uma ridícula campanha a roçar o “Je suis Peseiro”, ignorando-se o mau futebol crónico, os quatro golos encaixados no recinto do então último, a derrota caseira com uma equipa secundária ou a aflição com o modesto Loures. O que importava era defender o indefensável em prejuízo do Sporting.

É nesses momentos, que me pergunto se certas personalidades da nossa praça se prestam a certas figurinhas por má fé, ou apenas por uma incapacidade crónica de constatar para além do óbvio. Chega a ser constrangedor verificar a impossibilidade que têm de distinguir o processo do resultado, ignorando que um bom resultado nem sempre é resultado de um processo pensado, mas apenas de uma casualidade, um golpe de sorte que jamais durará para sempre.

Felizmente, e como sucedeu com a grande maioria dos sportinguistas, Frederico Varandas constatou o óbvio e percebeu que era preciso afastar José Peseiro e trazer um outro treinador que pudesse trazer uma filosofia de jogo ao Sporting.

Acredito piamente que o holandês não foi a primeira escolha do presidente do Sporting, mas, pelo perfil, não tenho quaisquer dúvidas que o mesmo encaixa perfeitamente no modelo que Frederico Varandas idealizou e que teria como primeira opção: Leonardo Jardim.

As premissas, afinal, são óbvias: um treinador pedagógico, que tenha uma aprofundada base teórico-prática num clube de renome (no caso de Marcel Keizer estamos apenas e só a falar do Ajax), e que tenha igualmente no seu ADN a capacidade de potenciar jovens talentos e de praticar bom futebol.

Quem tiver boa memória irá igualmente recordar que o Sporting já teve um treinador estrangeiro que preenchia os mesmos requisitos: Mirko Jozic. Uma vez mais, os “pseudo-entendidos do futebol” irão colar-lhe ao insucesso de um quarto lugar, esquecendo que o croata foi, no fundo, o verdadeiro potenciador do penúltimo título nacional conquistado pelos leões, ou não fosse ele a construir o trabalho de base que seria depois aproveitado na época seguinte por Augusto Inácio.

Ironicamente (ou talvez não), a Marcel Keizer já foi aplicada uma espécie de certidão de óbito. Isto antes do primeiro jogo ou mesmo primeiro treino.

Os argumentos são variados e começam no facto do holandês ter sido despedido no seu único trabalho num clube sénior de relevo (sem sequer investigarem o porquê desse mesmo despedimento) e de ter passado demasiado tempo a trabalhar em camadas jovens/divisões secundárias. Acima de tudo, de falta de experiência.

E não posso ser desonesto, tenho de reconhecer que é uma opção de risco, mas ao menos indica um projecto. E o Sporting precisa acima de tudo disso: de um projecto.

Por outro lado, o adepto comum também tem de perceber que o sucesso consolidado nem sempre está de mãos dadas com o sucesso momentâneo e que por vezes esse sucesso momentâneo acaba por mascarar erros estruturais que se vão pagar mais adiante.

Lembram-se do Benfica 2004/05, que foi campeão? A esse sucesso momentâneo sucederam-se quatro temporadas em que o Benfica nem sequer conseguiu chegar a um segundo lugar, chegando mesmo a acabar um desses campeonatos atrás de uma equipa que vinha da segunda divisão.

Por outro lado, entre 2010 e 2013, o mesmo Benfica não ganhou absolutamente nada de relevo, mas soube se manter fiel a uma estrutura de pensamento que acabaria por redundar num tetracampeonato. É o processo.

E é precisamente isso que espero que o Sporting ganhe com a chegada de Keizer. Um processo bem definido e que deverá ser essencialmente assente na renovação de toda a estrutura da formação para que esta volte à excelência de tempos não muito distantes (em que era a mais importante base de recrutamento do clube); um grande incremento da rede de scouting para a detecção de jovens promessas internacionais a preços ainda acessíveis; e a implementação de um modelo de jogo atractivo para o espectador e que seja transversal a todas as equipas do universo Sporting.

Se será o treinador holandês a pessoa certa para levar a cabo este trabalho? Não sei. Mas de uma coisa tenho a certeza: daquilo que conheço do seu trabalho de campo e consciente do sítio de onde vem, as bases estão todas lá.

De qualquer maneira, Keizer, tal como qualquer treinador que viesse no seu lugar e que pretendesse implementar uma ideia de jogo, terá de ter a paciência que nenhum adepto precisou de ter com Leonardo Jardim, Marco Silva ou Jorge Jesus.

É que o holandês herda uma equipa cujas dinâmicas de cinco temporadas foram abruptamente destruídas em poucos meses. Com a agravante de uma classificação enganadora e que não é minimamente consentânea com aquilo que o Sporting produziu em campo.

Uma espécie de ano zero até ao Verão, e o benefício da dúvida de todos os sportinguistas, é tudo o que lhe desejo.

Peseiro

José Peseiro fracassou uma vez mais

Costuma-se dizer que uma mentira repetida muitas vezes pode tornar-se uma verdade e lembrava-me sempre disso quando se iniciava uma discussão sobre a primeira passagem de José Peseiro pelo Sporting.

Rotulado de treinador do “quase”, José Peseiro era muitas vezes colocado num patamar de vítima, lembrando os seus defensores de que o técnico ficou muito perto da conquista do título nacional e de ganhar uma competição europeia.

Esse é, afinal, um hábito recorrente do típico adepto futebolístico português, e que deriva da sua quase intrínseca incapacidade de ver para além do resultado final, ignorando todo o processo e vicissitudes que levaram a esse destino.

“Ganhou ou não ganhou?” é aquela fraca e recorrente argumentação que permite facilmente identificar esta estirpe de gente que prolifera no Mundo do futebol, mas também se encontra nas outras áreas de opinião. Mas não pensem que isto está circunscrito às conversas de café. Existem inúmeros jornalistas e pseudo-jornalistas da nossa praça que se alimentam desta falácia.

Ora, José Peseiro, de tão fraco, nem sequer permitia que essa gente se pudesse apoiar no “ganhou ou não ganhou”, porque, com sorte ou trabalho, a verdade é que ele nunca ganhou nada de relevante. Mas, existia sempre aquela irritante retórica do “excelente campeonato e Taça UEFA que só teria sido perdida por manifesto azar”…

Mas terá sido mesmo assim? Ignoremos propaganda e vamos cingir-nos aos factos:

José Peseiro somou 61 pontos em 34 jornadas desse campeonato nacional de 2004/05, o que resulta numa média de 1,79 pontos/jogo, perdendo a Liga para um Benfica que somou 65 pontos em 34 jornadas, numa pouco superior média de 1,91 pontos/jogo.

Para terem uma ideia, nas treze temporadas seguintes o Sporting apenas por três vezes terminou o campeonato com pior média de pontos: 2009/10 (4.º); 2010/11 (3.º) e 2012/13 (7.º), épocas em que acabou a 28, 36 e novamente 36 pontos de distância do primeiro lugar.

Aliás, a prestação de José Peseiro nessa Liga é tão fraca que o Sporting 2011/12, que terminou em quarto lugar, atingiu uma média de pontos (1,97) que lhe teria permitido ser campeão em 2004/05.

Perceba-se uma coisa: Obter uma média de dois pontos/jogo é uma banalidade no campeonato português. E mesmo o Sporting, que nunca foi campeão nessas 13 temporadas, atingiu essa média em oito ocasiões, com Paulo Bento (3 vezes), Jorge Jesus (3), Marco Silva e Leonardo Jardim.

Ou seja, um treinador que não o consegue fazer não pode ser rotulado de técnico do “quase”, mas sim de medíocre.

Passemos agora ao por muitos saudado périplo “uefeiro” de José Peseiro em 2004/05.

“Ah, o Sporting fez uma grande campanha.”; “Que noites gloriosas contra grandes equipas europeias”; etc, etc, etc…

Ora, o Sporting chegou à essa final, que haveria de perder ridiculamente em casa, após o seguinte percurso:

1ª eliminatória: vs Rapid Viena (2-0 e 0-0) – havia de ser campeão austríaco nessa época.

Fase de grupos: vs Panionios (4-1) – havia de ser 11.º no campeonato grego; vs D. Tiblissi (4-0) – havia de ser campeão da Geórgia; vs Sochaux (0-1) – havia de ser 10.º no campeonato francês; e vs Newcastle (1-1) – havia de ser 14.º na Premier League.

Fase a eliminar: vs Feyenoord (2-1 e 2-1) – havia de ser quarto classificado no campeonato holandês; Middlesbrough (3-2 e 1-0) – havia de ser 7.º na Premier League; Newcastle (0-1 e 4-1); e AZ (2-1 e 2-3) – havia de ser terceiro classificado no campeonato holandês…

É isto um percurso épico?

E depois perder a final contra um adversário que, até aí, tinha como melhor prestação europeia o último lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões 1992/93 e que, na temporada 2003/04, não tinha passado da 2.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, eliminado que foi pelo colosso macedónio: Vardar?

Épico é eliminar o Manchester City, como fez Sá Pinto em 2011/12, ou bater-se de frente contra o Chelsea, Juventus, Real Madrid ou Barcelona como fizeram Marco Silva ou Jorge Jesus.

José Peseiro apenas beneficiou de um campeonato fraco e de muita sorte nos sorteios europeus para criar a ideia do “quase”, que, no fundo, foi apenas resultado da sua mediocridade.

É que, quando conjugações cósmicas ocorrem, até Jaime Pacheco pode ser campeão com o Boavista ou José Rachão (V. Setúbal) e José Mota (Aves) podem ganhar uma Taça de Portugal. E Peseiro nem isso conseguiu, com o Sporting.

Portanto, ao enésimo insucesso, espero que termine finalmente o “mito” e a sua carreira como treinador de alto nível. Sinceramente, já não tenho paciência para ambas as coisas.

Bradaric

Bradarić é internacional croata

A imprensa desportiva portuguesa tem dado conta do interesse do Sporting em atacar em força o mercado croata, sendo que um dos alvos que já foi referenciado por mais do que um meio de comunicação social é precisamente o médio-defensivo Filip Bradarić.

Criado na famosa escola de futebol do Hajduk Split, trata-se de um dos grandes destaques da equipa do Rijeka que acabou de surpreender a Europa ao conquistar o título croata e acabado com o domínio crónico do Dínamo de Zagreb nessa prova.

Aos 25 anos, estará com um bom nível de maturidade para dar o salto para um campeonato mais competitivo, ainda que naturalmente gere algumas dúvidas que tenha a capacidade se assumir como um substituto imediato de William Carvalho, isto, obviamente, se o internacional português abandonar Alvalade neste Verão.

Subiu todos os patamares

Filip Bradarić nasceu a 11 de Janeiro de 1992 em Split, Croácia, sendo um produto das escolas do Hajduk Split, emblema que representou entre 2003 e 2015, ainda que a sua estreia no futebol sénior se tenha dado no Primorac 1929, onde esteve por empréstimo entre 2011 e 2013.

Aí, somou um total de 55 jogos (oito golos), tendo representado o modesto clube na terceira e segunda divisão croata com grande destaque, ou não tivesse merecido o regresso ao Hajduk Split para a temporada 2013/14.

No histórico clube da Dalmácia, o “seis” haveria de actuar na época e meia seguinte, somando um total de 48 jogos (três golos) e merecendo uma transferência em Fevereiro de 2015 para o Rijeka, emblema que vivia uma ascensão interessante no futebol croata.

Um esteio do Rijeka

Filip Bradarić haveria de se tornar automaticamente num dos principais esteios do Rijeka, sendo titularíssimo desde que chegou à equipa orientada desde 2013 pelo esloveno Matjaž Kek.

Afinal, nas últimas duas épocas e meia, Filip Bradarić somou um total de 88 jogos e cinco golos, tendo sido fundamental no título croata conquistado pelo Rijeka na temporada que agora termina, assim como nos vice-campeonatos de 2015 e 2016.

Para além disso, o jovem de 25 anos conseguiu também chegar à selecção croata, pela qual soma duas internacionalizações e na qual se estreou num particular diante da Irlanda do Norte (3-0) a 15 de Novembro de 2016.

Mais “seis” que William

Filip Bradarić actuou a época transacta num duplo-pivot de meio campo na companhia de Josip Mišić, sendo que este último funcionava como box-to-box enquanto o ex-jogador do Hajduk Split actuava como “seis” puro.

Aí, admita-se, o seu perfil aproxima-se pouco de William Carvalho, pois Filip Bradarić é um trinco mais de contenção, actuando de forma mais posicional e conservadora, enquanto o internacional português gosta mais de ter a bola e dar profundidade ofensiva ao seu jogo.

Com bom pulmão, forte no jogo aéreo, inteligente na ocupação dos espaços e bom na recuperação, Filip Bradarić não deixa igualmente de ser competente com a bola nos pés, ainda que a transição ofensiva não seja o seu aspecto mais forte.

Pelas suas características, seria um jogador que até funcionaria melhor na companhia de um médio-centro com características mais ofensivas do que Adrien Silva, não surpreendendo que a sua eventual contratação prepare não só a saída de William Carvalho como também a do luso-francês.

PM

O Vitória de P. Martins já está na Liga Europa

A fraca temporada que Portugal fez nas competições europeias em 2016/17, potenciada pelo facto de Sporting e Sporting de Braga terem estado muito abaixo das expectativas, faz com que o nosso país vá perder uma equipa nas competições europeias em 2018/19.

Ou seja, nessa temporada, teremos apenas duas equipas na Liga dos Campeões (uma na 3.ª pré-eliminatória e outra na fase de grupos) e outras três na Liga Europa (uma na fase de grupos, uma na 3ª pré-eliminatória e outra na 2.ª pré-eliminatória).

Este infortúnio, porém, poderá (e deverá) começar a ser revertido já na próxima época, uma vez que Portugal teve a “sorte” de (quase) tudo lhe correr no âmbito das equipas que se apuraram para as competições europeias, seja ao nível de quem se qualificou, como inclusivamente da fase da prova para a qual seguirão.

FC Porto no playoff seria teoricamente melhor para Portugal

Na Liga dos Campeões, por exemplo, seguem as três melhores equipas portuguesas (Benfica e FC Porto na fase de grupos e Sporting no playoff), sendo que o cenário apenas poderia melhorar caso os dragões fossem ao playoff ao invés dos leões. É que os azuis-e-brancos, com 98,866 de coeficiente, seriam garantidamente cabeças de série nessa fase da prova, algo que maximizaria a possibilidade de termos novamente três equipas na fase de grupos da Liga dos Campeões.

O Sporting, afinal, fruto de fracas campanhas europeias recentes, tem um coeficiente de apenas 36,866, números que só por milagre lhe permitirão chegar ao estatuto de cabeça de série no playoff e, como tal, diminuirão em muito as possibilidades dos leões ultrapassarem essa fase da prova.

Neste momento, e olhando para os potenciais adversários do Sporting, podemos vislumbrar equipas como o Sevilha, Nápoles ou Liverpool, sendo que só sendo cabeças de série é que os verde-e-brancos poderão escapar a estes emblemas. E para isso, é preciso que quatro equipas com melhor ranking sejam eliminadas na 3.ª pré-eliminatória, num cenário que, convenhamos, é bastante improvável.

Pontos de bónus na Champions são relevantes

Até há pouco tempo, e em termos de ranking UEFA, beneficiava-se muitas vezes de se jogar na Liga Europa ao invés da Liga dos Campeões. Afinal, a contagem dos pontos era semelhante e o grau de dificuldade dos mesmos era completamente diferente, sendo muito mais fácil robustecer o ranking nessa prova do que na Champions.

Consciente de que isso era algo injusto, a UEFA fez algumas modificações, sendo a mais relevante a atribuição de quatro pontos de bónus só pela passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões, a que há de juntar outros cinco pela eventual passagem aos oitavos de final da prova. Assim sendo, uma equipa portuguesa que atinja os oitavos de final desta prova sabe que independentemente dos seus resultados irá sempre somar nove pontos para o seu ranking, algo que equivale a quatro vitórias e um empate.

Ou seja, uma equipa que se apure para os oitavos de final da Liga dos Campeões com, imaginemos, três vitórias e dois empates, irá somar 17 pontos para o ranking, enquanto uma equipa que ganhe o grupo da Liga Europa com seis vitórias e vença os dois jogos dos 16/final irá somar “apenas” 16 pontos. Nesse seguimento, e aliado ao factor financeiro, é agora unânime que existirá sempre o maior dos benefícios em jogar a Liga dos Campeões me detrimento da Liga Europa.

Quinto lugar do Sp. Braga é teoricamente positivo na UEFA

Tirando os “três grandes”, apenas uma equipa portuguesa tem um ranking UEFA relevante, mais concretamente o Sporting de Braga, emblema que até se superioriza ao Sporting nesse aspecto, acumulando um total de 37,366 pontos.

Nesse seguimento, acaba por ser positivo para Portugal que os bracarenses tenham caído para o quinto lugar, uma vez que, assim, levamos às pré-eliminatórias uma equipa que, garantidamente, será sempre cabeça de série num eventual caminho até à fase de grupos.

Ora, esse cenário é igualmente muito importante na segunda prova mais importante do futebol europeu, uma vez que, no playoff, já se vislumbram equipas muito fortes com o estatuto de cabeça de série, sendo exemplos o PSV, AC Milan, Marselha, Galatasaray, Zenit ou Real Sociedad, tudo equipas que entram logo na 3.ª pré-eliminatória.

Marítimo pode sonhar

Quanto aos outros dois clubes portugueses presentes na Liga Europa, sabemos de antemão que o Vitória de Guimarães tem presença garantida na fase de grupos, num cenário bastante positivo para os vimaranenses (e para o ranking luso), que, em teoria, dificilmente seriam cabeças de série no playoff.

Com os mesmos 14,866 pontos de ranking encontra-se o Marítimo, sendo que a equipa madeirense, em teoria, será cabeça de série na 3.ª pré-eliminatória, o que lhe permitirá fugir aos “tubarões” que referenciei para o caso arsenalista.

No playoff, contudo, já não é expectável que o Marítimo consiga esse estatuto, ainda que os madeirenses não devam já se resignar com a fatalidade de terem de defrontar um cabeça de série nessa fase da prova. É que, se não houver grandes surpresas na Liga dos Campeões, será “apenas” necessário que sete equipas com melhor ranking que o Marítimo sejam eliminadas entre a 1.ª e 3.ª pré-eliminatória, algo que está muito longe de ser impossível.

Schulz

Schulz é um lateral ofensivo

Se há posição em que parece unânime que o Sporting terá de reforçar é a de lateral-esquerdo, sendo inúmeros os futebolistas que têm vindo a ser apontados ao emblema verde-e-branco como são exemplos: Insúa e Fábio Coentrão.

Hoje, contudo, vem da Alemanha outro possível alvo para o flanco canhoto do leão, mais concretamente Nico Schulz, jovem de 24 anos que vem evoluindo no Borussia de Mönchegladbach, isto depois de ter sido formado no Hertha de Berlim.

Trata-se, aliás, de um futebolista que parece preencher os requisitos de Jorge Jesus para a posição, uma vez que é forte fisicamente (1,80 metros e 78 quilos) e tem grande perfil ofensivo, ou não jogasse muitas vezes como médio/ala ou até extremo-esquerdo.

Criado em Berlim

Nico Schulz nasceu a 1 de Abril de 1993 em Berlim, Alemanha, sendo um produto das escolas do Hertha, emblema que representa desde os sete anos e no qual se estreou ao nível sénior a 14 de Agosto de 2010, isto em duelo da Taça da Alemanha diante do SC Pfullendorf (2-0).

Desde essa data e até ao Verão de 2015, o jovem que soma 50 internacionalizações (seis golos) pelas selecções jovens germânicas haveria de contabilizar um total de 98 jogos (dois golos e oito assistências) pela equipa principal do Hertha de Berlim, tendo ainda somado 24 partidas pela equipa secundária.

No Verão de 2015, contudo, Nico Schulz haveria de mudar-se para o Borussia de Mönchegladbach, numa mudança que o jovem alemão esperava ser positiva para a sua carreira, mas que, até agora, tem sido marcada pelo infortúnio.

Afinal, o lateral fez uma rotura do ligamento cruzado do joelho esquerdo logo em Outubro desse ano, perdendo todo o resto da temporada 2015/16 e fazendo-o nunca mais recuperar a importância que outrora teve em Berlim. Na campanha que agora termina, somou apenas 15 jogos (seis como titular), tendo estado sempre na sombra de Wendt.

Muito ofensivo

Nico Schulz é um lateral-esquerdo de perfil ofensivo, destacando-se pela profundidade que dá ao seu flanco, fruto da sua velocidade, pulmão, boa qualidade técnica, e capacidade de passe e cruzamento.

Estas características, aliás, fazem com que tenha sido algumas vezes utilizado como ala ou extremo-esquerdo, ainda que a sua posição ideal seja a de lateral, principalmente num esquema de três centrais, algo que, contudo, dificilmente encontrará em Alvalade com Jorge Jesus.

Forte fisicamente, denota boa inteligência posicional e é eficaz no capítulo da recuperação e do desarme, características que o tornam competente no capítulo defensivo, ainda que a sua vocação ofensiva faça com que os extremos caiam algumas vezes nas suas costas, numa situação que deverá ser corrigida.

Inegável é que, pela sua qualidade intrínseca, Nico Schulz é superior a todos os jogadores que o Sporting tem neste momento para a posição de lateral-esquerdo, ainda que seja igualmente relevante perceber se a terrível lesão que teve há quase dois anos deixou mazelas. Certo é que, caso esteja a 100%, o internacional sub-21 alemão será sempre um bom reforço para os verde-e-brancos.

 

Adam Maher

Adam Maher apontará a Alvalade?

Numa fase em que vão crescendo os rumores de possíveis saídas de peso no meio-campo do Sporting, é com alguma naturalidade que os verde-e-brancos vão sondando o mercado na busca de alternativas, sendo que Adam Maher, do PSV, parece ser um dos alvos referenciados.

Box-to-box de perfil ofensivo, o internacional holandês vem de duas temporadas de menor fulgor, situação que pode fazer deste o melhor timing para que os leões assegurem um grande talento por um preço bastante em conta.

Afinal, até há não muito tempo, Adam Maher era um jogador colocado na órbita de grandes colossos do futebol mundial, num bom cartão de visita das qualidades de um jogador que, aos 23 anos, está muito a tempo de reerguer a sua carreira para os patamares de excelência que eram expectáveis.

Produto das escolas do AZ

Adam Maher nasceu a 20 de Julho de 1993 em Ait Izzou, Marrocos, ainda que cedo tenha rumado à Holanda, país que, aliás, representa desde as camadas jovens, já somando um total de cinco jogos pela selecção A da “laranja”.

Ao nível clubístico, o médio-ofensivo começou a sua carreira nos modestos SV Diemen e AVV Zeeburgia, ainda que tenha chegado muito cedo ao AZ Alkmaar, emblema onde terminou o seu percurso juvenil e se estreou ao nível sénior com 17 anos, isto num duelo da Liga Europa diante do BATE (3-0) e onde até marcou um golo.

Com uma ascensão meteórica, rapidamente se tornou numa referência do AZ Alkmaar, tendo somado, entre as temporadas de 2011/12 e 2012/13, um total de 91 jogos, 22 golos e 17 assistências.

Foi perdendo gás no PSV

Perante o gigantesco impacto que ia conhecendo no meio-campo do AZ, foi com naturalidade que começou a ser apontado a inúmeros gigantes do futebol europeu, ainda que se tenha transferido para bem perto, uma vez que haveria de rumar ao PSV, em 2013, por cerca de oito milhões de euros.

No emblema de Eindhoven, haveria de ser muito importante nas duas primeiras temporadas, nas quais somou um total de 83 jogos e 13 golos. Em 2015/16, contudo, perdeu bastante espaço no seio do PSV, terminando essa campanha com “apenas” 20 jogos (três golos), tendo inclusivamente feito seis jogos pela equipa de sub-21.

Ora, essa quebra de importância terá feito com que Adam Maher não tenha dito que não a uma mudança de ares, tendo sido nos turcos do Osmanlispor que foi evoluindo esta época. Aí, por empréstimo do PSV, soma 37 jogos (dois golos, três assistência) em números que reflectem alguma recuperação, mas ainda estão muito distantes da glória do passado recente.

Mais ofensivo que Adrien

Adam Maher é preferencialmente um médio-ofensivo (o vulgo “dez”), destacando-se pela elegância, inteligência posicional, evoluída qualidade técnica, boa capacidade de passe (curta e longa distância) e finalização, e uma extraordinária visão de jogo.

Fisicamente não é muito forte (1,74 metros, 75 quilos), mas compensa esse factor com uma excelente ocupação de espaços. Raçudo, é um bom recuperador de bolas e muito importante na primeira zona de pressão, isto mesmo quando joga a “dez”.

Essas características, aliás, também o colocam perfeitamente habilitado a fazer a posição de box-to-box, sendo certamente aí que Jorge Jesus o utilizará caso o internacional holandês rume mesmo a Alvalade.

Nessa posição, e em comparação com actual titular Adrien Silva, é inegável que Adam Maher iria oferecer muito mais em termos ofensivos, uma vez que as rotinas de médio-ofensivo o aproximam muito mais dos avançados do que o que acontece com o internacional português. Ao nível defensivo, todavia, o jovem de 23 anos certamente ganharia muito mais a jogar na companhia de um “seis” de perfil mais conservador (Danilo seria feito à medida, por exemplo) do que ao lado de William Carvalho.

Coman

Coman é uma grande promessa romena

O campeonato romeno conheceu esta temporada um surpreendente campeão, mais concretamente o Viitorul Constanta, emblema cujo dono e treinador é o mítico ex-internacional romeno Gheorghe Hagi

Apenas fundado em 2009, o emblema que vem vivendo uma ascensão verdadeiramente meteórica começa não só a amealhar troféus como também a revelar grandes talentos, sendo talvez o avançado Florinel Coman talvez o mais cintilante de todos.

Em declarações ao jornal “A Bola”, que colocou hoje Coman no caminho do Benfica, Hagi comparou o jovem de 19 anos ao francês Mbappé, sublinhando que a única diferença entre o romeno e o futebolista do Mónaco é que ao seu atleta “ninguém no estrangeiro o conhece”.

Lapidado na Academia de Hagi

Florinel Teodor Coman nasceu a 10 de Abril de 1998 em Brăila, Roménia, tendo actuado nas camadas jovens do modesto Luceafărul Brăila, passando em 2011 para a Academia Gheorghe Hagi, emblema que serve como viveiro de talentos do Viitorul Constanta.

Pela equipa sénior do Viitorul, aliás, haveria de estrear-se no campeonato romeno logo em 2014/15, num duelo diante do Astra Giurgiu, e isto apenas oito dias após completar 17 anos de idade.

A explosão, contudo, surgiria na actual temporada, campanha onde Florinel Coman foi um dos destaques do surpreendente campeão romeno, ou não tivesse somado seis golos e sete assistências em 28 jogos, números que, aos 19 anos, terão chamado à atenção do Benfica, clube que se terá antecipado a forte concorrência para assegurar o talentoso atleta.

Um diamante por lapidar

A qualidade e, acima de tudo, enorme potencial de Florinel Coman é algo indiscutível, e mesmo que a colagem que Hagi fez entre o romeno e Mbappé possa ser um pouco exagerada nesta fase, até porque não se pode comparar a Liga Romena à Ligue 1, a verdade é que podemos estar perante um excelente investimento do Benfica.

O internacional sub-19 romeno é preferencialmente um extremo-esquerdo, que joga com o pé direito, situação que lhe permite ser fortíssimo nas diagonais para a zona central, movimentação em que é especialmente perigoso, fruto da sua velocidade, apuradíssima técnica individual, capacidade física e bom remate de longa distância.

Certo é que apesar de estar especialmente talhado para essa função de falso extremo-esquerdo, a verdade é que Coman pode oferecer polivalência a Rui Vitória, uma vez que também pode actuar nesse mesmo flanco como um ala/extremo de perfil mais puro, assim como actuar do lado direito ou inclusivamente a segundo avançado.

Inegável, contudo, é que o jovem de 19 anos dificilmente será um futebolista para ter um impacto imediato na equipa sénior do Benfica, até porque as exigências que vai encontrar em Portugal serão muito maiores do que as que encontrava na Roménia. De qualquer maneira, se for bem trabalhado pelos encarnados, e se cumprir com todo o seu potencial, poderemos estar perante uma excelente mais-valia para o médio-prazo.

mattheus-oliveira-1494927297487_v2_900x506

Mattheus é um talentoso médio-ofensivo

Mattheus Oliveira é o curioso caso de um futebolista que se tornou conhecido ainda recém-nascido, fruto de um célebre festejo do seu pai, Bebeto, após ter marcado um golo à Holanda (3-2) em jogo dos quartos de final do Mundial 94.

Inegável, contudo, é que ser filho de alguém que marcou de forma tão acentuada o futebol brasileiro e mundial acabou por se revelar igualmente uma herança pesada para o médio-ofensivo, que desde cedo teve de lidar constantemente com a exagerada pressão de quem insiste em traçar paralelismos com Bebeto.

O jovem de 22 anos, ainda assim, tem sabido construir o seu percurso com critério, conseguindo agora um importante salto para um dos maiores clubes portugueses, afigurando-se o Sporting como o palco ideal para que Mattheus Oliveira consiga finalmente escrever uma história com nome próprio e se afaste, definitivamente, do sempre ingrato rótulo do “filho de Bebeto”.

Juventus e Real Madrid estiveram interessados

Mattheus de Andrade Gama de Oliveira nasceu a 7 de Julho de 1994 no Rio de Janeiro, Brasil, sendo um produto das escolas do Flamengo, emblema carioca onde foi evoluindo durante todo o seu percurso no futebol juvenil e pelo qual se estreou no futebol sénior, com apenas 17 anos, num duelo diante do Olaria.

Destaque das camadas jovens do Flamengo e com um percurso interessante nas selecções jovens do Brasil, foi então sem surpresa que o médio-ofensivo foi ganhando algumas oportunidades na equipa principal do “rubro-negro”, tendo feito 12 jogos oficiais em 2012.

Essa ascensão de Mattheus, aliás, levou grandes clubes europeus a sondá-lo, com a imprensa brasileira a chegar a ligá-lo ao interesse de gigantes como a Juventus (que terá estado mesmo perto de contratá-lo) e Real Madrid. A verdade, contudo, é que o jovem talento foi perdendo espaço no Flamengo, somando apenas mais oito jogos oficiais durante a época de 2014.

Estoril foi importante passo atrás

Sentindo que estava a estagnar no Flamengo, Mattheus Oliveira acedeu a mudar de ares, sendo que não se transferiu apenas de clube, mas igualmente de país, ou não tivesse rumado a Portugal e ao Estoril.

Ao clube canarinho, chegou em Janeiro de 2015, a título de empréstimo, ainda que essa transferência se tenha tornado definitiva um ano e meio depois, naquilo que se assumiu como a consequência lógica do seu excelente impacto no nosso campeonato.

Afinal, em dois anos e meio, o internacional sub-20 brasileiro somou um total de 60 jogos (seis golos, 12 assistências) pelo Estoril, destacando-se tanto na função de médio-ofensivo, médio-centro ou extremo.

Leão recebe um diamante para lapidar

É inegável que o Sporting contratou alguém que ainda deverá ser catalogado de “projecto de futebolista de topo”, mas é igualmente inegável que o que não falta é potencial para que Mattheus Oliveira se afigure como um excelente reforço para os verde-e-brancos.

Com um pé-esquerdo absolutamente fantástico, o jovem de 22 anos destaca-se pela excelente capacidade de passe (é fortíssimo no último passe), qualidade nas bolas paradas, visão de jogo e inteligência nas movimentações, sendo feito à medida para a posição “dez”.

Também podendo actuar como extremo (preferencialmente à direita, onde pode ser especialmente perigoso nas diagonais para o centro), o esquerdino deverá, todavia, encontrar maiores oportunidades no Sporting como alternativa a Adrien Silva na posição “oito”, curiosamente uma função que vem desempenhando nos últimos jogos que fez na Amoreira.

Aí, e mesmo que seja inclusivamente superior ao internacional português naquilo que pode oferecer ao processo ofensivo, a verdade é que o brasileiro terá ainda de evoluir no que toca ao momento defensivo, nomeadamente ao nível da intensidade de jogo, capacidade de recuperação e posicionamento. Ou seja, será necessário algum trabalho de laboratório antes que Mattheus Oliveira se possa assumir como um “oito” à imagem de Jorge Jesus.

Piccini

Piccini é reforço do Sporting para 2017/18

Depois do defesa-central André Pinto (ex-Sp. Braga), surgiu a oficialização do segundo reforço do Sporting para 2017/18, tratando-se este do internacional sub-21 italiano, Cristiano Piccini, lateral-direito que vinha evoluindo no país vizinho, mais concretamente no Betis.

Nascido a 26 de Setembro de 1992 em Florença, Itália, Cristiano Piccini iniciou o seu percurso futebolístico ao serviço do modesto Sporting Arno, ainda que tenha chegado à bem mais emblemática Fiorentina com apenas dez anos de idade.

No clube toscano, o lateral-direito haveria de concluir o seu processo formativo, chegando inclusivamente a estrear-se na Serie A em 2010/11, com apenas 18 anos, quando foi suplente utilizado numa vitória diante do Cagliari (1-0).

Vários empréstimos em Itália

Muito jovem, foi sem surpresa que Cristiano Piccini não encontrou espaço na Fiorentina, tendo naturalmente iniciado um périplo de cedências por outros clubes italianos, claramente mais modestos.

Ainda assim, há que destacar que o lateral-direito foi sempre subindo um degrau evolutivo à passagem de cada temporada, surgindo em 2011/12 na Lega Pro (terceiro escalão), ao serviço do Carrarrese (32 jogos, um golo), isto antes de saltar para o Spezia (Serie B) na época seguinte, onde fez 30 jogos.

Em 2013/14, deu-se enfim o regresso ao principal escalão do futebol italiano, desta feita num empréstimo ao modesto Livorno, clube onde Cristiano Piccini haveria de somar 21 jogos, numa campanha que redundaria num último lugar na Série A e na natural descida de divisão.

Três anos na Andaluzia

Continuando a não contar para a Fiorentina, o jovem futebolista toscano haveria de aproveitar o Verão de 2014 para mudar não só de clube como de país, rumando a Espanha e ao Bétis, novamente por empréstimo do conjunto “viola”.

Na Andaluzia, a sua primeira temporada seria marcada por variadas lesões, situação que levou o lateral-direito a fazer apenas 15 jogos oficiais numa época que haveria de redundar na conquista da Segunda Liga espanhola por parte do Betis e no consequente regresso ao principal escalão.

Aí, Cristiano Piccini haveria de somar 39 jogos entre 2015 e 2017, sendo ainda necessário acrescentes mais quatro jogos para a Taça do Rei. Estes números, contudo, podiam ser muito melhores, não fosse o italiano ter sofrido mais um conjunto de lesões, sendo a mais grave a sofrida a 16 de Janeiro de 2016, quando fez uma rotura de ligamentos no joelho direito, maleita que o afastou dos relvados por seis meses.

Superior a Schelotto

É certo que Cristiano Piccini termina esta sua passagem por Sevilha sob um coro de críticas dos adeptos do Betis e, inclusivamente, como suplente do jovem Rafa Navarro, mas a verdade é que o italiano chegou a ter a cotação bastante em alta no país vizinho.

Aliás, basta pensar que, apesar de ter feito apenas 15 jogos oficiais em 2014/15, isso não impediu que o Betis tenha avançado para a sua aquisição definitiva por 1,5 milhões de euros, numa prova clara de que o lateral-direito mostrou imediatas qualidades nos (poucos) jogos que fez na sempre difícil Segunda Liga espanhola.

As lesões, afinal, têm sido o maior travão à ascensão de um futebolista que é muito forte no processo ofensivo, fruto da sua rapidez e boa qualidade técnica, talentos que permitem que seja forte no um contra um, competente a cruzar e dê bastante profundidade pelo seu flanco.

Defensivamente, e ainda que seja claramente superior ao seu futuro colega Schelotto, é certo que o jovem de 24 anos ainda terá que evoluir um pouco, uma vez que comete por vezes graves erros posicionais, algo que lhe causou alguns dissabores no Betis e que inclusivamente foram fulcrais para a sua queda de graça entre a afición verdiblanca.