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Posts Tagged ‘Barcelona’

Etock esteve dois anos no Sporting

Etock esteve dois anos no Sporting

Oriundo de “La Masia”, a renomada academia do poderoso Barcelona, o camaronês Gaël Etock chegou a Alvalade sob um espectro de elevadas expectativas, sendo esperado que pudesse vir a assumir-se como uma mais-valia para o plantel principal do Sporting num futuro próximo. A verdade, contudo, é que a realidade é muitas vezes cruel e aquilo que por vezes aparenta ser um sonho exequível acaba por traduzir-se num claro defraudar das esperanças de um clube e dos sonhos de um futebolista.

Produto do Barcelona

Gaël Junior Etock nasceu a 5 de Julho de 1993 em Douala, Camarões, mas cedo rumou à Catalunha e ao Barcelona, clube que representou entre 2006 e 2011, isto entre os escalões de iniciados e juniores.

Em 2011, contudo, mudou-se de armas e bagagens para o Sporting, tendo primeiro representado os juniores, em 2011/12, e depois a equipa B, em 2012/13, quando somou 29 jogos (10 como titular) e seis golos na Segunda Liga.

Sempre a descer depois do leão

A verdade, contudo, é que o camaronês não conseguiu cumprir com as expectativas nele depositadas pelos verde-e-brancos, tendo acabado por rumar ao Cercle Brugge, em 2013/14, sendo que essa passagem pela Bélgica também não correu bem, cifrando-se em apenas dois golos apontados em 18 jogos (cinco como titular).

Perante esse estado de coisas, nova mudança radical de ares no último Verão, desta feita para Israel, onde voltou novamente a fracassar no Hapoel Telavive (zero jogos) e Hapoel Petah-Tikva (três jogos).

É certo que, aos 22 anos, Etock ainda vai muito a tempo de dar a volta por cima e de cumprir com as elevadas expectativas que em tempos caíram sobre ele. Ainda assim, pelos sinais que se acumulam, parece que o camaronês terá mais condições de ser outro exemplo de como não saem apenas craques da “Fábrica”.

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Ayoub é um verdadeiro diamante

Ayoub é um verdadeiro diamante

O FC Porto recrutou em “La Masia” um dos mais promissores futebolistas da cantera do Barcelona, mais concretamente o médio-ofensivo marroquino Oulam Ayoub Abou, de apenas 17 anos.

Trata-se de um futebolista nascido a 28 de Junho de 1998 em Casablanca, Marrocos, mas que cedo se mudou para a Catalunha, tendo rapidamente começado o seu desenvolvimento futebolístico no Barcelona.

Aí, aliás, foi sempre visto como uma das grandes promessas do Barça, sendo que o internacional sub-17 marroquino foi quase sempre jogando acima do seu escalão etário, conseguindo sempre destacar-se dos demais, isto em função do seu enorme talento.

Um médio versátil e criativo

Ayoub Abou é um futebolista que actua preferencialmente como “dez”, posição ideal para maximizar os seus talentos, que passam pela velocidade, superior visão de jogo, excelente técnica individual e inegável capacidade de drible, numa combinação que já lhe garantiu comparações com astros como Zidane, Aimar ou Riquelme.

O internacional sub-17 marroquino, ainda assim, também tem o dom da versatilidade, adaptando-se na perfeição a outras posições no terreno, não sendo minimamente estranho vê-lo como “oito”,  falso “nove” ou até encostado ao flanco esquerdo do ataque.

Inegável é que o FC Porto assegura um verdadeiro diamante para ser lapidado em primeira instância na equipa de juniores, mas certamente com perfil para rapidamente chegar à equipa B, quiçá já no decorrer da actual época desportiva.

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Keirrison foi um flop no Benfica

Keirrison foi um flop no Benfica

O futebol mundial é pródigo em apresentar jovens talentos que prometem assumir-se como futuros craques internacionais, mas, na verdade, acabam por nunca passar da mediania, ainda que existam exemplos especialmente supreendentes como é o caso do ponta de lança Keirisson. Afinal, este brasileiro que chegou a estar vários anos vinculado ao Barcelona e ainda passou pelo Benfica e Fiorentina foi quase como que um meteorito no futebol mundial, acabando por desaparecer assim que a poeira do seu impacto inicial assentou.

Destacou-se no Coritiba

Keirrison de Souza Carneiro nasceu a 3 de Dezembro de 1988 em Dourados, Brasil, e começou a sua carreira profissional no Coritiba, clube onde se destacou como um verdadeiro “matador” ao marcar 21 golos em 2007 e 23 no ano seguinte

Em 2009, o ponta de lança brasileiro mudou-se para o Palmeiras, onde a sua veia goleadora continuou bem viva, ou não tivesse feito 23 golos em 35 jogos oficiais. Graças a esse desempenho, aliás, acabou por transferir-se em Julho do mesmo ano para o Barcelona, que pagou 14 milhões de euros pelo seu concurso.

Salto para a Europa foi um fracasso

Sem sequer vestir a camisola do Barcelona em jogos oficiais, Keirrison foi imediatamente emprestado ao Benfica, clube onde nunca conseguiu criar impacto, somando apenas sete jogos (zero golos) e saindo logo a meio da temporada de 2009/10, rumo à Fiorentina.

Em Florença, em plena Série A, mais um fracasso, com o atacante brasileiro a marcar apenas dois golos em 12 jogos e a não justificar a aposta da Fiorentina no seu empréstimo.

Regresso ao Brasil sem o retorno do sucesso

Continuando ligado contratualmente ao Barcelona, Keirisson regressou ao Brasil no Verão de 2010, e para representar o Santos, clube onde ainda conseguiu um desempenho aceitável, somando 10 golos em 31 jogos.

Seguiu-se o Cruzeiro (2011) e o Coritiba, que representa até aos dias de hoje, sendo que o atacante jamais conseguiu voltar a apresentar o desempenho que, em tempos, fez o gigante Barcelona apostar forte na sua contratação.

Aliás, em 2014, quando terminado o vínculo contratual de Keirisson com o Barça, foi com naturalidade que os catalães não fizeram qualquer questão numa possível renovação, convictos que estavam de que o brasileiro jamais poderia cumprir com as elevadas expectativas que criou na génese da carreira.


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Krankl era um verdadeiro goleador

Krankl era um verdadeiro goleador

O mais fantástico futebolista austríaco das décadas de 70 e 80 foi Hans Krankl, ponta de lança que semeou o pânico pelas defesas europeias essencialmente com a camisola do “seu” Rapid de Viena, mas também do Barcelona e da selecção austríaca. Muito forte fisicamente, era um verdadeiro “panzer”, que desgastava os defesas e tinha como principal imagem de marca um fulminante pontapé que lhe garantiu quase 500 golos ao longo da sua carreira.

Um símbolo do Rapid de Viena

Nascido a 14 de Fevereiro de 1953 em Viena, Áustria, Johann “Hans” Krankl iniciou a sua carreira em 1970 no Rapid de Viena, tendo representado o gigante da capital austríaca até 1978, isto com uma curta passagem pelo Wiener AC (1971/72) por empréstimo.

Nesse percurso pelo Rapid de Viena, são impressionantes os números do goleador austríaco, com este a somar 21 golos em 1972/73; 42 em 1973/74; 18 em 1974/75; 27 em 1975/76; 35 em 1976/77; e 42 em 1977/78.

Nessa última temporada, 41 desses mesmos tentos foram apontados apenas e só no campeonato austríaco, algo que permitiu ao ponta de lança ganhar a Bota de Ouro e dar o salto para o colosso Barcelona.

Uma grande época na Catalunha

A sua passagem pelo Barcelona ficou marcada essencialmente pela primeira temporada, a de 1978/79, quando Hans Krankl somou 36 golos em 40 jogos, sendo que 29 dos mesmos foram na Liga Espanhola, algo que permitiu-lhe consagrar-se como o melhor marcador da prova.

Infelizmente para Krankl, um grave acidente de carro acabou por prejudicar-lhe a restante carreira no futebol espanhol, sendo que o internacional austríaco apenas somaria mais 20 jogos e nove golos nas duas temporadas seguintes, isto com um empréstimo ao First Vienna, pelo meio.

A meio de 1980/81, o ponta de lança percebeu que o melhor seria um regresso às origens e voltou ao Rapid de Viena, onde haveria de actuar até 1985/86, sendo que o golo voltou a ser uma constante para Krankl, que apontou 16 golos no retorno, seguido de 23 golos em 1981/82; 36 em 1982/83; 26 em 1983/84; 30 em 1984/85; e 20 em 1985/86.

Muitos títulos na carreira

Depois do Rapid Viena, Hans Krankl ainda representaria o Wiener Sportclub (1986 a 88), Kremser (1988/89) e Salzburgo (1989/90), mas é inegável que os seus tempos de maior glória haviam ficado pelo Rapid Viena e pela sua primeira época de sonho no Barcelona.

Afinal, o ponta de lança, pelo Rapid Viena, conquistou dois campeonatos austríacos e quatro taças da Áustria, sendo ainda de lembrar a final da Taça das Taças perdida em 1984/85 para o Everton (1-3). Já no Barcelona, o atacante conquistou a Taça das Taças em 1979, numa vitória sobre o Fortuna Dusseldorf (4-3) em que Krankl até marcou um dos golos, isto sem esquecer a Taça do Rei em 1981.

Pelo meio, 34 golos em 69 internacionalizações pela Áustria e vários títulos individuais, como a já mencionada Bota de Ouro, mas também os quatro títulos de melhor marcador da Bundesliga austríaca, um título de melhor marcador da Liga Espanhola e cinco distinções de melhor jogador austríaco do ano. Uma verdadeira lenda.

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CR7 e Messi representam géneses futebolísticas distintas

CR7 e Messi apresentam géneses futebolísticas distintas

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi são, indubitavelmente, os dois melhores jogadores do planeta, encontrando-se, ambos, muito distantes de toda a concorrência, que os observa a quebrarem os inúmeros recordes deixados pelos grandes craques que os antecederam.

Inquestionável, também, é que Cristiano Ronaldo e Lionel Messi apresentam géneses futebolísticas completamente diferentes.

Afinal, o português, que começou igualmente por se destacar essencialmente com a magia que fazia com a bola nos pés, evoluiu para aquilo que podemos chamar de uma máquina perfeita: Finaliza com ambos os pés, é um exímio cabeceador, é explosivo, veloz, forte no um contra um… Um all-round attacker de excelência, que pelo seu desempenho, números e consistência, será o melhor de sempre na posição.

Lionel Messi, por outro lado, nunca abdicou dessa magia inicial, também porque as suas características físicas jamais lhe permitiriam tornar-se no super-atleta para o qual evoluiu o internacional português. Ao invés, apurou ainda mais a sua técnica individual, a sua visão de jogo e, acima de tudo, a capacidade de antecipar jogadas e de estar sempre um ou dois passos à frente dos adversários.

Diante do Bayern de Munique, na vitória “culé” por 3-0, foi isso mesmo que vimos no relvado. Um Lionel Messi, que, quando engrenou, esteve sempre muitos furos acima dos adversários, que pensou mais rápido e executou com excelência, ou não tivesse marcado os dois primeiros golos e oferecido o terceiro a Neymar num passe fenomenal.

É, aliás, muito por aqui que se vêem as diferenças entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, com o avançado português a ser acima de tudo um finalizador de jogadas de excelência, que precisa essencialmente de estar bem fisicamente para atingir sempre a plenitude das suas capacidades.

Quanto a Messi, esse é mais refém da sua inspiração do que da sua forma física, uma vez que o seu futebol situa-se muito mais na mente do que no seu corpo, situação que, em teoria, o tornaria muito mais propício a picos de forma do que Cristiano Ronaldo.

A questão é que quando Lionel Messi está bem psicologicamente e tem o seu físico naturalmente com os índices mínimos para a alta-competição, não há no planeta, ninguém que, como ele, seja capaz de ser o tal jogador que parece dominar e atingir a excelência em todas as posições do meio-campo para frente, e que muitas vezes demonstra ser capaz de fazer tudo sozinho, desde o processo de criação à conclusão das jogadas.

Afinal, se num contexto mais mecânico do futebol moderno não há ninguém que sequer se aproxime da qualidade de Cristiano Ronaldo, é igualmente inegável que, num contexto de futebol-arte e de criação, e daquilo que ainda nos consegue fazer viajar para o mais romântico futebol do passado, ninguém consegue sequer chegar aos calcanhares de Lionel Messi.

É que este confronto entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi não é apenas um confronto entre dois foras de série, é também um duelo entre duas maneiras de ver e apreciar o futebol e, numa como na outra coisa, todas as discussões são bem-vindas, mas os consensos, esses, naturalmente nunca existirão.

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Nem sempre o Espanhol foi o segundo maior clube catalão. Em tempos distantes, era o CE Europa que mordia os calcanhares ao Barcelona no espectro futebolístico da Catalunha, tendo, inclusivamente, disputado uma final da Taça do Rei, diante do Athletic de Bilbau em 1922/23. Perdeu esse duelo decisivo, é certo, e neste momento encontra-se bem distante dos campeonatos profissionais, disputando a terceira divisão espanhola, contudo, nunca ninguém vai conseguir arrancar o Europa dos livros de história futebolística do país vizinho, esperando-se, sempre, por mais utópico que seja o pensamento, o renascimento do grande clube dos anos 20.

Anos 20 foram os anos de ouro do Europa

O Club Esportiu Europa foi criado a 5 de Junho de 1907 como uma fusão do Madrid de Barcelona e o Provençal. Em 1919, conquistou a divisão B do campeonato catalão, tendo depois esmagado o Sabadell (7-0 e 9-0) no playoff de promoção ao principal campeonato da Catalunha.

Nos anos 20, o Europa haveria de viver os seus tempos de ouro, finalizando o campeonato da Catalunha na segunda posição em 1921 e 1922 e vencendo esse mesmo campeonato em 1923 após vencer o Barcelona (1-0) no playoff do título.

Essa vitória no campeonato da Catalunha garantiu ao Europa a presença na Taça do Rei da temporada seguinte, tendo o conjunto de Barcelona superado Sevilha e Sporting Gijón, antes de perder a final para o poderoso Athletic Bilbau (0-1).

Problemas financeiros motivaram queda

Após os brilhantes anos 20, o Europa entrou em declínio e nem a fusão com o Grácia, conhecido como Espanya de Barcelona evitou a queda do histórico clube catalão. De facto, o Europa, passou a ser conhecido como Catalunya FC, mas acabou por cair à terceira divisão em 1931/32 após não ter disputado os últimos jogos do campeonato por problemas financeiros.

Mais tarde, o clube voltou à designação de CE Europa, tendo ainda se chamado Club Deportivo, nos tempos em que o ditador Franco impedia que os nomes dos clubes tivessem designações pouco castelhanas, no entanto, jamais voltou a conhecer o sucesso de tempos idos.

Nos anos 60, o clube ainda conquistou duas vezes a terceira divisão e chegou mesmo a disputar a segunda competição mais importante de Espanha, todavia, tratou-se de uma participação fugaz, tendo o CE Europa regressado rapidamente à terceira divisão.

Duas taças da Catalunha conquistadas perante o Barça

Nos anos 90, o CE Europa conseguiu novamente chegar à segunda divisão, no entanto, nessa temporada de 1994/95, não passou da décima-nona posição, tendo descido novamente ao terceiro escalão.

Ainda assim, nessa mesma década, há que destacar a conquista de duas taças da Catalunha diante do Barcelona. Obviamente, que os blaugrana nunca utilizaram o seu melhor onze, todavia, o CE Europa ainda venceu um Barcelona (3-1) com Amor e Stoitchkov em 1997 e um Barcelona (1-1 e 3-1 nos penaltis) com Amor, Sergi, de la Peña, Fernando Couto, Pizzi e Reiziger em 1998.

Títulos pouco importantes no espectro futebolístico mundial, mas que seguramente significaram muito para uns adeptos do Europa, sedentos dos anos dourados do passado.

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o duelo Ronaldo vs Messi começa a ser nefasto para o futebol português.

Final do Barcelona-Real Madrid. Portugueses saltam para as redes sociais e ruas para festejar (ou reclamar) do resultado do jogo mais importante do futebol espanhol. “Tudo tem a ver com Portugal”, pensei. Afinal, de um lado estavam os fãs de Cristiano Ronaldo, José Mourinho e da legião portuguesa dos merengues, enquanto do outro estão os que não gostam do perfil algo arrogante do treinador português e do melhor jogador português da actualidade. Apesar de achar que a mente lusitana deveria estar mais preocupada com o final do campeonato português e com os jogos dos nossos clubes, dei o desconto… Até ontem.

Ontem era dia de Barcelona-Chelsea, jogo importantíssimo, imperdível. De um lado, um barça que jogava muito da sua época após ficar praticamente arredado da possibilidade de conquistar a liga espanhola, enquanto do outro, o Chelsea, tinha a hipótese de chegar à segunda final da “Champions” da sua história, numa temporada em que, valha a verdade, as coisas não tem lhe saído como era desejável.

Apurou-se o Chelsea com muito sofrimento à mistura, mas o que mais confusão me fez foi o final da partida. Mesmo com Raúl Meireles e Bosingwa na equipa londrina, a felicidade de alguns pelo Chelsea ter superado os catalães não era por estarem a torcer pelos portugueses da equipa londrina, mas, ao invés, por poderem se congratular com um desaire dos “culés.” “Adeptos do Real Madrid”, pensei imediatamente. Do outro lado da barricada, as virgens ofendidas, que empunhavam a espada do “tiki-taka” e de como a vitória “blue” podia significar algo de muito perigoso para o futebol moderno… “Adeptos do Barcelona”, pensei, preocupado…

E estou verdadeiramente preocupado. Preocupado por aquilo que pode ser um futuro muito sombrio para um crescente futebol português que, lembre-se, está no quinto lugar do ranking UEFA de clubes, não falha uma competição internacional de selecções desde 1998 e tem dos melhores jogadores e treinadores do Mundo.

Transtornado porque os portugueses começam a preocupar-se mais com o Real Madrid e o Barcelona do que com o Benfica, FC Porto e Sporting. Porque alguns já preferem ver os duelos internacionais que a nossa liga e, pior, porque já ficam mais felizes ou tristes quando os catalães ou merengues vencem ou perdem do que se fosse com o clube deles…

Este paradigma poderá fazer com que as crianças de hoje cresçam a preocupar-se mais com a “La Liga” ou outro campeonato internacional, que cheguem a adolescência a ver o Barcelona e o Real Madrid e que quando lhes perguntem o seu clube, não saia um natural clube nacional, mas, ao invés, um “Hala Madrid” ou um “Visca el Barça.”

Este fenómeno, natural em países nórdicos, pois estes, com um historicamente fraco campeonato nacional, sempre olharam com atenção redobrada para o campeonato inglês, começa a enraizar-se perigosamente em Portugal, bastando para isso que se olhe para os “facebooks” deste país que insiste na auto-flagelação, mesmo em aspectos em que somos bons, como é claramente o futebol. Se esta ideia prevalecer, o futuro, são estádios cada vez mais vazios, clubes com cada vez menos dinheiro e uma espiral de auto-destruição que pode voltar a devolver o futebol português aos primórdios da sua história, que é como quem diz os 9-1 da Áustria e os 9-0 da Espanha.

No meio disto tudo, o Sporting, amanhã, joga um dos jogos mais importantes da sua vida, podendo alcançar a terceira final europeia da sua história. Contudo, por mais triste que este pensamento seja, temo que os portugueses continuem demasiado preocupados em discutir a eliminação do Barcelona e o resultado do Real Madrid-Bayern de hoje…

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O último obstáculo verde-e-branco no sonho de chegar à final da Liga Europa é uma forte e dinâmica equipa basca que já teve o condão de ultrapassar equipas como o Manchester United ou o Schalke 04: Athletic Bilbau. Bandeira da comunidade basca (apenas podem actuar jogadores bascos, de origem basca ou formados desde cedo no escalões de formação do Athletic), “Los Leones” são um dos clubes com mais títulos em Espanha, sendo o quarto clube com mais ligas espanholas (oito) e o segundo com mais taças do rei (vinte e quatro). A nível europeu, todavia, o melhor que conseguiram foi uma final da Taça UEFA em 1976/77, feito que, espera-se, não voltem a repetir na actual temporada.

O San Mamés é um inferno

Quem é o Athletic Bilbau?

Fundado em 1898, o Athletic Bilbau é um clube com 114 anos de história e de títulos, tendo desde cedo se assumido como um dos grandes clubes de Espanha.

Desde que foi criado, o clube baseia a sua política na utilização exclusiva de jogadores bascos, sejam eles do País Basco, Navarra ou País Basco Francês, ainda que nos últimos tempos essa política tenha sido aligeirada e jogadores de origem basca mas de outros locais, assim como atletas não bascos mas formados desde muito cedo nas camadas jovens do Athletic também possam ser chamados à equipa principal.

Apesar dessa política restrita, o Athletic assumiu-se sempre como uma equipa que ombreava de igual para igual com os maiores de Espanha, tendo conquistado oito campeonatos domésticos e vinte e quatro taças do rei. Ainda assim, desde 1983/84, “Los Leones” nunca mais conseguiram conquistar um título, situação que também foi agravada com o advento da Lei Bosman e a proliferação de estrangeiros no seio da Liga Espanhola.

Tendo uma história rica em termos domésticos, o Athletic Bilbau, todavia, nunca conseguiu grandes feitos a nível europeu, sendo que a sua melhor campanha surgiu em 1976/77, quando alcançou a final da Taça UEFA, mas perdeu no duelo decisivo com a Juventus (2-1 e 0-1).

Bielsa é dos melhores treinadores do Mundo

Como joga?

Treinado pelo mago argentino Marcelo Bielsa, o Athletic Bilbau é uma equipa de grande qualidade individual e colectiva que, pelo seu estilo de jogo, é muitas vezes considerada uma espécie de pequeno barça.

Actuando num 4x3x3 pleno de mobilidade e criatividade, “Los Leones” são extremamente fortes do meio-campo para a frente, onde jogadores como o médio-ofensivo De Marcos, os extremos Susaeta e Muniain e o ponta de lança Llorente formam um quarteto de enorme qualidade atacante.

Mais atrás, a equipa basca tem menos qualidade individual, todavia, jogadores como o lateral-direito ofensivo Iraola e o trinco Javi Martinez (não pode jogar em Alvalade) também garantem talento ao conjunto de Bielsa.

Equipa sem medo de ter a bola e de assumir o jogo, é fortíssima nas transições, sendo assim um conjunto híbrido que tanto se sente à vontade numa estratégia de ataque continuado, como sabe ser letal em lances de contra-ataque.

Nesse seguimento estratégico e com essa ideologia de futebol de qualidade, o Athletic deverá aparecer em Alvalade com o seguinte onze: Gorka Iraizoz; Iraola, Ekiza, Amorebieta e Aurtenetxe; Iturraspe, Ander Herrera e De Marcos; Susaeta, Llorente e Muniain.

Fernando Llorente é um matador

Quem é que o Sporting deve ter debaixo de olho? Llorente

Aquele que talvez seja o jogador mais decisivo da equipa de Bilbau é um ponta de lança alto e possante que funciona como referência ofensiva do conjunto basco: Fernando Llorente.

Aos 27 anos, o avançado basco já soma 20 internacionalizações (7 golos) pela selecção espanhola e leva (quase) todo o seu percurso desportivo ao serviço do Athletic Bilbau, clube onde concretizou por 81 vezes em 232 jogos da liga espanhola.

Jogador com 1,95 metros, trata-se, naturalmente, de um jogador com forte presença na área, sendo muito difícil de marcar e que em cada duas ocasiões que lhe chegam aos pés ou à cabeça, factura pelo menos uma.

Ainda assim, caso o seu marcador directo esteja atento na marcação e não deixe que o esférico chegue em condições ao poderoso avançado basco, este não reúne características que lhe permitam contornar essa situação, acabando por desaparecer um pouco do jogo. Para bem do Sporting, esperemos que assim aconteça.

Como chegou às semi-finais?

Playoff: Athletic Bilbau vs Trabzonspor (TUR) 0-0, não se realizando a segunda mão, pois o Trabzonspor foi repescado para a “Champions”

Fase de grupos:

  • Athletic Bilbau vs PSG (FRA) 2-0 e 2-4
  • Athletic Bilbau vs Red Bull Salzburgo (AUT) 2-2 e 1-0
  • Athletic Bilbau vs Slovan Bratislava (ESL) 2-1 e 2-1

Classificação:

  1. Athletic Bilbau 13 pontos
  2. Red Bull Salzburgo (AUT) 10 pts
  3. PSG (FRA) 10 pts
  4. Slovan Bratislava (ESL) 1 pt

16/Final: Athletic Bilbau (ESP) vs Lokomotiv Moscovo (RUS) 1-0 e 1-2

8/Final: Athletic Bilbau vs Manchester United (ING) 2-1 e 3-2

4/Final: Athletic Bilbau vs Schalke 04 (ALE) 2-2 e 4-2

As possibilidades do Sporting Clube de Portugal

O último obstáculo para o Sporting chegar à final da Liga Europa é um osso duro de roer, mas o grande Sporting que eliminou o Manchester City e Metalist terá condições mais que suficientes para superar uma equipa que, apesar da excelente campanha europeia, se encontra apenas na sétima posição da Liga Espanhola e a quarenta!! pontos do líder Real Madrid.

Será, no entanto, necessário manietar a linha de construção ofensiva do Athletic composta por jogadores como Muniain e De Marcos, mas, também, anular o forte ponta de lança internacional espanhol Llorente. Depois, se os leões aliarem esse factor à exploração da mais frágil linha defensiva, nomeadamente o lateral-esquerdo Aurtenetxe, tudo poderá estar alinhado para vermos os verde-e-brancos na final de Bucareste.

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Duckadam com a Taça dos Campeões

Existem jogadores que por maior que seja a sua carreira, ficam eternamente ligados a um momento único, um dia (ou noite) que lhes oferece a imortalidade pelo êxito que conseguiram naquele momento inédito de classe e inspiração. Para Duckadam, guarda-redes romeno de origem germânica, esse momento foi em Sevilha, na final da Taça dos Campeões de 1985/86 diante do super-favorito Barcelona. Num jogo desequilibrado e de domínio catalão, o Steaua soube sofrer e aguentar o 0-0 durante 120 minutos, esperando, depois, ser feliz no desempate por pontapés da marca da grande penalidade. Aí, os romenos tiveram a sorte que ansiaram, personificada na inspiração divina de Duckadam, jogador que cometeu a proeza de defender as quatro grandes penalidades apontadas pelos jogadores do Barça…

Chegou ao Steaua em 1982

Nascido a 1 de Abril de 1959, Helmuth Robert Duckadam actuou no Constructorul Arad e no UTA Arad, antes de se transferir para o Steaua Bucareste em 1982.

No clube da capital romena, o guarda-redes haveria de actuar até ao verão de 1986, tendo efectuado 80 jogos pelo Steaua Bucareste e conquistado dois campeonatos romenos, uma Taça da Roménia e, mais importante que isso, uma Taça dos Campeões.

Essa prova, conquistada em 1986 em Sevilha, foi vencida no desempate de grandes penalidades após um 0-0 durante os 120 minutos, num jogo em que o Barcelona foi sempre superior ao Steaua, mas esbarrou na capacidade de Duckadam que tudo defendeu durante o jogo e, principalmente, no desempate por grandes penalidades.

Apenas duas vezes internacional

Apesar dessa noite de glória em Sevilha, a carreira do romeno de origem germânica nunca pode ter esse grande momento como exemplo. De facto, o guarda-redes apenas foi internacional romeno por duas ocasiões e, após a vitória na final da Taça dos Campeões, foi desaparecendo da vista, primeiro por uma suposta lesão nas mãos e, depois, por um suposto problema no sangue.

Ainda tentou regressar ao futebol em 89, mas sem grande sucesso, dizendo-se que o seu súbito ocaso se deveu à inveja do filho do ditador Ceausescu, homem que, diz-se, lhe trucidou a carreira quando soube que o guarda-redes ousou criticar o regime do seu pai.

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Em 1918/19, o Arenas Club de Getxo haveria de escrever a página mais bonita da sua história ao conquistar a Taça do Rei após superar o Barcelona, na final, por cinco bolas a duas. Tratou-se do momento mais alto de um clube dos arredores de Bilbau que também teve o mérito de estar no epicentro da criação da Liga Espanhola ao lado de outros clubes bascos como o Athletic Bilbau, Real Sociedad e Real Union. Neste momento, para desespero dos seus adeptos, o Arenas encontra-se distante dos grandes palcos, pois disputa a III divisão espanhola, todavia, a história e os momentos altos do clube nas décadas de 10 e 20, vão permanecer, para sempre, a ecoar nos anais da história do futebol castelhano.

O Arenas actua no Nuevo Gobella

Vitórias diante do Barcelona surpreenderam a Espanha

O Arenas foi fundado em 1909 como Arenas Football Club, tendo passado a Arenas Club três anos depois. O seu primeiro momento alto surgiu em 1914, quando o Arenas Getxo efectuou três amigáveis com o Barcelona e venceu-os todos, surpreendendo a Espanha.

Disputando a Taça Norte, juntamente com clubes como a Real Sociedad, Athletic Bilbau, Racing Santander, Sporting Gijón e Celta de Vigo, o Arenas haveria de ser campeão em 1917, garantindo, dessa forma, o direito de disputar a Taça do Rei. Na primeira participação na prova rainha do futebol espanhol, o Arenas portou-se muito bem, perdendo apenas na final com o Madrid FC (actual Real Madrid) por duas bolas a uma.

Sesúmaga foi um craque do Arenas

Venceu a Taça do Rei em 1919

Em 1919, o Arenas venceu outro campeonato regional, o campeonato da Biscaia, tendo novamente conquistado o direito de participar na Taça do Rei. Desta feita, o clube basco foi ainda mais longe na prova, tendo superado o Barcelona (5-2) e levado para Getxo o título mais importante da sua história.

No ano seguinte, duas lendas do clube: Francisco Pagazaurtundúa e Félix Sesúmaga estiveram presentes na selecção olímpica espanhola em Antuérpia, naquela que foi a estreia da equipa castelhana nos grandes palcos.

Também vencedor do campeonato de Biscaia em 1922 e 1927, o Arenas haveria de estar presente na Taça do Rei por mais duas ocasiões, todavia, tanto em 1925 (0-2 com o Barcelona) como em 1927 (0-1 com o Real Unión), perdeu o encontro decisivo.

O plantel do Arenas em 09/10

Queda começou nos anos trinta

Nos anos 30, uma terceiro lugar no campeonato espanhol de 1930 e a vitória na Taça Basca em 1936 foram os últimos feitos dignos de registo do Arenas no seio do futebol espanhol.

Em 1935, o Arenas havia caído para a segunda divisão espanhola para nunca mais regressar, iniciando mesmo uma queda abrupta que o tem levado, nos dias de hoje, a ser um clube de terceira divisão que, por vezes, disputa mesmo os campeonatos regionais castelhanos.

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