Feeds:
Artigos
Comentários

Archive for Agosto, 2010

Roberto foi uma aposta de Rui Costa

Hoje não vou falar do Sport Lisboa e Benfica, mas sim da magia que é o futebol, o desporto mais espectacular e imprevisível do Mundo. Ninguém esquece a reviravolta na final da Champions League de 1999, onde o Manchester United deu a volta ao jogo nos descontos. Tal como ninguém esquece a final do Euro 96, em que Oliver Bierhoff entra e torna-se o ídolo dos alemães ao marcar os dois golos (o último no prolongamento) que derrotaram a República Checa.

Num plano muito mais micro, também nenhum Benfiquista vai esquecer o jogo de sábado e a aventura de Roberto, pois são estas novelas de final imprevisível que fazem do Futebol o desporto do povo. Quem no passado Sábado assistiu ao jogo do Sport Lisboa e Benfica, tanto no estádio como na televisão, assistiu a um dos melhores episódios de uma novela que se arrasta desde o primeiro jogo do Benfica na pré-época contra o Sion.

Esta novela não tem gémeas separadas à nascença, nem trios amorosos, mas tem um guarda-redes que custou 8,5 milhões e demonstrava muita falta de confiança, um treinador que acreditava que este guarda-redes era capaz de milagres, e um guarda-redes, até agora suplente, que esperava por uma oportunidade para “deitar abaixo” o menino 8,5 milhões.

Quando tudo se preparava para que Roberto fosse emprestado, este episódio veio dar um novo rumo à história. Foi uma daquelas reviravoltas que só são possíveis no futebol. Entre críticas a Roberto e bastantes aplausos para Júlio César  (até exagerados), o Benfica começou o jogo a ganhar. Mas ninguém esperava que Maxi Pereira e Júlio César ajudassem Roberto. Quando vi que era grande penalidade apenas pensei: “Se defende é herói. Se sofre golo o Benfica muito provavelmente não ganha o jogo (equipa ia ficar nervosa) e Roberto (mesmo sem culpa) ia ficar associado a nova derrota do Benfica”. Mas, a verdade é que, em apenas um lance de futebol, Roberto passou de “frangueiro” a herói.

Para mim, ele não pode ser tão mau como parecia, mas também não consigo ver Roberto como um grande guarda-redes só porque defendeu uma grande penalidade (Michael Thomas também marcou um golo que deu o título ao Arsenal e não é por isso que foi um grande jogador). Vejo nele qualidades mas também muitos problemas de confiança. Esta é a melhor oportunidade para segurar o lugar e mostrar o seu valor. Esta grande penalidade caiu do céu para Roberto, foi um presente de Deus.

Apesar de este ser um espaço dedicado ao Benfica, esta não é a história de Roberto, nem uma crónica a falar do Benfica, mas sim uma crónica a falar da beleza do futebol. É por tudo isto que eu amo este jogo.

Read Full Post »

Mandzukic podia ter sido o "pinheiro" do Sporting

Quando me lembrei de criar a rubrica “Olho Clínico”, pensei que pudesse ter dupla função no panorama desportivo português. Em primeiro lugar, pensei no normal adepto de futebol, que gosta de conhecer mais e melhor e que, certamente, teria todo o interesse em descobrir novos valores das paragens mais distantes do planeta futebol, mas, por outro lado, também acreditei que pudesse ser uma boa plataforma para que os clubes portugueses, muitas vezes presos a clichés de mercado, pudessem alargar horizontes e abandonar, de vez, o mesmo mercado saturado que já não lhes permite trazer “peixe graúdo”.

Desde dia 30 de Dezembro de 2009, apresentei, neste blog, 53 jogadores, sendo que nenhum deles actuava nas principais ligas europeias e, mesmo de campeonatos de média dimensão, como o francês, o grego, o belga ou o escocês, foram muitos poucos os jogadores que referenciei, limitando-me a mostrar talentos de primeiro plano como o Eden Hazard, o Sotiris Ninis, o Lukaku ou o Aiden McGeady.

Nesta rubrica, o meu interesse foi sempre viajar para países sul-americanos, do leste europeu e até países em grande expansão futebolística como o Japão ou, numa escala inferior, Chipre e Israel. Na verdade, fiz isso porque sei que aí os atletas ainda são acessíveis aos clubes portugueses, tendo, inclusivamente, o cuidado de mostrar jogadores para a bolsa dos três grandes, mas sem descurar outros que pudessem estar ao alcance de clubes médios do nosso futebol.

Infelizmente, verifiquei que dos 53 jogadores que apresentei, apenas um se transferiu para Portugal, curiosamente um dos mais badalados pela imprensa nos últimos tempos, ainda que tenha sido apresentado no “A Outra Visão” bem antes do início do Mundial 2010 (Otamendi). Assim sendo, fui fazer um pequeno estudo à rubrica e verificar quais os jogadores que permaneciam nos clubes desde que o “A Outra Visão” havia falado deles e, dos que se tinham transferido, quais o haviam feito para um clube superior ao clube onde jogavam.

Assim sendo, dos 53 jogadores referenciados, 19 trocaram de clube, sendo que destes, dezoito se transferiram para um clube e/ou campeonato superior. A única excepção foi o arménio: Edgar Manucharyan, que, perseguido por lesões, regressou à Arménia para jogar no Pyunik Erevan.

As dezanove transferências pós “Olho Clínico”

Jackson Martinez (COL): do Independiente Medellín (COL) para o Jaguares (MEX)

Eliran Atar (ISR): do Bnei Yehuda (ISR) para o Maccabi Telavive (ISR)

Emad Moteab (EGI): do Al-Ahly (EGI) para o Standard Liège (BEL)

Emilio Izaguirre (HON): do Motagua (HON) para o Celtic (ESC)

Aiden McGeady (IRL): do Celtic (ESC) para o Spartak Moscovo (RUS)

Mario Mandzukic (CRO): do Dinamo Zagreb (CRO) para o Wolfsburgo (ALE)

Robert Lewandowski (POL): do Lech Poznan (POL) para o Borussia Dortmund (ALE)

Nicolás Otamendi (ARG): do Velez Sarsfield (ARG) para o FC Porto (POR)

Georgios Tzavelas (GRE): do Panionios (GRE) para o E. Frankfurt (ALE)

Atsuto Uchida (JAP): do Kashima Antlers (JAP) para o Schalke 04 (ALE)

Seydou Doumbia (CMA): do Young Boys (SUI) para o CSKA Moscovo (RUS)*

Aleksandr Bukharov (RUS): do Rubin Kazan (RUS) para o Zenit (RUS)

Giovanni Moreno (COL): do Atlético Nacional (COL) para o Racing Club (ARG)

Domagoj Vida (CRO): do Osijek (CRO) para o Bayer Leverkusen (ALE)

Andreas Avraam (CHI): do Apollon Limassol (CHI) para o Omónia Nicósia (CHI)

Jong Tae-Se (COR): do Kashima Antlers (JAP) para o Bochum (ALE)

Artur Sobiech (POL): do Ruch Chorzow (POL) para o Polónia Varsóvia (POL)

Pablo Armero (COL): do Palmeiras (BRA) para a Udinese (ITA)

Edgar Manucharyan (ARM): do Ajax (HOL) para o Pyunik Erevan (ARM)

*Quando fizemos o “Olho Clínico” dedicado ao Seydou Doumbia, este já tinha acordado uma transferência futura para o CSKA Moscovo.

Estas transferências mostram que, mais do que mostrar bons valores aos adeptos do futebol e fazer com que estes possam alargar, cada vez mais, os seus horizontes futebolísticos, o “Olho Clínico” pode funcionar como plataforma de descoberta de valores para os nossos clubes e para que estes possam, igualmente, alargar horizontes e desprenderem-se dos clichés que, muitas vezes, apenas lhes dão prejuízo financeiro e desportivo.

Da minha parte, irei continuar a fazer o meu melhor para vos mostrar as melhores promessas que caminham pelo mundo do futebol, mesmo que tenha de vasculhar pelos cantos mais recônditos do planeta, esperando que, um dia, a maior parte desses talentos apareça, aqui, no nosso campeonato, ao invés de tantos estrangeiros sem qualidade que, época após época, inundam as nossas ligas profissionais.

Read Full Post »

Bochini com a sua camisola de sempre

Bochini era daqueles jogadores que ainda nos faz recordar de um futebol mágico e puro que nos escapou, cruelmente e sem que sequer nos apercebessemos, com a passagem do tempo. Um médio criativo que nos faz viajar a uma época em que o futebol fantasia reinava e em que jogadores como o argentino eram autênticos poetas que, em vez de nos maravilharem com palavras, nos alegravam a vida com mais um drible, um passe fantástico ou um golo que pensávamos ser impossível de obter. Pequenino (1,68 metros) de tamanho, foi sempre enorme dentro das quatro linhas e, nos únicos cinco minutos que jogou em um Mundial (diante da Bélgica nas meias-finais do México 86), recebeu, provavelmente, a sua maior e melhor homenagem de sempre, quando Maradona, ao ver que Bochini ia entrar, sorriu-lhe e disse: “Bien Maestro!”

Ricardo Bochini nasceu a 25 de Janeiro de 1954 em Zárate e apenas conheceu um clube na sua carreira: o Independiente, equipa que representou durante dezanove anos (1972-1991). Durante esse período, o médio ofensivo fez 740 jogos e 107 golos, conquistando inúmeros títulos como quatro Taças dos Libertadores, duas Taças Intercontinentais, três Taças Inter-Americanas e quatro campeonatos da Argentina.

Médio ofensivo com uma técnica fora do vulgar e cujo jogo tinha de passar, invariavelmente, pelos seus pés, Bochini, apesar de ter marcado mais de cem golos na sua carreira, não era um goleador natural. Ao invés, era um jogador que tinha uma excelente capacidade de drible e que parecia sempre descobrir uma linha de passe que, muitas vezes, apenas existia na sua cabeça. Na verdade, os seus passes eram tão geniais que, até hoje, um passe a rasgar a defesa e que deixa um atacante sozinho perante o guarda-redes é conhecido como um “pase bochinesco”. O argentino foi, sem dúvida, um dos melhores números dez da sua época.

Figura que sempre gerou unanimidade entre adeptos e colegas de profissão, foi sempre uma personalidade polémica entre treinadores e dirigentes. Nunca admirou directores, desconfiou de quase todos os jornalistas e sempre recusou empresários, sendo, também, grande crítico dos treinadores defensivos.

Curiosamente, sempre ignorado pelos seleccionadores argentinos para as fases finais de Mundiais, Bochini haveria de participar no Mundial 86, ao ser convocado por Billardo, ironicamente um treinador defensivo. No entanto, no México, apenas jogou cinco minutos e, como tal, sempre afirmou que não se sentia campeão do Mundo.

Era assim Bochini, uma das últimas pérolas de um futebol em estado puro que, infelizmente, teima em desvanecer com o advento da modernidade.

Read Full Post »

Quando nos falam de uma equipa e nos informam que o seu presidente se chama António da Silva Marques e os jogadores dão pelos nomes de Hugo Veloso, Bruno Alberto, João Cunha, Pedro Reis ou Filipe Barros, ficamos convencidos de que se trata de uma equipa portuguesa. Depois, por não conhecermos nenhum destes nomes, pensamos que deverá ser um pequeno conjunto de um qualquer campeonato distrital português, onde, por certo, actuam por carolice e simplesmente por amor ao jogo. Pois bem, na verdade, essa ideia não estaria totalmente errada, pois estes jogadores não actuam nesse clube por dinheiro, mas ao contrário do que se possa pensar, eles não actuam num campeonato distrital, eles jogam no principal campeonato de um país (Andorra) e, esta temporada, até participaram na Liga Europa: eis o FC Lusitanos la Posa.

A Fundação e o êxito imediato

O FC Lusitanos la Posa foi fundado em 1999, no seio da comunidade portuguesa em Andorra e, desde sempre, a base da equipa foi composta por jogadores portugueses emigrados naquele país dos Pirineus.

No primeiro ano de vida, a equipa disputou a segunda divisão andorrana e a estreia não podia ter sido mais feliz, pois o FC Lusitanos foi logo campeão e, assim, assegurou a subida ao principal escalão de Andorra.

O Lusitanos actua no Estadi Comunal Aixovall

Campeonatos honrosos e a conquista da Taça de Andorra

Desde 2000/01, a equipa dos emigrantes portugueses em Andorra tem estado sempre na primeira divisão, tendo as suas classificações variado entre a sexta e a quarta posição. Ainda assim, apesar das classificações honrosas, o grande momento futebolístico do Lusitanos surgiu em 2001/02, quando conquistaram a Taça de Andorra, após vencerem, na final, o Inter d’Escaldes (2-0).

Durante outras duas ocasiões, o Lusitanos podia ter voltado a conquistar a Taça de Andorra, no entanto, tanto em 2008 (1-6 com o Sant Julià), como em 2009 (1-6 com o Santa Coloma), o clube dos emigrantes portugueses acabou goleado na final da competição.

A estreia nas provas da UEFA

Esta temporada, o FC Lusitanos la Posa voltou a atingir um marco histórico na sua carreira, pois, pela primeira vez, estreou-se nas competições europeias, defrontando o Rabotnicki macedónio, na primeira pré-eliminatória da Liga Europa. A participação desportiva deixou a desejar (eliminação após 0-11 no agregado), mas, a nível financeiro, tratou-se de algo extremamente importante para este pequeno clube. Esta participação foi o cumprir de um grande objectivo do Presidente do clube, que sempre sonhou ver o FC Lusitanos numa prova europeia.

Neste momento, o FC Lusitanos conta com 150 atletas nos variados escalões de futebol sendo que, naturalmente, a maioria deles são portugueses e procura alcançar o topo no panorama futebolístico daquele país dos Pirineus.

Read Full Post »

Quinzinho foi uma grande promessa de Angola

Decorria o ano de 1995, quando chegou ao FC Porto, aquele que era tido como uma das grandes promessas do futebol angolano, um atacante rápido, fisicamente poderoso e, acima de tudo, letal na hora de atirar à baliza. Os adeptos azuis e brancos exultaram com a descrição e ainda mais esperançados ficaram quando souberam que se tratava de um jovem de apenas 21 anos e, assim, com uma enorme margem de progressão à sua frente. Durante quatro anos, Quinzinho procurou o seu espaço no FC Porto, jogando alguns jogos, marcando alguns (não muitos) golos e sendo muitas vezes emprestado, mas nunca foi capaz de dar razão a todos que o consideravam um diamante em bruto.

Joaquim Alberto Silva (Quinzinho) iniciou a sua carreira profissional aos 20 anos, ao serviço do ASA, permanecendo no clube angolano por uma temporada e sendo uma grande revelação do Girabola.

Essas exibições chamaram à atenção dos dragões que, assim, avançaram para a contratação da pérola angolana para o campeonato de 1995/96, juntando-se, nessa temporada, a Mielcarski como as grandes esperanças dos portistas em golos e poder de choque nas áreas contrárias.

Durante quatro temporadas, o internacional angolano procurou o seu espaço, mas raramente o conseguiu alcançar. Ainda assim, conseguiu facturar por seis vezes em 21 jogos, conseguindo ainda números interessantes nos empréstimos a U. Leiria (18 jogos, 3 golos) e Rio Ave (24 jogos, 8 golos).

Em 1999, desprendido do FC Porto, iniciou um périplo que o levou a vestir a camisola do Rayo Vallecano, Farense, Desportivo das Aves e Alverca e se, nos últimos dois clubes, foi titular, nunca se revelou o avançado letal que prometera no passado, pois nunca fez mais do que cinco golos numa temporada…

Depois de uma passagem relâmpago pelo Estoril, Quinzinho, em 2003, trocou o futebol português pelo chinês, onde viveu algumas temporadas interessantes ao serviço do Guangzhou (47 jogos e 17 golos em temporada e meia) e do Xiamen Lanshi (66 jogos e 20 golos em três temporadas).

A boa carreira em terras asiáticas terminou na época de 2008/09, quando o avançado angolano apenas fez um golo na temporada em que jogou pelo Wuxi Zobon, preferindo, assim, em 2009, voltar a mudar de continente, desta vez, voltando a África e ao seu país natal, onde assinou pelo Cáala.

Neste momento, aos 36 anos, Quinzinho ainda actua ao serviço do Recreativo da Cáala e continua, por certo, a pensar que a enorme pressão que lhe colocaram à chegada ao FC Porto foi-lhe prejudicial para a sua carreira desportiva.

Read Full Post »

Em 2009/10 o Benfica goleou os sadinos por 8-1

Após ter perdido os dois primeiros jogos do campeonato, o Benfica sabe que não pode falhar na recepção ao V. Setúbal, sendo obrigada a vencer a equipa sadina para não comprometer, ainda mais, as suas aspirações no campeonato. Por outro lado, o líder FC Porto desloca-se a Vila do Conde e, embalado por cinco vitórias consecutivas em jogos oficiais, é claramente favorito à vitória final. Nesta jornada, destaque ainda para a recepção do Braga ao Marítimo, um duelo entre um europeu na mó de cima, após a eliminação do Sevilha e um ex-europeu na mó de baixo, após ter sido eliminado pelo BATE e para a sempre difícil deslocação dos leões (que vêm de uma desgastante mais saborosa deslocação aos subúrbios de Copenhaga) à Figueira da Foz.

Rio Ave-FC Porto

O FC Porto venceu os dois primeiros jogos do campeonato e, mesmo tendo jogado esta semana para as competições europeias (4-2 ao Genk), tratou-se de um desafio que, pelas suas características, não deve ter deixado mossa física na equipa azul e branca. Assim sendo, na deslocação ao campo de um adversário que ainda não marcou nem venceu na Liga Zon Sagres, o FC Porto não deverá ter dificuldades em assegurar os três pontos em disputa.

Sp. Braga-Marítimo

Num duelo entre duas equipas que jogaram, esta semana, para as competições da UEFA, o Braga é claramente favorito ao triunfo final, pois tem confirmado, esta temporada, todas as qualidades da época transacta e ainda parece mais adulto e competitivo. Ainda por cima, os arsenalistas irão entrar em campo com a confiança em alta, pois vêm de uma vitória histórica em Sevilha, que os colocou na fase de grupos da Liga dos Campeões. Assim sendo, o Marítimo, que entrou no campeonato com duas derrotas e já foi eliminado da Liga Europa terá de jogar muito mais do que tem feito até aqui para importunar a equipa arsenalista.

Naval-Sporting

Na Dinamarca, o Sporting teve muito coração, mas ainda mostrou um futebol pouco consentâneo com as suas naturais aspirações para esta época desportiva. Assim sendo, nesta sempre difícil deslocação ao campo da Naval, os leões terão de mostrar que estão em crescimento e aliarem a capacidade de luta que revelaram na passada quinta-feira, a uma maior imaginação e criatividade, para que possam superar este difícil obstáculo.

Benfica-V. Setúbal

O ano passado, os encarnados golearam os sadinos, no Estádio da Luz, por oito bolas a uma, numa das exibições mais conseguidas que o Benfica fez a época transacta. No entanto, os tempos são outros e, neste momento, o Benfica vive um grande défice de confiança, que se reflecte na forma como entra nervoso e campo e, depois, nos resultados. Assim sendo, é preciso uma vitória clara e inequívoca, para que o Benfica possa embalar para um campeonato mais de acordo com os pergaminhos e aspirações. Veremos se o V. Setúbal é o início da revitalização encarnada ou, ao invés, no acentuar da queda das águias.

Nos outros encontros, destaque para o Nacional-V. Guimarães, que coloca, frente a frente, o líder (ex-aequo com o FC Porto) do campeonato e uns vimarenenses, que ainda não perderam, mas também não conseguiram ganhar qualquer jogo. A jornada completa-se com o Beira Mar-Académica, P. Ferreira-Portimonense e Olhanense-U. Leiria.

Read Full Post »

Golasa é uma promessa de Israel

Em Haifa, no mesmo clube onde jogam os portugueses Adrien Silva e Alex Zahavi (Maccabi Haifa), actua um dos médios criativos mais entusiasmantes do actual futebol europeu: Eyal Golasa.

Criado nas escolas do Beitar Nes Tubruk, para onde entrou aos nove anos e permaneceu até aos dezasseis, o médio ofensivo israelita rapidamente chamou à atenção de um dos gigantes do futebol de Israel, assinando, em 2008, pelo Maccabi Haifa.

Apesar de ser um jogador muito jovem (neste momento tem 18 anos), Eyal Golasa conseguiu, conquistar, devagarinho, os corações dos exigentes adeptos do Maccabi, tornando-se rapidamente no menino bonito dos “verdes”. Ao longo de duas temporadas, o médio de ataque fez seis golos em 43 jogos da Ligat Winner, o principal escalão do futebol israelita.

Médio ofensivo com grande capacidade de drible, trata-se de um jogador muito rápido e criativo, tendo, também, uma excelente capacidade de desmarcação, aparecendo inúmeras vezes na zona de finalização.

Com apenas dezoito anos, já esteve, em Fevereiro, pertíssimo de se transferir para a Lázio, mas problemas burocráticos impediram a sua transferência, sendo, neste momento, uma pérola a ser observada por grandes clubes do futebol internacional.

Deixo, aqui, um vídeo com algumas qualidades do médio ofensivo israelita, à atenção de clubes portugueses interessados num grande talento.

Read Full Post »

Yannick marcou o golo do apuramento leonino

O Sporting e o Sp. Braga foram os principais motivos de alegria nesta ronda europeia, isto sem qualquer desprimor pelo FC Porto, mas simplesmente porque o apuramento dos dragões nunca esteve em causa. Na Dinamarca, apesar da confiança de Paulo Sérgio, poucos acreditavam que os leões pudessem dar a volta a uma desvantagem de dois golos. Todavia, um Sporting pouco espectacular, mas muito digno e com uma pitada de sorte do seu lado, foi capaz de vencer por três bolas a zero e conseguir o tal milagre que poucos pensavam ser possível. Por outro lado, em Sevilha, não era o resultado que estava em causa, pois os arsenalistas até tinham ganho por 1-0 em casa, mas era a muito maior experiência dos andaluzes que tornava a missão bracarense bem difícil. No entanto, o Sp. Braga arrancou uma espectacular exibição, venceu por 4-3 e, ao apurar-se para a fase de grupos da Liga dos Campeões, escreveu uma das páginas mais bonitas da sua história.

Braga fez história no Sanchez Pizjuan

Sevilha 3-4 Braga

A equipa andaluza, em desvantagem na eliminatória, entrou forte no jogo com vontade de chegar rapidamente ao golo. No entanto, a equipa do Sevilha foi sempre esbarrando numa muito bem organizada equipa do Braga que beneficiava da excelente exibição da sua dupla de centrais (Moisés-Rodriguez). Durante a primeira meia hora, o Sevilha, apesar do domínio das operações, não conseguiu criar muitas situações de golo e, assim, os bracarenses cumpriam a sua principal missão.

Depois, esta equipa arsenalista mostrou que, além de paciente e adulta, também é fria e calculista, sabendo quando dar o golpe nas aspirações do adversário. Assim sendo, aos 31 minutos, na sequência de um rápido contra-ataque conduzido e finalizado por Paulo César, Matheus, na recarga, fazia o um a zero e colocava o Sp. Braga muito perto do apuramento para a fase de grupos.

Até ao final da primeira parte, os espanhóis não voltaram o discernimento para colocarem a baliza de Felipe em causa e, assim, o jogo avançou até ao intervalo sem problemas para a equipa portuguesa.

Após o descanso, o Braga voltou a entrar bastante organizado, sabendo perfeitamente o que fazer dentro de campo. O tempo passava e jogava a seu favor, todavia, a situação da equipa portuguesa tornou-se ainda mais positiva quando aos 58 minutos, a cruzamento de Matheus, Lima, recém-entrado, fez o 0-2 para os arsenalistas.

Pensou-se que esse golo terminasse com o desafio, mas foi puro engano. Pouco depois, um remate inofensivo de Luís Fabiano foi mal abordado por Felipe e entrou na baliza do Sp. Braga, fazendo o 1-2. Esse golo animou o Sevilha que, pouco depois, esteve muito perto de empatar, mas o remate de Jesus Navas embateu na trave da baliza do guarda-redes bracarense.

Esta foi a melhor fase dos andaluzes que continuaram a dominar o jogo e a criar algumas situações para marcar. No entanto, a boa exibição da dupla de centrais do Braga e, acima de tudo, a redenção de Filipe que compensou o frango do golo de Luís Fabiano com algumas boas defesas, impediram os espanhóis de chegarem ao 2-2 rapidamente.

Na verdade, quando esse golo surgiu, já estávamos no minuto 84 (bom golo de Navas) e faltava pouco tempo para o Sevilha marcar os dois que ainda necessitava. Para piorar o panorama espanhol, Lima, no minuto seguinte, aproveitou um erro defensivo dos andaluzes e fez o 2-3 que terminou, definitivamente, com a eliminatória.

Até final da partida, Lima (bisou aos 90′) e Kanouté (reduziu para 3-4 já nos descontos), ainda deram outro colorido ao marcador, mas a dúvida em relação ao vencedor da eliminatória já tinha terminado muito antes.

Vitória justíssima do Braga (4-3) que mostrou muita confiança e qualidade para a sua difícil viagem pela fase de grupos da Liga dos Campeões. Agora, que venha o Partizan, o Arsenal e o Shakhtar Donetsk.

Golo de Evaldo surgiu no momento certo

Brondby 0-3 Sporting

O Sporting que se via obrigado a vencer por, pelo menos, dois a zero para forçar o prolongamento, entrou muito mal no jogo e permitiu que fosse a equipa dinamarquesa a ter o controlo do mesmo nos primeiros minutos.

Com o passar do tempo, o Sporting foi serenando e começando a ter o controlo do desafio, ainda assim, a sua falta de criatividade e mobilidade no ataque, impedia-lhe de criar grande perigo para a baliza do Brondby.

Ainda assim, tal como na primeira mão, o Sporting voltou a ser prejudicado pela arbitragem que, aos 28 minutos, anulou um golo limpo a Liedson. Na primeira jogada dos leões com cabeça, tronco e membros, o Sporting via-se, injustamente privado de um tento importante.

O tempo passava e já todos se resignavam ao 0-0 ao intervalo, quando no último suspiro da primeira parte, na sequência de um cruzamento de André Santos, Evaldo, no coração da área, saltou para o um a zero. Um golo que surgia no melhor momento para os leões.

Após o descanso, esperava-se um Sporting dominador e com vontade de empatar a eliminatória, todavia, foi o Brondby que cresceu e, a partir dos 60 minutos, começou mesmo a criar grande perigo para a baliza leonina. Nessa fase, valeu aos leões a fraca pontaria dos dinamarqueses e duas excelentes intervenções de Rui Patrício a remates de Jallow e Bischoff.

O jogo não estava nada fácil e os verde e brancos viam o tempo jogar contra si. No entanto, se o tempo jogava contra os leões, a sorte jogava a seu favor, pois, após o desperdício “viking”, Nuno André Coelho viu, aos 75 minutos, um remate totalmente inofensivo do meio da rua acabar por entrar na baliza dum infeliz Andersen.

Com a eliminatória empatada, o Brondby caiu muito de produção e, aqui, percebeu-se que a experiência europeia dos leões podia ser determinante. Aos 77 minutos, Matias teve uma excelente ocasião para o 0-3, mas, num lance de quatro para um, não soube lateralizar o esférico e, assim, perdeu uma excelente oportunidade para matar a eliminatória.

O jogo caminhava para o final e todos já pensavam no prolongamento, quando após jogada rápida de contra-ataque, Liedson serviu Yannick Djaló e este, na cara do guarda-redes dinamarquês, fez-lhe um chapéu que fez o 0-3 e colocou o Sporting na fase de grupos da Liga Europa.

Vitória justa da melhor equipa no cômputo global da eliminatória, mas conseguida num encontro que demonstrou que o Sporting ainda está longe do que é desejável.

Hulk fez grande exibição e um hat-trick

FC Porto 4-2 Genk

Dragões e belgas sabiam que a eliminatória estava decidida e, assim, deram-se ao luxo de fazerem algumas alterações, mais tácticas nos portistas, que jogaram em 4-4-2 e mais em termos de jogadores no caso do Genk.

Talvez demasiado relaxados pelo 3-0 da primeira mão, os portistas permitiram algumas veleidades ao conjunto belga que, após alguns avisos, fez, aos 22 minutos, o surpreendente 0-1, por Vossen.

No minuto seguinte, houve a oportunidade para o FC Porto se redimir, mas Hulk, na conversão de um penalti cometido sobre si próprio, permitiu a defesa de Koteles.

No entanto, os dragões não tiveram de esperar muito tempo pela igualdade, que surgiu aos 36 minutos, na sequência de um espectacular livre de Hulk, que dedicou o tento à sobrinha que faleceu recentemente. Assim, o encontro chegou ao intervalo com os azuis e brancos e o conjunto belga empatados a um golo.

Após o descanso, o FC Porto optou por trocar o 4-4-2 por um 4-2-3-1 que tornou a equipa azul e branca mais homogénea e móvel. Essa alteração não tardou em dar frutos, pois Fernando, aos 53 minutos, encheu o pé e, de muito longe, fez um bonito golo, colocando o FC Porto a vencer por duas bolas a uma.

Ainda assim, o Genk, apesar de ser claramente mais frágil que os dragões, nunca desistiu e, três minutos depois, Vossen, de cabeça, voltou a igualar a partida, desta feita a duas bolas.

Apesar de nova igualdade, percebia-se que os portistas estavam bem mais fortes nesta segunda metade e, assim, ninguém estranhou que o FC Porto voltasse, pouco depois, à vantagem, quando Hulk, no segundo penalti da noite, foi mais feliz que no primeiro e fez o 3-2.

A partir daqui, o FC Porto marcou mais um tento (Hulk, aos 63 minutos, novamente de livre, a fazer o hat-trick) e dominou o jogo até final, terminando a partida com uma vitória justíssima por 4-2, diante de um Genk que teve o mérito de ter sido um conjunto digno do início ao fim.

Madeirenses lutaram mas pouco jogaram

Marítimo 1-2 BATE

Poucos acreditavam que o Marítimo pudesse dar a volta à eliminatória, mas também poucos pensariam que os madeirenses pudessem fazer uma exibição tão pobre diante do conjunto bielorrusso.

Na primeira parte, a equipa portuguesa teve o controlo do jogo, mas foi muito pouco perigosa, permitindo que o BATE passasse os primeiros 45 minutos com poucos sobressaltos. Neste período, há, todavia, que destacar um lance muito polémico na área bielorrussa, quando Danilo Dias rematou à baliza e Shitov colocou a mão no esférico. Estavam decorridos apenas dois minutos da partida e esse lance poderia ter sido decisivo.

Após o descanso, o Marítimo continuou a dominar o jogo, mas o seu futebol era pouco incisivo. Do outro lado, o BATE era uma equipa fria e calculista e mais reforçou essa ideia quando Pavlov, na sequência de um remate de Bressan, aproveitou o ressalto para fazer o 0-1. Estavam decorridos 51 minutos de jogo e foi a primeira oportunidade digna desse nome dos bielorrussos.

A partir daqui a eliminatória ficou definitivamente decidida e restava ao Marítimo tentar evitar o desaire europeu. A equipa madeirense lutou pela igualdade, que haveria de chegar sobre o minuto 90, graças a um golo de Kanu.

Pensou-se que o jogo terminaria, assim, empatado, todavia, um desconcentrado Marítimo, ainda foi capaz de sofrer um golo nos descontos (Skavysh foi quem marcou) e perder tudo o que estava em jogo: eliminatória e os pontos europeus para o ranking da UEFA. Uma derrota (1-2) e uma exibição que dão a ideia que este Marítimo é bem mais fraco que o da temporada transacta.

Read Full Post »

P. Sérgio ainda acredita na eliminação do Brondby

A 22 de Abril, neste mesmo espaço, critiquei a escolha de Paulo Sérgio para treinador do Sporting. Afirmei que não entendia o critério que originou a sua escolha e que poderia ser cedo para o actual treinador do Sporting treinar um clube grande. Infelizmente, após uma pré-epoca com indicadores positivos, este início de época veio dar razão ao cepticismo em relação ao treinador.

Os dois jogos disputados para o campeonato e o jogo em casa com o Brondby dão sinais de alarme que a equipa do Sporting não está preparada para jogar ao nível que se espera. Sinais que não têm directamente a ver com a qualidade dos jogadores do clube, mas com a orientação a que estão submetidos. Vejamos:

a) A equipa leonina é, neste momento, uma equipa desorganizada em campo, com uma defesa macia e um ataque incapaz de criar movimentos de rotura. Durante a pré-epoca foi construída uma equipa tipo, com rotinas e um estilo de jogo. No primeiro jogo da liga o treinador decidiu mudar a estrutura base da equipa.

b) Em casa, frente ao Marítimo, jogou com um meio campo demasiado defensivo e a exibição da equipa foi cinzenta, acabando por ser brindada pela sorte, com uma grande penalidade no final do encontro.

c) Contra o Paços de Ferreira, perante a lesão de Pedro Mendes, o treinador deixou os médios defensivos de fora e colocou um defesa central naquela posição. Para além de não ser a melhor forma de motivar os médios do plantel (que se vêm preteridos em função de um jogador que não joga naquela posição), colocou um jogador que não tinha rotinas ou experiência do lugar e conseguiu, não só, criar uma alteração na estrutura da equipa, criou duas – já que retirou Carriço da defesa, sendo necessário preencher aquele lugar. Um erro primário, pois numa altura em que a equipa necessitava de ganhar rotinas e consistência pedia-se que as mexidas na equipa fossem no menor número possível.

d) A insistência em Matias Fernandez como extremo direito. O jogador não tem características para jogar na ala, muito menos quando não foi rotinado para o lugar durante a pré-época. E Vukcevic tinha vindo a ser o melhor jogador da equipa, a jogar nessa mesma posição. Dois  erros.

e) O Sporting está à beira de ser eliminado das competições europeias antes do mês de Agosto terminar, por uma equipa muito inferior ao potencial leonino, após derrota em casa por 0-2. Não me vem à memória um ano em que tal tenha acontecido.

Sinais de que se afigura uma época difícil com as respectivas consequências ao nível desportivo e económico.

Perante este cenário, Paulo Sérgio joga hoje a sua primeira final como treinador do Sporting. O seu espaço encontra-se reduzido e só uma série de boas exibições e vitórias pode reconquistar os adeptos. O sinais não são animadores, nem permitem índices de confiança muito elevados. Mas, conseguirá o técnico verde e branco colocar a equipa a jogar ao nível esperado?

Read Full Post »

Belluschi fez um grande golo

O FC Porto só sabe ganhar esta temporada em jogos oficiais, tendo, desta feita, vencido, em casa, o Beira-Mar por três bolas a zero, num duelo em que o seu triunfo foi mais difícil do que o resultado aparenta. Nesta jornada, a equipa portista beneficiou ainda do empate do Sp. Braga em Setúbal (0-0) e, acima de tudo, do desaire dos encarnados na Choupana, uma derrota que significou o pior arranque das águias no campeonato desde 1952/53 e que coloca o Benfica a seis pontos dos azuis e brancos à segunda jornada. Nesta ronda, há ainda que destacar a primeira vitória dos leões nesta Liga Zon Sagres, um triunfo que surgiu quase nos descontos através de um penalti convertido por Matias Fernandez.


Falcao mantém veia goleadora

FC Porto 3-0 Beira-Mar

Os dragões que entraram para este jogo com apenas dois extremos disponíveis, viram o azar voltar a bater à porta logo nos primeiros minutos de jogo, quando Ukra se lesionou e obrigou Villas Boas a adaptar Belluschi à direita. Essa alteração tirou fluidez ao jogo ofensivo dos portistas que, durante muito tempo, pareceram perdidos e sem ideias perante uma bem organizada formação aveirense.

Assim sendo, o jogo decorria sem grandes motivos de interesse até que, aos 25 minutos, quando ninguém o previa, Álvaro Pereira ganhou a linha e cruzou para Falcao que, no coração da área, cabeceou cruzado para o 1-0.

Pensou-se que o FC Porto embalaria para uma vitória tranquila, mas o Beira-Mar reagiu bem e teve um par de boas oportunidades para empatar a partida, só que Wilson Eduardo não esteve inspirado e desperdiçou as soberanas ocasiões.

Como, normalmente, quem não mata morre, o FC Porto, em cima do intervalo, puniu o desperdício aveirense e, na conversão perfeita de um livre directo, Belluschi fez o 2-0 e deixou o jogo praticamente resolvido.

Após o descanso, a vencer por duas bolas a zero, o FC Porto soube controlar a partida e assistiu, com o passar dos minutos, a alguma quebra anímica dos aveirenses que foram, naturalmente, baixando os braços.

Assim sendo, foi sem surpresa que as melhores oportunidades da segunda metade pertenceram aos portistas que, conseguiram ainda ampliar a vantagem aos 81 minutos, em mais um golo de Radamel Falcao.

Pouco depois terminava a partida com uma vitória (3-0) exagerada mas amplamente justa de uma equipa portista que revela crescimento de jogo para jogo.

Sadinos e bracarenses não passaram do nulo

V. Setúbal 0-0 Braga

Pesou bastante na mente dos bracarenses o facto de terem um jogo europeu em Sevilha na semana seguinte, pois os arsenalistas estiveram, em Setúbal, muito abaixo do que nos tinham vindo a habituar.

Apesar de terem entrado bem no jogo, o Braga foi perdendo gás e os sadinos começaram a controlar o jogo, ainda que aparentassem um medo excessivo dos bracarenses, pois apesar de dominarem as operações, o risco era sempre demasiado calculado.

Assim sendo, o jogo foi avançando para o descanso  sem grandes motivos de interesse até que, em cima do minuto 45, Lima, com tudo para colocar o Braga em vantagem, atirou para a bancada.

Pensou-se que esse lance ocorrido em cima do intervalo pudesse espevitar os bracarenses na segunda parte e Domingos ajudou a essa ideia ao colocar em campo Alan e Paulo César.

De facto, a segunda parte foi totalmente dominada pelos bracarenses que, contudo, nunca tiveram o engenho de ultrapassar um inspirado Diego, que defendeu com mestria a baliza sadina.

Assim sendo, o zero a zero final acaba por punir a falta de ambição sadina e, acima de tudo, um Braga que pareceu sempre com a mente no Sanchez Pizjuan.

Matias fez os leões respirarem de alívio

Sporting 1-0 Marítimo

Os leões, após os desaires em Paços de Ferreira e, acima de tudo, em casa diante do Brondby, sentia-se sobre uma enorme pressão para vencer o Marítimo em Alvalade.

Essa pressão sentiu-se bastante na primeira parte, com os leões a terem dificuldade de penetração no último reduto madeirense e, ao mesmo tempo, a terem de lidar com os rápidos contra-ataques do Marítimo.

Assim sendo, foi sem surpresa que o duelo chegou igualado (0-0) ao intervalo, não se prevendo facilidades para o Sporting na segunda metade.

Realmente, após o descanso e apesar de o Sporting ter subido ligeiramente de produção, as dificuldades dos leões mantinham-se, pois apesar de, agora, o Sporting dominar as operações, mantinha-se a falta de discernimento no último terço, muito por culpa de um nervosismo que se agravava com a passagem dos minutos.

Aos 65 minutos, num rápido contra-ataque, o Marítimo podia ter tornado o jogo num pesadelo ainda maior para os leões, mas o chapéu de Cherrad a Rui Patrício saiu a centímetros da baliza leonina.

Passado esse susto, o jogo manteve a mesma toada e todos os adeptos leoninos presentes no Estádio Alvalade XXI já se resignavam ao empate e a mais uma frustração. No entanto, em cima do final do jogo, num lance confuso na área madeirense, Liedson foi carregado em falta e o árbitro não hesitou em assinalar o castigo máximo.

Na conversão, Matias não perdoou e, assim, os leões venceram por 1-0, podendo respirar e sacudir a pressão, pelo menos até quinta-feira.

Cardozo esbarrou sempre em Bracalli

Nacional 2-1 Benfica

O Benfica até entrou bem no desafio e, durante a primeira parte, os encarnados foram claramente a melhor equipa sobre as quatro linhas.

Os encarnados dispuseram de boas ocasiões, mas não estiveram de pontaria afinada com Gaitan, Cardozo e Saviola a desperdiçarem excelentes oportunidades para marcar.

Assim sendo, o nulo ao intervalo punia a falta de eficácia encarnada, que devia ter capitalizado em golos o ascendente sobre o terreno de jogo.

Após o descanso, o jogo iria sofrer uma viragem, pois na primeira vez que o Nacional chegou com perigo à baliza benfiquista, Luís Alberto fez o 1-0 para os madeirenses.

Este golo premiava a eficácia nacionalista e foi um rude golpe para um Benfica que caiu muito em termos anímicos. A vida tornava-se muito complicada para os encarnados e pior ficou aos 65 minutos, quando Roberto, deixou um cabeceamento inofensivo bater na trave e, assim, permitiu a Orlando Sá, na recarga, fazer o 2-0, num lance que roçou o ridículo.

A vencer por duas bolas a zero, o Nacional soube aproveitar a desorientação encarnada para controlar o jogo até final. Na verdade, nessa fase, apenas Carlos Martins remava contra a maré e o médio encarnado seria mesmo premiado com o golo, já nos descontos. Um golo de belo efeito, mas que apenas minimizou o desaire das águias.

Em suma, triunfo de um Nacional muito eficaz, perante um Benfica que não está bem e que, numa fase tão madrugadora da época, já se encontra a seis pontos do líder.

Nos outros jogos da jornada, a Naval foi vencer a Portimão (1-0) e o Académica-Olhanense (1-1), V. Guimarães-Rio Ave (0-0) e U. Leiria-P. Ferreira (0-0) terminaram empatados.

Read Full Post »

Older Posts »