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Mattheus é um talentoso médio-ofensivo

Mattheus Oliveira é o curioso caso de um futebolista que se tornou conhecido ainda recém-nascido, fruto de um célebre festejo do seu pai, Bebeto, após ter marcado um golo à Holanda (3-2) em jogo dos quartos de final do Mundial 94.

Inegável, contudo, é que ser filho de alguém que marcou de forma tão acentuada o futebol brasileiro e mundial acabou por se revelar igualmente uma herança pesada para o médio-ofensivo, que desde cedo teve de lidar constantemente com a exagerada pressão de quem insiste em traçar paralelismos com Bebeto.

O jovem de 22 anos, ainda assim, tem sabido construir o seu percurso com critério, conseguindo agora um importante salto para um dos maiores clubes portugueses, afigurando-se o Sporting como o palco ideal para que Mattheus Oliveira consiga finalmente escrever uma história com nome próprio e se afaste, definitivamente, do sempre ingrato rótulo do “filho de Bebeto”.

Juventus e Real Madrid estiveram interessados

Mattheus de Andrade Gama de Oliveira nasceu a 7 de Julho de 1994 no Rio de Janeiro, Brasil, sendo um produto das escolas do Flamengo, emblema carioca onde foi evoluindo durante todo o seu percurso no futebol juvenil e pelo qual se estreou no futebol sénior, com apenas 17 anos, num duelo diante do Olaria.

Destaque das camadas jovens do Flamengo e com um percurso interessante nas selecções jovens do Brasil, foi então sem surpresa que o médio-ofensivo foi ganhando algumas oportunidades na equipa principal do “rubro-negro”, tendo feito 12 jogos oficiais em 2012.

Essa ascensão de Mattheus, aliás, levou grandes clubes europeus a sondá-lo, com a imprensa brasileira a chegar a ligá-lo ao interesse de gigantes como a Juventus (que terá estado mesmo perto de contratá-lo) e Real Madrid. A verdade, contudo, é que o jovem talento foi perdendo espaço no Flamengo, somando apenas mais oito jogos oficiais durante a época de 2014.

Estoril foi importante passo atrás

Sentindo que estava a estagnar no Flamengo, Mattheus Oliveira acedeu a mudar de ares, sendo que não se transferiu apenas de clube, mas igualmente de país, ou não tivesse rumado a Portugal e ao Estoril.

Ao clube canarinho, chegou em Janeiro de 2015, a título de empréstimo, ainda que essa transferência se tenha tornado definitiva um ano e meio depois, naquilo que se assumiu como a consequência lógica do seu excelente impacto no nosso campeonato.

Afinal, em dois anos e meio, o internacional sub-20 brasileiro somou um total de 60 jogos (seis golos, 12 assistências) pelo Estoril, destacando-se tanto na função de médio-ofensivo, médio-centro ou extremo.

Leão recebe um diamante para lapidar

É inegável que o Sporting contratou alguém que ainda deverá ser catalogado de “projecto de futebolista de topo”, mas é igualmente inegável que o que não falta é potencial para que Mattheus Oliveira se afigure como um excelente reforço para os verde-e-brancos.

Com um pé-esquerdo absolutamente fantástico, o jovem de 22 anos destaca-se pela excelente capacidade de passe (é fortíssimo no último passe), qualidade nas bolas paradas, visão de jogo e inteligência nas movimentações, sendo feito à medida para a posição “dez”.

Também podendo actuar como extremo (preferencialmente à direita, onde pode ser especialmente perigoso nas diagonais para o centro), o esquerdino deverá, todavia, encontrar maiores oportunidades no Sporting como alternativa a Adrien Silva na posição “oito”, curiosamente uma função que vem desempenhando nos últimos jogos que fez na Amoreira.

Aí, e mesmo que seja inclusivamente superior ao internacional português naquilo que pode oferecer ao processo ofensivo, a verdade é que o brasileiro terá ainda de evoluir no que toca ao momento defensivo, nomeadamente ao nível da intensidade de jogo, capacidade de recuperação e posicionamento. Ou seja, será necessário algum trabalho de laboratório antes que Mattheus Oliveira se possa assumir como um “oito” à imagem de Jorge Jesus.

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Casillas é uma lenda que dispensa apresentações

Casillas é uma lenda que dispensa apresentações

Depois de muitos avanços e recuos, é certo que Iker Casillas será reforço do FC Porto para as próximas duas temporadas (mais uma de opção), naquela que será provavelmente a mais fantástica transferência da história do futebol português, com os azuis-e-brancos a recrutarem o nono futebolista mais internacional de sempre.

Trata-se, afinal, de um keeper nascido a 20 de Maio de 1981 em Móstoles, Espanha, e que até esta surpreendente transferência para o Dragão, jogou sempre no Real Madrid, somando, só ao nível do futebol sénior, 725 jogos oficiais pelo emblema merengue.

Quanto a títulos, e só a nível nacional, conquistou cinco Ligas Espanholas, duas Taças do Rei e quatro Supertaças. A nível internacional, destacam-se três Ligas dos Campeões, duas Supertaças Europeias, um Mundial de Clubes e uma Taça Intercontinental.

Uma lenda da “Roja”

Passando do seu currículo merengue para o âmbito da selecção espanhola, há que destacar que, na história do futebol espanhol, ninguém soma mais internacionalizações do Iker Casillas, existindo apenas oito futebolistas no planeta que jogaram mais jogos pela sua selecção, mais concretamente o egípcio Ahmed Hassan (184); o saudita Al-Deayea (178); o mexicano Cláudio Suárez (177); o egípcio Hossam Hassan (169); o equatoriano Ivan Hurtado (167); o letão Vitālijs Astafjevs (165); o norte-americano Cobi Jones (164); e o saudita Al-Khilaiwi (163).

Ora, com 162 internacionalizações, e sendo o único deste leque de jogadores que ainda está no activo, é certo que Iker Casillas ainda poderá ambicionar ser o mais internacional futebolista de sempre, esperando naturalmente o lendário “keeper” que esta transferência do futebol espanhol para o menos mediático futebol luso não o prejudique nesse desiderato.

Certo, de qualquer maneira, é que Iker Casillas já tem uma fantástica marca no desporto rei do seu país, sendo de destacar, para além do recorde de internacionalizações, o facto de ter contribuído de sobremaneira para as conquistas de dois Campeonatos da Europa e um Campeonato do Mundo.

Uma mais-valia inquestionável para o FC Porto

Tal como escrevi neste artigo, entendo que a contratação de Iker Casillas foi uma excelente adição ao FC Porto, isto tanto ao nível desportivo como financeiro, sendo que, no último caso, isso deve-se naturalmente às inúmeras portas que uma figura como o internacional espanhol poderá abrir no planeta para os dragões.

Quanto ao aspecto estritamente desportivo, será mais ao menos unânime que o FC Porto passará a ter o melhor guarda-redes do campeonato nacional, recrutando um keeper que se assume como um verdadeiro líder do sector recuado, oferecendo uma experiência e um “calo” dos grandes palcos que nem Helton poderia oferecer.

Elástico e fantástico no posicionamento entre os postes, o guarda-redes de 34 anos é igualmente um dos melhores shot stopper da história do futebol mundial, sendo ainda de destacar a sua competência no jogo de pés.

Como única principal lacuna, há que destacar a intranquilidade com que muitas vezes aborda os cruzamentos, ainda que esse factor certamente também se acentuou com a instabilidade que foi vivendo nos últimos anos de Real Madrid, esperando-se que, no bem mais tranquilo FC Porto, Iker Casillas seja capaz também de minimizar um pouco aquela que, ainda assim, sempre foi o seu calcanhar de Aquiles.

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Casillas terá impacto gigantesco em Portugal

Casillas terá impacto gigantesco em Portugal

Aparentemente resolvidos os contratempos de última hora, parece que Iker Casillas irá mesmo reforçar o FC Porto nas próximas duas temporadas (mais uma de opção), estando imediatamente encontrada aquela que será certamente a transferência mais fantástica do defeso luso.

Prometendo um impacto ainda superior aquele que foi protagonizado pelas contratações de jogadores como Peter Schmeichel (pelo Sporting) ou Pablo Aimar (pelo Benfica), Iker Casillas é uma das principais figuras do actual espectro do futebol mundial, com um currículo que fala por si, ou não somasse, só a nível internacional, três Liga dos Campeões, duas Supertaças Europeias, uma Taça Intercontinental e um Mundial de Clubes pelo Real Madrid; assim como dois Campeonatos da Europa e um Campeonato do Mundo pela selecção espanhola.

Claro que todo este currículo e experiência de quem acumula 725 jogos oficiais pelo Real Madrid e 162 encontros pela selecção espanhola terá um preço avultado para o FC Porto, sublinhando-se que os vice-campeões nacionais terão de suportar uma elevada fatia do actual vencimento de Iker Casillas, algo na ordem dos 10 milhões de euros brutos/ano.

À primeira vista, é natural que todos pensemos que se trata de um salário proibitivo para as finanças de um clube da dimensão dos azuis-e-brancos, mas mais do que pensarmos apenas nos custos de uma contratação como a do lendário guarda-redes, também temos de nos centrar nos muitos benefícios desportivos e, acima de tudo, financeiros que este poderá trazer consigo.

É que para além de se tornar automaticamente no melhor guarda-redes a jogar na Liga, daqueles que, como se costuma dizer, garantem pontos, Iker Casillas também vai abrir muitas portas ao FC Porto, não só no país vizinho, que se verá “obrigado” a olhar com outros olhos para a Liga Portuguesa, como para o resto do planeta, que certamente pretenderá seguir com atenção os passos do internacional espanhol pelo nosso país.

Isso, aliás, poderá até facilitar ao FC Porto a possibilidade de assegurar um generoso patrocínio para as suas camisolas (sem esquecer outros tipos de sponsorização) , assim como abrir espaço a valiosas digressões internacionais e/ou participação em torneios financeiramente muito atractivos.

Iker Casillas é, afinal, um daqueles futebolistas que costumamos dizer que se paga a si próprio, podendo inclusivamente servir de boleia para a própria Liga Portuguesa, que não poderá ignorar a iminente chegada do internacional espanhol como veículo importantíssimo para o processo de internacionalização do nosso campeonato, algo em que, valha a verdade, está ainda num estado bastante distante do desejável.

Por tudo isto, faz-me imensa confusão que se coloque tanto o foco no custo de Iker Casillas e haja o profundo desejo de classificar esta possível contratação quase como gestão danosa do FC Porto. Entretanto, o mesmo clube português comprou um jogador de qualidade, é certo, mas de mediatismo quase nulo e para uma posição onde até tem muitos e bons valores. Falo, obviamente, de Imbula, que custou 20 milhões de euros, que ocupará o espaço de promessas lusas, e que não está a merecer metade da indignação generalizada.

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Raymond Kopa

Kopa, o “Napoleão do Futebol”

Filho de emigrantes polacos, Raymond Kopaszewski “Kopa” foi um dos primeiros foras de série do futebol francês, um verdadeiro mago com a bola nos pés e que brilhou com as camisolas do Reims, Real Madrid e selecção gaulesa. Apresentando grande visão de jogo e uma irresistível capacidade de passe, Kopa sempre gostou muito de fintar, algo que, por vezes, motivava as críticas da imprensa que o acusava de agarrar-se demasiado à bola. Aí, contudo, até Albert Batteux, seu treinador no Reims, saiu em sua defesa, ameaçando tirá-lo da equipa se parasse de driblar… Algo sintomático da grandeza deste fenómeno.

Começou no Angers

Raymond Kopa nasceu a 13 de Outubro de 1931 em Noeux-les-Mines, França, filho de imigrantes polacos, tendo evoluido nas camadas jovens do US Noeux-les-Mines e estreado-se profissionalmente em 1949, com a camisola do Angers.

Nesse clube, em duas temporadas, haveria de somar 60 jogos e 15 golos, merecendo então o salto para o Stade Reims, clube que, nessa altura, era um dos gigantes do futebol gaulês.

13 anos no Reims

No Stade Reims, o talentoso médio-ofensivo haveria de permanecer por 13 anos, divididos em dois ciclos: (1951-56) e 1959-67), períodos em que somou um total de 402 jogos e 84 golos e conquistou quatro campeonatos franceses e uma Taça Latina, isto sem esquecer uma final perdida da Taça dos Campeões Europeus.

Pelo meio, passou três fantásticas temporadas no Real Madrid, o grande colosso europeu da época, onde efectuou 79 jogos (24 golos) e ganhou dois campeonatos espanhóis, uma Taça Latina e três Taças dos Campeões Europeus.

Presente em dois mundiais

Ao serviço da selecção francesa, Kopa participou em dois campeonatos do Mundo (1954 e 58), sendo que no primeiro, de má memória para os gauleses, que foram eliminados logo na primeira fase, o médio-ofensivo entrou mesmo no onze do torneio.

Já em 1958, em Mundial disputado na Suécia, Kopa foi uma das grandes figuras de uma selecção francesa que haveria de se sagrar terceira classificada, tendo apontado dois golos e contribuído para muitos dos 13 apontados pelo goleador Just Fontaine.

Aliás, para a “France Football”, foi precisamente Kopa e não Fontaine o Bola de Ouro de 1958, numa decisão que premiou o génio do “Napoleão do Futebol” sobre a eficácia.


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CR7 e Messi representam géneses futebolísticas distintas

CR7 e Messi apresentam géneses futebolísticas distintas

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi são, indubitavelmente, os dois melhores jogadores do planeta, encontrando-se, ambos, muito distantes de toda a concorrência, que os observa a quebrarem os inúmeros recordes deixados pelos grandes craques que os antecederam.

Inquestionável, também, é que Cristiano Ronaldo e Lionel Messi apresentam géneses futebolísticas completamente diferentes.

Afinal, o português, que começou igualmente por se destacar essencialmente com a magia que fazia com a bola nos pés, evoluiu para aquilo que podemos chamar de uma máquina perfeita: Finaliza com ambos os pés, é um exímio cabeceador, é explosivo, veloz, forte no um contra um… Um all-round attacker de excelência, que pelo seu desempenho, números e consistência, será o melhor de sempre na posição.

Lionel Messi, por outro lado, nunca abdicou dessa magia inicial, também porque as suas características físicas jamais lhe permitiriam tornar-se no super-atleta para o qual evoluiu o internacional português. Ao invés, apurou ainda mais a sua técnica individual, a sua visão de jogo e, acima de tudo, a capacidade de antecipar jogadas e de estar sempre um ou dois passos à frente dos adversários.

Diante do Bayern de Munique, na vitória “culé” por 3-0, foi isso mesmo que vimos no relvado. Um Lionel Messi, que, quando engrenou, esteve sempre muitos furos acima dos adversários, que pensou mais rápido e executou com excelência, ou não tivesse marcado os dois primeiros golos e oferecido o terceiro a Neymar num passe fenomenal.

É, aliás, muito por aqui que se vêem as diferenças entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, com o avançado português a ser acima de tudo um finalizador de jogadas de excelência, que precisa essencialmente de estar bem fisicamente para atingir sempre a plenitude das suas capacidades.

Quanto a Messi, esse é mais refém da sua inspiração do que da sua forma física, uma vez que o seu futebol situa-se muito mais na mente do que no seu corpo, situação que, em teoria, o tornaria muito mais propício a picos de forma do que Cristiano Ronaldo.

A questão é que quando Lionel Messi está bem psicologicamente e tem o seu físico naturalmente com os índices mínimos para a alta-competição, não há no planeta, ninguém que, como ele, seja capaz de ser o tal jogador que parece dominar e atingir a excelência em todas as posições do meio-campo para frente, e que muitas vezes demonstra ser capaz de fazer tudo sozinho, desde o processo de criação à conclusão das jogadas.

Afinal, se num contexto mais mecânico do futebol moderno não há ninguém que sequer se aproxime da qualidade de Cristiano Ronaldo, é igualmente inegável que, num contexto de futebol-arte e de criação, e daquilo que ainda nos consegue fazer viajar para o mais romântico futebol do passado, ninguém consegue sequer chegar aos calcanhares de Lionel Messi.

É que este confronto entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi não é apenas um confronto entre dois foras de série, é também um duelo entre duas maneiras de ver e apreciar o futebol e, numa como na outra coisa, todas as discussões são bem-vindas, mas os consensos, esses, naturalmente nunca existirão.

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José Mourinho joga o presente e futuro na "Champions"

Mourinho joga o presente e futuro na “Champions”

O Sorteio dos oitavos de final da Liga dos Campeões colocou o Real Madrid no caminho do Manchester United naquele que, provavelmente, é o duelo mais interessante da prova, pois o outro grande desafio (BarcelonaxMilan), acaba por ser apenas um confronto entre dois nomes do passado, pois, actualmente, o Barça é uma equipa infinitamente superior aos “rossoneri”.

No entanto, mais que um grande jogo entre o actual líder da Premier League e o campeão em título da Liga Espanhola, defrontam-se dois antigos rivais da Liga Inglesa, José Mourinho e Alex Ferguson, além de que, mais do que tudo isso, este é um confronto entre o actual e o que muitos dizem futuro treinador do Manchester United.

De facto, existe uma crescente e forte corrente de opinião, entre jornalistas, futebolistas e treinadores do Reino Unido, que defende que José Mourinho é o homem ideal para abraçar o lugar de Alex Ferguson em 2013/14 (ou 2014/15) quando Sir Alex se retirar da sua extensa e gloriosa carreira.

Curiosamente, este duelo surge numa altura em que o Real Madrid já perdeu o campeonato (13 pontos não são recuperáveis no contexto actual da Liga Espanhola) e em que a posição de José Mourinho está cada vez mais fragilizada. De facto, e porque a Taça do Rei conta pouco para a exigente família merengue, só a Liga dos Campeões pode salvar a pele do treinador português.

Na verdade, a ironia começa aqui. José Mourinho dificilmente resistirá a uma eliminação nos oitavos de final da “Champions”, pois sem campeonato espanhol para ganhar e com o fim do percurso europeu, o “Special One” torna-se um treinador demasiado caro para as ambições reduzidas até ao final da temporada 2012/13. Além disso, será o segundo ano consecutivo sem conseguir o tão ambicionado sucesso europeu e isso, valha a verdade, deverá ser fatal para Mourinho.

Assim sendo, o treinador português pode acabar por cair na “Champions” e no Real Madrid com a equipa que muitos avançam que pode ser a sua futura equipa, criando um paradoxo que pode fomentar uma mudança de paradigma. De facto, uma coisa são os “red devils” avançarem para um treinador de sucesso presente e que se assuma como alternativa equiparada a Sir Alex, outra, ao invés, é avançarem para um treinador despedido e que, curiosamente, até caiu com o Manchester United.

Obviamente que tudo isto são suposições e o Real Madrid tem todas as condições para superar o conjunto inglês e, inclusivamente, avançar até à conquista da Liga dos Campeões, todavia, esta partida com o Manchester United acaba por ser muito mais que uma eliminatória da “Champions”, tendo o condão de jogar com o presente e futuro do melhor treinador português de sempre.

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Pepe é o esteio da defesa nacional

A principal figura do centro da defesa de Portugal é um jogador de origem brasileira que é um dos melhores jogadores do Mundo na sua posição: Pepe. Em Portugal desde muito cedo, o luso-brasileiro tornou-se num esteio do FC Porto antes de se impor, por mérito próprio, no centro da defesa do Real Madrid, onde costuma fazer dupla com Ricardo Carvalho ou Sérgio Ramos. Excelente jogador, apenas peca pela excessiva agressividade que, por vezes, impõe nos lances e que já garantiu inúmeras expulsões e problemas com adversários, adeptos e imprensa desportiva.

Percurso Desportivo

Képler Laveran Lima Ferreira “Pepe” nasceu a 26 de Fevereiro de 1983 em Maceió, Brasil, mas transferiu-se cedo para Portugal e para o Marítimo, clube onde se estreou profissionalmente em 2001/02.

No defeso seguinte, o luso-brasileiro chegou a treinar com o Sporting, todavia, acabou por não ficar nos verde-e-brancos, regressando ao Marítimo, clube onde se assumiu como titular nas duas temporadas seguintes, efectuando 62 jogos e 3 golos.

Em 2004/05, o defesa-central transferiu-se para o FC Porto e se na primeira temporada não conseguiu se assumir como titular, tudo mudou nas duas épocas seguintes, pois, aí, Pepe foi titularíssimo e peça fundamental de um conjunto portista que haveria de ganhar dois campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.

Essas boas exibições ao serviço dos dragões tornaram-no um alvo apetecível para os grandes clubes europeus, sendo que o internacional português haveria de se transferir para o Real Madrid em 2007/08. Nesse clube espanhol, Pepe mantém-se até hoje, tendo efectuado 157 jogos (3 golos) e conquistado dois campeonatos, uma Taça do Rei e uma Supertaça espanhola.

Como joga?

Pepe é preferencialmente um defesa-central, destacando-se por ser veloz, eficaz no desarme, excelente no jogo aéreo e muito bom na marcação homem a homem. Em termos técnicos, também se trata de um jogador bastante efectivo, subindo várias vezes com a bola controlada e fazendo-o de forma positiva.

Pelas suas características, também é muitas vezes utilizado a médio-defensivo, funcionando, nessa posição, como um verdadeiro tampão da defesa, sendo que foi na selecção portuguesa que mais vezes surgiu nessa função.

O principal defeito do luso-brasileiro é, claramente, a excessiva agressividade que coloca em muitos dos lances, situação que já lhe valeu inúmeras críticas de imprensa e adversários e que já lhe valeu alguns cartões vermelhos e uma má reputação internacional.

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o duelo Ronaldo vs Messi começa a ser nefasto para o futebol português.

Final do Barcelona-Real Madrid. Portugueses saltam para as redes sociais e ruas para festejar (ou reclamar) do resultado do jogo mais importante do futebol espanhol. “Tudo tem a ver com Portugal”, pensei. Afinal, de um lado estavam os fãs de Cristiano Ronaldo, José Mourinho e da legião portuguesa dos merengues, enquanto do outro estão os que não gostam do perfil algo arrogante do treinador português e do melhor jogador português da actualidade. Apesar de achar que a mente lusitana deveria estar mais preocupada com o final do campeonato português e com os jogos dos nossos clubes, dei o desconto… Até ontem.

Ontem era dia de Barcelona-Chelsea, jogo importantíssimo, imperdível. De um lado, um barça que jogava muito da sua época após ficar praticamente arredado da possibilidade de conquistar a liga espanhola, enquanto do outro, o Chelsea, tinha a hipótese de chegar à segunda final da “Champions” da sua história, numa temporada em que, valha a verdade, as coisas não tem lhe saído como era desejável.

Apurou-se o Chelsea com muito sofrimento à mistura, mas o que mais confusão me fez foi o final da partida. Mesmo com Raúl Meireles e Bosingwa na equipa londrina, a felicidade de alguns pelo Chelsea ter superado os catalães não era por estarem a torcer pelos portugueses da equipa londrina, mas, ao invés, por poderem se congratular com um desaire dos “culés.” “Adeptos do Real Madrid”, pensei imediatamente. Do outro lado da barricada, as virgens ofendidas, que empunhavam a espada do “tiki-taka” e de como a vitória “blue” podia significar algo de muito perigoso para o futebol moderno… “Adeptos do Barcelona”, pensei, preocupado…

E estou verdadeiramente preocupado. Preocupado por aquilo que pode ser um futuro muito sombrio para um crescente futebol português que, lembre-se, está no quinto lugar do ranking UEFA de clubes, não falha uma competição internacional de selecções desde 1998 e tem dos melhores jogadores e treinadores do Mundo.

Transtornado porque os portugueses começam a preocupar-se mais com o Real Madrid e o Barcelona do que com o Benfica, FC Porto e Sporting. Porque alguns já preferem ver os duelos internacionais que a nossa liga e, pior, porque já ficam mais felizes ou tristes quando os catalães ou merengues vencem ou perdem do que se fosse com o clube deles…

Este paradigma poderá fazer com que as crianças de hoje cresçam a preocupar-se mais com a “La Liga” ou outro campeonato internacional, que cheguem a adolescência a ver o Barcelona e o Real Madrid e que quando lhes perguntem o seu clube, não saia um natural clube nacional, mas, ao invés, um “Hala Madrid” ou um “Visca el Barça.”

Este fenómeno, natural em países nórdicos, pois estes, com um historicamente fraco campeonato nacional, sempre olharam com atenção redobrada para o campeonato inglês, começa a enraizar-se perigosamente em Portugal, bastando para isso que se olhe para os “facebooks” deste país que insiste na auto-flagelação, mesmo em aspectos em que somos bons, como é claramente o futebol. Se esta ideia prevalecer, o futuro, são estádios cada vez mais vazios, clubes com cada vez menos dinheiro e uma espiral de auto-destruição que pode voltar a devolver o futebol português aos primórdios da sua história, que é como quem diz os 9-1 da Áustria e os 9-0 da Espanha.

No meio disto tudo, o Sporting, amanhã, joga um dos jogos mais importantes da sua vida, podendo alcançar a terceira final europeia da sua história. Contudo, por mais triste que este pensamento seja, temo que os portugueses continuem demasiado preocupados em discutir a eliminação do Barcelona e o resultado do Real Madrid-Bayern de hoje…

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O último obstáculo verde-e-branco no sonho de chegar à final da Liga Europa é uma forte e dinâmica equipa basca que já teve o condão de ultrapassar equipas como o Manchester United ou o Schalke 04: Athletic Bilbau. Bandeira da comunidade basca (apenas podem actuar jogadores bascos, de origem basca ou formados desde cedo no escalões de formação do Athletic), “Los Leones” são um dos clubes com mais títulos em Espanha, sendo o quarto clube com mais ligas espanholas (oito) e o segundo com mais taças do rei (vinte e quatro). A nível europeu, todavia, o melhor que conseguiram foi uma final da Taça UEFA em 1976/77, feito que, espera-se, não voltem a repetir na actual temporada.

O San Mamés é um inferno

Quem é o Athletic Bilbau?

Fundado em 1898, o Athletic Bilbau é um clube com 114 anos de história e de títulos, tendo desde cedo se assumido como um dos grandes clubes de Espanha.

Desde que foi criado, o clube baseia a sua política na utilização exclusiva de jogadores bascos, sejam eles do País Basco, Navarra ou País Basco Francês, ainda que nos últimos tempos essa política tenha sido aligeirada e jogadores de origem basca mas de outros locais, assim como atletas não bascos mas formados desde muito cedo nas camadas jovens do Athletic também possam ser chamados à equipa principal.

Apesar dessa política restrita, o Athletic assumiu-se sempre como uma equipa que ombreava de igual para igual com os maiores de Espanha, tendo conquistado oito campeonatos domésticos e vinte e quatro taças do rei. Ainda assim, desde 1983/84, “Los Leones” nunca mais conseguiram conquistar um título, situação que também foi agravada com o advento da Lei Bosman e a proliferação de estrangeiros no seio da Liga Espanhola.

Tendo uma história rica em termos domésticos, o Athletic Bilbau, todavia, nunca conseguiu grandes feitos a nível europeu, sendo que a sua melhor campanha surgiu em 1976/77, quando alcançou a final da Taça UEFA, mas perdeu no duelo decisivo com a Juventus (2-1 e 0-1).

Bielsa é dos melhores treinadores do Mundo

Como joga?

Treinado pelo mago argentino Marcelo Bielsa, o Athletic Bilbau é uma equipa de grande qualidade individual e colectiva que, pelo seu estilo de jogo, é muitas vezes considerada uma espécie de pequeno barça.

Actuando num 4x3x3 pleno de mobilidade e criatividade, “Los Leones” são extremamente fortes do meio-campo para a frente, onde jogadores como o médio-ofensivo De Marcos, os extremos Susaeta e Muniain e o ponta de lança Llorente formam um quarteto de enorme qualidade atacante.

Mais atrás, a equipa basca tem menos qualidade individual, todavia, jogadores como o lateral-direito ofensivo Iraola e o trinco Javi Martinez (não pode jogar em Alvalade) também garantem talento ao conjunto de Bielsa.

Equipa sem medo de ter a bola e de assumir o jogo, é fortíssima nas transições, sendo assim um conjunto híbrido que tanto se sente à vontade numa estratégia de ataque continuado, como sabe ser letal em lances de contra-ataque.

Nesse seguimento estratégico e com essa ideologia de futebol de qualidade, o Athletic deverá aparecer em Alvalade com o seguinte onze: Gorka Iraizoz; Iraola, Ekiza, Amorebieta e Aurtenetxe; Iturraspe, Ander Herrera e De Marcos; Susaeta, Llorente e Muniain.

Fernando Llorente é um matador

Quem é que o Sporting deve ter debaixo de olho? Llorente

Aquele que talvez seja o jogador mais decisivo da equipa de Bilbau é um ponta de lança alto e possante que funciona como referência ofensiva do conjunto basco: Fernando Llorente.

Aos 27 anos, o avançado basco já soma 20 internacionalizações (7 golos) pela selecção espanhola e leva (quase) todo o seu percurso desportivo ao serviço do Athletic Bilbau, clube onde concretizou por 81 vezes em 232 jogos da liga espanhola.

Jogador com 1,95 metros, trata-se, naturalmente, de um jogador com forte presença na área, sendo muito difícil de marcar e que em cada duas ocasiões que lhe chegam aos pés ou à cabeça, factura pelo menos uma.

Ainda assim, caso o seu marcador directo esteja atento na marcação e não deixe que o esférico chegue em condições ao poderoso avançado basco, este não reúne características que lhe permitam contornar essa situação, acabando por desaparecer um pouco do jogo. Para bem do Sporting, esperemos que assim aconteça.

Como chegou às semi-finais?

Playoff: Athletic Bilbau vs Trabzonspor (TUR) 0-0, não se realizando a segunda mão, pois o Trabzonspor foi repescado para a “Champions”

Fase de grupos:

  • Athletic Bilbau vs PSG (FRA) 2-0 e 2-4
  • Athletic Bilbau vs Red Bull Salzburgo (AUT) 2-2 e 1-0
  • Athletic Bilbau vs Slovan Bratislava (ESL) 2-1 e 2-1

Classificação:

  1. Athletic Bilbau 13 pontos
  2. Red Bull Salzburgo (AUT) 10 pts
  3. PSG (FRA) 10 pts
  4. Slovan Bratislava (ESL) 1 pt

16/Final: Athletic Bilbau (ESP) vs Lokomotiv Moscovo (RUS) 1-0 e 1-2

8/Final: Athletic Bilbau vs Manchester United (ING) 2-1 e 3-2

4/Final: Athletic Bilbau vs Schalke 04 (ALE) 2-2 e 4-2

As possibilidades do Sporting Clube de Portugal

O último obstáculo para o Sporting chegar à final da Liga Europa é um osso duro de roer, mas o grande Sporting que eliminou o Manchester City e Metalist terá condições mais que suficientes para superar uma equipa que, apesar da excelente campanha europeia, se encontra apenas na sétima posição da Liga Espanhola e a quarenta!! pontos do líder Real Madrid.

Será, no entanto, necessário manietar a linha de construção ofensiva do Athletic composta por jogadores como Muniain e De Marcos, mas, também, anular o forte ponta de lança internacional espanhol Llorente. Depois, se os leões aliarem esse factor à exploração da mais frágil linha defensiva, nomeadamente o lateral-esquerdo Aurtenetxe, tudo poderá estar alinhado para vermos os verde-e-brancos na final de Bucareste.

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Zeferino era a estrela da selecção

De regresso a um Mundial de sub-17 após o terceiro lugar de 1989, Portugal surgia neste campeonato do Mundo com algumas figuras de proa como o goleador Vargas, o defesa-central Marco Caneira, o médio Pedro Hipólito e o atacante Zeferino, então jogador do Real Madrid. Ainda assim, apesar das elevadas expectativas que rodeavam a equipa das quinas, Portugal haveria de não fazer um grande mundial, tendo mesmo muita sorte na forma como superou a fase de grupos e  acabando por não passar pelo Gana nos quartos de final da prova equatoriana.

Dois primeiros jogos foram um desastre

Portugal foi integrado no Grupo B, juntamente com Argentina, República da Guiné e Costa-Rica, pensando-se que a equipa lusa passaria facilmente à segunda fase.

Contudo, os dois primeiros jogos não correram nada bem a Portugal, pois no primeiro, diante da Argentina, a equipa lusitana foi atropelada pelo conjunto sul-americano por 3-0, enquanto no segundo desafio, diante da supostamente frágil Guiné, Portugal até esteve a ganhar por 2-0, mas acabou por perder por 3-2 com a formação africana.

Milagre na última jornada garantiu passagem aos quartos

Assim sendo, à partida para o último jogo do grupo, Portugal precisava de um pequeno milagre para se apurar para os quartos de final: ganhar à Costa-Rica por pelo menos dois golos de diferença e esperar que a Guiné perdesse com a Argentina.

Ao minuto 87 do jogo com os costa-riquenhos, tudo parecia perdido, pois o 0-0 teimava em não sofrer alterações, contudo, um final de jogo electrizante com dois golos de Vargas e outro de Adolfo garantiu aos lusos uma vitória por 3-0, beneficiando ainda a equipa portuguesa do triunfo da Argentina diante da Guiné (2-0) para se apurar para os quartos de final.

Contudo, a alegria da equipa portuguesa acabou por não durar muito. Nos quartos de final, diante da forte selecção ganesa, Portugal acabou derrotado por 2-0, restando a consolação da equipa das quinas ter perdido com a equipa que se haveria de sagrar campeã mundial.

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